Nota por nota, qual time se deu melhor no Draft 2019 da NBA?
Analisamos todas as escolhas das equipes no draft da NBA e avaliamos: quem foi bem?
A noite da última quinta-feira (20/06) marcou a consagração de Zion Williamson como escolha número um do draft 2019 da NBA. Apesar de todos saberem desta escolha e também da opção dos Grizzlies por Ja Morant, muitas outras dúvidas surgiram numa noite recheada de trocas e de algumas opções surpreendentes. A grande surpresa foi o New York Knicks não cair em tentação dessa vez!
Olhando de forma crua, Atlanta Hawks, Memphis Grizzlies e New Orleans Pelicans saltam na frente no quesito vencedores do draft. Por outro lado, algumas franquias como o Phoenix Suns e Orlando Magic poderiam ter feito escolhas melhores. Além disso, o surpreendente movimento dos Timberwolves para buscar Jarrett Culver também é digno de aplausos.
As notas serão distribuídas da seguinte forma: A é a mais alta. D, a mais baixa. Podem existir algumas variações, tais como A+ ou ainda A -. Elas existem apenas para destacar um pouco ou retirar de algum detalhe que seu time tenha deixado passar. É preciso entender que tudo isso é também um exercício de futurologia. Sem mais delongas, vamos às notas!
Atlanta Hawks
04. De’Andre Hunter (SF – Virginia)
10. Cam Reddish (SF – Duke)
34. Bruno Fernando (C – Maryland)
Nota: A
Os Hawks precisavam dar armas para Trae Young e foi atrás disso que o time foi no draft. Para isso, subiram algumas casinhas para buscar o ótimo De’Andre Hunter. O jogador trará ao time bolas de três, principalmente da zona morta. Na segunda escolha, Cam Reddish chega com algumas interrogações, mas muito potencial. Depois de ser ofuscado por Zion e Barrett na faculdade, o ala precisa sair do limbo e partir mais para o ataque. Fechando as escolhas, Bruno Fernando tem potencial para brilhar no futuro.
Boston Celtics
14. Romeo Longford (SG – Indiana)
22. Grant Williams (PF – Tennessee)
33. Carsen Edwards (PG – Purdue)
51. Tremont Waters (PG – LSU)
Nota: B
Longford é um atleta que chegou com potencial na faculdade. O problema é que toda essa qualidade não apareceu tanto na passagem por Indiana. Ninguem melhor que Brad Stevens para trabalhar o diamente bruto que se apresenta. Williams era o líder do vestiário de Tennessee e pode acrescentar imediatamente na rotação dos Celtics. Olho em Edwards, que fez grande March Madness, e definitivamente pode ser o steal deste draft.
Brooklyn Nets
31. Nicolas Claxson (PF – Georgia)
56. Jaylen Hands (PG – UCLA)
Nota: B
Bom draft dos Nets que conseguiram uma pick de primeira rodada de 2020 em troca da 27ª escolha que caiu nas mãos dos Clippers. Além disso, conseguir Claxson na 31 foi uma ótima adição. O atleta tinha potencial para sair na primeira rodada e reúne um conjunto de talentos que pode ser aproveitado desde já. Hands precisará de treinos e provar seu valor na Summer League.
Charlotte Hornets
12. PJ Washington (PF – Kentucky)
36. Cody Martin (SF – Nevada)
52. Jalen McDaniels (PF – San Diego State)
Nota: C+
Washington chega aos Hornets como um grande jogador. É daqueles atletas que não param um minuto durante a partida e contagiam do roupeiro a arquibancada. Martin saiu um pouco alto demais, apesar de ser muito versátil, mas pode agregar valor em breve. McDaniels parece ter potencial, mas ainda existiam opções melhores disponíveis.
Chicago Bulls
7. Coby White (PG – North Carolina)
38. Daniel Gafford (C – Arkansas)
Nota: B+
Coby White era uma necessidade em Chicago. Os Bulls queriam um armador e com a escolha de Garland mais acima, ter em mãos o produto de North Carolina ainda é um ganho enorme. White surge nos momentos grandes e não vai decepcionar quando precisar. Um bloqueador como Gafford na altura em que foi pode ser considerado um outro achado.
Cleveland Cavaliers
05. Darius Garland (PG – Vanderbilt)
26. Dylan Windler (SF – Belmont)
30. Kevin Porter Jr. (SG – USC)
Nota: C+
O C+ pode soar um pouco cruel para os Cavs, mas explico: Garland é uma bomba. A cirurgia no joelho foi um sucesso, mas ainda não se sabe como será o retorno do jogador às quadras. Porém, uma possível dupla com Collin Sexton, caso esteja saudável, pode ser explosiva. Windler poderia sair em outro momento, contudo, Cleveland se salva com Kevin Porter. Saindo tão baixo como foi, pode ser um atleta de valor alto. Tem talento de top 10, mas precisa ver as bandeiras vermelhas que existem sobre o jogador.
Dallas Mavericks
45. Isaiah Roby (SF – Nebraska)
Boa escolha para Dallas. Trocar a pick 37 pela 45 e obter escolhas futuras com isso é um acerto maior do que a opção por Roby. O produto de Nebraska é o atleta que os Mavs queriam e consegui-lo tão abaixo foi um ótimo acerto. Ponto para Dallas que tem uma temporada e tanto pela frente.
Nota: B
Denver Nuggets
44. Bol Bol (C – Oregon)
Nota: A
O Denver faz a mesma opção que no último draft: pegar um bom valor, mas que vem de lesão. Michael Porter Jr é um caso semelhante ao de Bol Bol. O pivô que vem de Oregon tem muito talento e um potencial ilimitado, desde que a lesão que o perseguiu na faculdade se resolve. Escolher um jogador nesta situação com a pick 44 é uma saída perfeita para os Nuggets.
Detroit Pistons
15. Sekou Doumbouya (PF – França)
37. Deividas Sirvydis (SF – Lituânia)
57. Jordan Boone (PG – Tennessee)
Nota: B
Doumbouya é um dos melhores europeus da classe. Muitos apontavam até mesmo no Top 10. Recebê-lo na 15 é um presente para Detroit que ganha uma opção além de Griffin e Drummond. Porém, é preciso ter paciência com o atleta que terá que se adaptar a NBA, assim como Sirvydis.
Golden State Warriors
28. Jordan Poole (SG – Michigan)
39. Allen Smailagic (C – Sérvia)
41. Eric Paschall (SF – Villanova)
Nota: C
Do draft do Warriors, que tende a ter um ano difícil sem Klay Thompson e Kevin Durant, aposta as fichas apenas na última das escolhas. Paschall parece ser um bom acerto da franquia. O sistema de jogo de Golden State favorece o estilo do antigo ala de Villanova. Jordan Poole é uma opção clássica do time, principalmente pelo poder nas bolas longas, mas parece ter saído cedo demais. Smailagic precisará de tempo para pode se adaptar.
Houston Rockets
Sem escolhas no draft.
Indiana Pacers
18. Goga Bitadze (C – Geórgia)
Nota: B+
Os Pacers conseguiram antes do draft o atleta sólido com TJ Warren, numa troca com os Suns. Com isso, buscaram no draft o precioso pivô de Geórgia, Bitadze, que ficou famoso por uma foto em que todos os jornalistas ao lado de sua mesa estavam voltados para Zion Williamson. Goga tem boa habilidade defensiva e pode se tornar um sólido backup para a dupla formada por Myles Turner e Domantas Sabonis.
Los Angeles Clippers
27. Mfiondu Kabengele (C – Florida State)
48. Terance Mann (SG – Florida State)
Nota: B-
Uma dupla vinda das mesma faculdade traz benefícios ao entrosamento em qualquer time. Olho em Kabengele que também concorre ao prêmio de steal do draft para os Clippers. Sobrinho de Dikembe Mutombo, tem ótima mecânica de arremesso e já pode começar a contribuir com a rotação do time. Mann é o típico jogador sólido que vem do banco para somar minutos preciosos para a equipe. Não teria sido minha escolha, mas não é das piores seleções dos Clippers.
Los Angeles Lakers
46. Talen Horton-Tucker (SF – Iowa State)
Nota: B+
Para um time que tem necessidade de jogadores urgentes, Tucker é uma escolha certeira dos Lakers. O produto de Iowa State é um pontuador, algo que é claramente um buraco no elenco angelino. O jogador tem muito a evoluir com a dupla James-Davis e tende a ser útil já em sua primeira temporada. O jogador tinha talento para sair mais acima no draft e pode ser um achado.
Memphis Grizzlies
02. Ja Morant (PG – Murray State)
21. Brandon Clarke (PF – Gonzaga)
Nota: A
Duas escolhas de altíssimo nível para os Grizzlies. O time queria um novo armador e a troca de Mike Conley foi um claro sinal disso. Morant tem potencial ilimitado e é tão showman quanto Williamson. É o cara para os próximos anos da franquia. Só que não satisfeitos em já acertar nesta escolha, Memphis ainda adicionou um talentosíssimo jogador para atuar ao lado de Jaren Jackson Jr: Brandon Clarke tem claros problemas ofensivos, mas pode ser uma máquina na defesa e ser mais um da base para um time de muito futuro. Os Grizzlies, com absoluta certeza, são um dos vencedores do draft.
Miami Heat
13. Tyler Herro (SG – Kentucky)
32. KZ Okpala (SF – Stanford)
Nota: B
Miami precisava de alguém que chutasse bem de fora. Apesar de não ter tido o melhor dos desempenhos na faculdade no quesito (35% de aproveitamento), Herro tem espaço para melhorar nas bolas longas. O Heat ficou de olho nisso e trouxe o bom prospecto de Kentucky. Okpala é um bom valor na posição 32, tendo mais potencial do que a posição em que saiu condiz. Talvez, ter ficado com Bol Bol fosse uma boa opção para Miami, que o enviou para Denver por uma escolha de segunda rodada futura.
Milwaukee Bucks
Sem escolhas no draft.
Minnesota Timberwolves
06. Jarrett Culver (SG – Texas Tech)
43. Jaylen Nowell (SG – Washington)
Nota: A-
Bom draft dos Timberwolves. Subiram para atacar uma necessidade absurda do time com o ótimo Jarrett Culver. Bom nos arremessos e melhor ainda na defesa, o jogador vem para cobrir um buraco enorme que a equipe possuía e pode fazer isso com extrema qualidade. Além disso, o combo que pode produzir ao lado de Karl-Anthony Towns é ainda mais poderoso. Para dar um pouco mais de profundidade da posição, o jogador do ano na PAC-12, Nowell que talvez precise de algum tempo na G League para desenvolver por completo.
New Orleans Pelicans
01. Zion Williamson (PF – Duke)
08. Jaxson Hayes (C – Texas)
17. Nickeil Alexander-Walker (SG – Virginia Tech)
35. Didi (SF – Brasil)
Nota: A+
O time do futuro. O desafio aqui era não errar no draft. E descer da posição 04 para acumular mais picks foi um ótimo movimento dos Pelicans. É doloroso perder alguém como Anthony Davis, mas as perspectivas são infinitas com Zion. Williamson trará mais holofotes para o mercado, além de muita explosão e highlights poderosíssimos. Para ter o potencial máximo de Zion, que já combinava bem com Lonzo Ball e Brandon Ingram, o time buscou o pivô Hayes de Texas, que complementa bem o estilo de Williamson. Encontrar Walker na 17 também foi um movimento certeiro, pois o produto de Virginia Tech é um ótimo armador na hora de criar seu próprio arremesso. Didi chega a franquia com expectativas de evoluir na Summer League e futuramente na G League. Baita draft de NO.
New York Knicks
03. RJ Barrett (SG – Duke)
47. Ignas Brazdeikis (SF – Michigan)
Nota: A
A nota boa para os Knicks vai pelo simples fato deles não cometerem a atrocidade de deixar Barrett passar. O produto de Duke, por algumas vezes, foi capaz de ofuscar Zion Williamson na passagem pelo College e para muitos é mais completo que o companheiro. O jogador ainda tem pontos a evoluir, mas é inegável a capacidade de se tornar um dos melhores jogadores da NBA que ele possui. Brazdeikis não estava projetado, mas os Knicks viram no atleta dos Wolverinos alguém que pode complementar o elenco na reconstrução eterna da franquia.
Oklahoma City Thunder
23. Darius Bazley (SF – Princeton HS – Ohio)
Nota: C
O Thunder decidiu arriscar. Mesmo tendo escolhas sólidas ainda disponíveis, apostaram em um atleta que não competiu no último ano. Bazley optou por não ir a faculdade e treinar sob a ótica de seu patrocinador, a New Balance. Movimento questionável para Oklahoma que poderia ter buscado alguém que desse retorno imediato, o que nesse momento, Bazley não parece ser a opção certa.
Orlando Magic
16. Chuma Okeke (PF – Auburn)
Nota: C
Okeke é um ótimo jogador. Dito isso, a aposta de Orlando é muito para o futuro, já que o jogador não deve atuar nesta temporada devido a um problema no joelho. O Magic precisava encontrar ajuda imediata e talvez um movimento para subir algumas picks poderia ter sido feito para buscar alguém de imediato. Okeke poderia ter sido buscado mais abaixo devido a lesão. É um prospecto de muito futuro, apesar dos pesares.
Philadelphia 76ers
20. Matisse Thybulle (SF – Washington)
54. Marial Shayok (SF – Iowa State)
Nota: B-
Os 76ers tinham cinco escolhas e com as diversas trocas, saíram com apenas dois jogadores. E duas escolhas duvidosas. Thybulle é um ótimo defensor e Philadelphia queria porquê queria o jogador. Bom, o produto de Washington ainda precisa desenvolver um bocado para ter impacto imediato na NBA. Shayok é outro que está longe de estar pronto para NBA. Dava pra ter feito melhor, 76ers…
Phoenix Suns
11. Cameron Johnson (SF – North Carolina)
24. Ty Jerome (SG – Virginia)
Nota: C-
Os Suns precisavam de um armador. Descer da 06 para a 11 foi um movimento questionável. Ok, até aí. Porém, apesar de Cameron Johnson ser muito bom, sair na 11ª posição foi um pouco demais, ainda mais com PJ Washington, Nassir Little e Brandon Clarke ainda disponíveis. Talvez ter ficado na 06 e ter pego Coby White fosse um movimento melhor. Na posição 24, trazer Ty Jerome foi um bom acerto para o time.
Portland Trail Blazers
25. Nassir Little (SF – North Carolina)
Nota: A-
Little é um jogador de muito talento. No começo da temporada universitária, tinha valor de Top 03 no draft. Apesar dos altos e baixos na NCAA, apareceu muito bem no March Madness, que é quando os olhos do mundo estão no College Basketball. Com muito potencial, é até aqui o steal do draft. Além disso, pode ser o parceiro ideal para dupla Lillard-McCollum.
Sacramento Kings
40. Justin James (SF – Wyoming)
55. Kyle Guy (SG – Virginia)
60. Vanja Marinkovic (SG – Servia)
Nota: C+
Difícil trabalhar quando se tem apenas a 40ª escolha para começar a conversa no draft, mas os Kings fizeram o possível. James e Guy são valores parecidos e podem adicionar alguma coisa no futuro, mas nada que seja de imediato. Marinkovic precisará de tempo para a NBA.
San Antonio Spurs
19. Luka Samanic (PF – Croácia)
29. Keldon Johnson (SG – Kentucky)
49. Quinndary Weatherspoon (SG – Mississippi State)
Nota: B+
Os Spurs sempre acertam nas escolhas internacionais. Projetava que Samanic saísse na 29 e que o bom armador de Kentucky, Keldon Johnson saísse na 19. Então, com toda a certeza San Antonio sai com uma boa noite no draft. Johnson ainda tem o que evoluir como jogador, tendo ficado um pouco abaixo da expectativa na passagem pela NCAA. Mas é inegável o poder de Gregg Popovich no desenvolvimento de atletas. Weatherspoon é sólido e uma boa escolha na posição 49.
Toronto Raptors
59. Dewan Hernandez (PF – Miami)
Nota: C+
Hernandez é um prospecto curioso. Depois de dois anos bem desenvolvidos em Miami, quando se preparava para o terceiro, viu seu nome e o da universidade estarem envolvidos no processo de corrupção na NCAA. Com isso, se tornou inelegível para a última temporada. Longe das quadras, se declarou para o draft e sai num momento que Toronto não tinha outras opções melhores aqui.
Utah Jazz
50. Jarrell Brantley (PF – College of Charleston)
53. Justin Wright-Foreman (PG – Hofstra)
58. Miye Oni (SG – Yale)
Nota: B+
O grande acerto do Jazz foi trazer Mike Conley por sua escolha de primeira rodada. O veterano terá a oportunidade de guiar bons prospectos garimpados no final do draft. Wright-Foreman e Oni podem fazer valer no futuro as escolhas nesta altura da seleção. Bons acertos de Utah com poucas opções.
Washington Wizards
09. Rui Hachimura (PF – Gonzaga)
42. Admiral Schofield (SF – Tennessee)
Nota: B-
Washington jogou seguro no draft. A escolha por Hachimura é boa, principalmente pelo que o jogador pode oferecer de imediato a franquia. Mesmo assim, é bom ficar de olho mesmo na escolha de Schofield. Mesmo saindo apenas na 42, o jogador tem potencial para ser uma opção ainda melhor do que foi o bom ala-pivô de Gonzaga.
Foto: Sarah Stier/Getty Images