Desde que as notícias sobre uma solicitação de troca ao Cleveland Cavaliers feita pelo armador Kyrie Irving surgiram na mídia norte-americana na semana do dia 21 de julho, muito tem se falado sobre os possíveis destinos do jogador, os pacotes de atletas envolvidos nas trocas e como ele se encaixaria nessas equipes.

Aos 25 anos, Irving teria dito ao proprietário dos Cavs, Dan Gilbert, que gostaria de ser trocado para se tornar uma primeira opção ofensiva em outra franquia, longe da sombra de LeBron James. Sem uma cláusula de veto sobre uma troca para determinada franquia, o armador teria deixado uma lista com algumas equipes para onde gostaria de ir, incluindo: San Antonio Spurs, New York Knicks, Miami Heat e Minnesota Timberwolves. Além das franquias preferenciais de KI, o Phoenix Suns também surgiu como forte candidato para levar o armador.

Nesta matéria, analisaremos os principais candidatos a levarem os talentos de Irving e como o jogo do armador poderia se encaixar dentro desses elencos. Confira:

NEW YORK KNICKS

Se Irving quer ser o foco do ataque de uma equipe, os Knicks parecem uma boa opção e algumas coisas se encaixam para o negócio acontecer. O cenário está bem claro em NY. Carmelo Anthony, o grande astro e pontuador da equipe, se envolveu em grandes confrontos com o antigo manda-chuva da franquia, Phil Jackson, e já está desgastado na Big Apple. Melo seria a troca ideal do ponto de vista dos Knicks, mas nesta terça-feira (01), o ala tratou de esfriar a possível transação, informando que só aceitaria uma troca se fosse para o Houston Rockets.

Sem Carmelo por ali, a única grande opção ofensiva restante é vista na figura de Kristaps Porzingis. E o jogo de Irving com Porzingis é algo que pode se encaixar muito bem. Ala-pivô hábil e com arremesso de fora, o letão consegue abrir o garrafão com facilidade e poderia permitir as jogadas de isolamento e infiltrações do armador, que culminam em pontos fáceis.

Com a troca que mandou Derrick Rose para os Cavs, criou-se o espaço perfeito para a chegada do armador. Os Knicks têm hoje na posição o calouro francês Frank Ntilikina, de 18 anos, e o segundanista Ron Baker, que devem ter minutos consideráveis na rotação. De fato, não são nomes confiáveis para guiar o time na era pós-Jackson. Ainda no backcourt, a franquia da Big Apple trouxe Tim Hardaway Jr. de volta em um contrato daqueles que os torcedores pouco entendem. O ala-armador teve temporada razoável com o Atlanta Hawks, mas não é um jogador que inspira confiança.

Outro ponto a favor de Irving em Nova York é o fato do armador ter crescido na cidade ao lado, em New Jersey, onde o High School antes de partir para Duke, em 2010.

(Foto: Reprodução Twitter / Kristaps Porzingis)

SAN ANTONIO SPURS

Levando em consideração a vontade de Irving em se tornar o centro de uma franquia, definitivamente, os Spurs seriam uma das últimas opções para isso. Há anos com uma cultura forjada no pensamento coletivo e de forte defesa, a franquia texana vai contra esse ideal. Kawhi Leonard é o grande destaque individual que se sobressai dentro de um elenco com essa mentalidade e é difícil imaginar alguém também querendo esse holofote.

A favor do armador dos Cavaliers, San Antonio conta com um Tony Parker, aos 35 anos, com problemas recorrentes de lesão, pronto para começar a desenvolver um substituto à altura. Além disso, os Spurs têm Gregg Popovich, um dos melhores técnicos da história da liga que saberia lidar com o talento de Irving da melhor maneira possível para o time.

Um problema a ser levado em conta seria como os Spurs viabilizariam a troca. O ala-pivô LaMarcus Aldridge é quem possui contrato próximo ao de Irving para equiparar a transação, mas já está em fase decadente da carreira. O mais atrativo do elenco texano seria o jovem e promissor armador Dejounte Murray, mas abrir mão de seu jogo junto com o de Aldridge não parece o melhor dos mundos.

(Foto: Reprodução / Facebook)

MIAMI HEAT

Ir para o Heat significaria para Irving um caminho semelhante ao que LeBron James (seu ex-amigo de Instagram) trilhou em 2010, quando deixou a única franquia em que havia jogado, os Cavs, para se juntar ao Heat de Pat Riley. Aparentemente, o armador não gostaria de ter sua história ligada a de LeBron.

Depois de uma offseason sem muito brilho, com a renovação de Dion Waiters e James Johnson e a chegada de Kelly Olynyk, a equipe não teria peças muito atrativas para usar em uma possível troca. A opção mais real para o negócio seria enviar o consistente armador Goran Dragic mais algum outro jogador (talvez Justise Winslow) e escolhas de draft, o que também abriria espaço para Irving chegar e jogar sem problemas, dividindo a rotação com os bons Josh Richardon e Tyler Johnson.

Ainda que as opções de troca sejam escassas, o maior problema da troca seria como o jogo de Irving se encaixaria em Miami. O grande jogador da equipe é o pivô Hassan Whiteside, que, diferentemente de Porzingis, gosta de atuar perto da cesta, com definições praticamente embaixo do aro, com bandejas e enterradas. O jogo do pivô não facilitaria a ação do armador, que tem como forte as jogadas isoladas para infiltração.

A troca entre as duas franquias também recolocaria lado a lado o armador e Waiters, que fizeram dupla em Cleveland entre 2012 e 2015 sem muito sucesso, época em que Cleveland amargou duas temporadas com 24 (2012/2013) e 33 vitórias (2013/2014) no total.

(Foto: Reprodução Facebook / Hassan Whiteside)

MINNESOTA TIMBERWOLVES

Apesar de terem acertado um contrato de três anos com Jeff Teague na última offseason, os Wolves surgiram como um dos mais prováveis destinos para entrar em acordo com Irving. Teague não pode ser trocado até 14 de dezembro, mas isso não necessariamente seria um problema. O armador dos Cavs pode ser um pontuador muito bom jogando sem a bola, papel que chegou a desempenhar nos Cavaliers em alguns momentos quando LeBron trazia a bola, e uma dupla com Teague, apesar de não ideal, poderia acontecer sim.

Outro ponto a favor da ida de Irving é o fato do jogador já ter expressado sua vontade de jogar junto a Jimmy Butler. Antes do último Draft, o armador já havia feito um pedido para ser trocado, tendo como alvo preferido o Chicago Bulls, time de Butler à época. A chegada de Iriving significaria um núcleo titular em small-ball bastante forte com Teague, Irving, Andrew Wiggins, Butler e Karl-Anthony Towns, sob a batuta de Tom Thibodeau.

O ponto a ser visto por Minnesota é o que poderia oferecer de interessante aos Cavs para trazer os talentos da escolha número 1 de 2011. A melhor opção para os Cavaliers seria a volta de Wiggins, ala atlético e com algum potencial a ser desenvolvido, e seria o que de melhor a franquia de Minneapolis teria para oferecer. Tirando o jovem, apenas Gorgui Dieng teria algum potencial de troca.

(Foto: Reprodução Instagram / NBA)

PHOENIX SUNS

Franquia que surgiu depois na corrida por Kyrie e não está na lista sugerida pelo armador, o Phoenix Suns surgiu como forte concorrente a trazê-lo na última semana. O motivo da expectativa gira em torno do armador Eric Bledsoe. O jogador dos Suns partilha o mesmo empresário de LeBron James e possui relacionamento com o astro, inclusive treinando com o ala recentemente na preparação da temporada que está por vir. Toda essa proximidade somada ao talento do explosivo armador poderia trazer uma renovação aos Cavs em uma possível troca envolvendo os jogadores da mesma posição.

Segundo informações recentes de Joe Vardon, do site Cleveland.com, a negociação poderia até já ter acontecido, caso um pacote oferecido por Phoenix incluísse, além de Bledsoe, o ala Josh Jackson, quarta escolha do último Draft, e uma escolha de primeira rodada de 2018. Os Suns já deixaram claro que não incluem Jackson em nenhum pacote de negociação, algo que só poderia acontecer a partir do dia 3 de agosto, 30 dias após o ala ter assinado seu contrato de calouro.

A chegada de Irving nos Suns não daria um bom encaixe imediato. Dividindo o backcourt com o ascendente Devin Booker, um armador pontuador que também gosta de ter a bola na mão e de jogadas de isolação e não possui defesa confiável, Kyrie teria que moldar-se a essa cultura, distribuindo melhor o jogo, inclusive envolvendo Jackson, e desenvolvendo sua frágil defesa.

(Foto: Reprodução Facebook / Phoenix Suns)
(Foto de Kyrie Irving: Reprodução Twitter / NBA)