[ENTREVISTA] Raulzinho: “Crescer junto com esses jogadores vai ser muito bom”
Em entrevista exclusiva, Raulzinho diz que espera evoluir no ritmo do jovem Utah Jazz em sua estreia na Liga

Treinando em Salt Lake City, Raulzinho se prepara para sua temporada de estreia na NBA com o Utah Jazz (Foto: Divulgação)
O dia nove de julho de 2015 encerrou uma espera de dois anos na carreira de Raulzinho, mas, para o armador brasileiro, ela parecia ser eterna. Draftado na segunda rodada pelo Utah Jazz em 2013, o jogador de 23 anos teve que permanecer por mais dois anos no basquete espanhol até finalmente assinar seu contrato com a franquia de Salt Lake City e marcar a data de sua estreia na NBA.
No time treinado pelo técnico Quin Snyder, Raulzinho dividirá espaço com outros jovens de futuro promissor, como o ala Gordon Hayward, o pivô francês Rudy Gobert e o armador australiano Dante Exum.
Já instalado em Salt Lake City, de onde concedeu entrevista exclusiva ao The Playoffs, o brasileiro divide seu tempo entre treinamentos e eventos na cidade. A menos de um mês para o início da temporada, saiba quais são os planos do armador para sua primeira temporada na principal liga de basquete do mundo.
The Playoffs – Qual foi a sensação de ser chamado para jogar pelo Utah Jazz na NBA dois anos depois de ter sido selecionado no draft? Como lidou com a expectativa para que isso acontecesse durante este período?
Raulzinho – A sensação foi muito boa. Ser chamado para jogar em um time da NBA dá uma sensação que é até difícil falar. Os últimos anos, depois que fui draftado, foram difíceis por eu ter, não a obrigação, mas uma pressão de querer chegar logo na NBA e ter que esperar.
The Playoffs – Como está sendo seu primeiro período de treinamento com o time? Já sente alguma diferença no seu jogo?
Raulzinho – Para você evoluir alguma coisa no basquete leva muito tempo. Algumas semanas de treino não suficientes para melhorar o seu jogo. Mas estão sendo treinos muito bons, tenho feito bastante arremesso, que é uma das coisas onde tenho que melhorar, e essa semana começamos os treinos com o resto da equipe. Já estamos conseguindo pegar um pouco de entrosamento e conhecer os companheiros. Esse período de treinos que estou tendo aqui no Utah Jazz está sendo muito bom para mim e para o time.
The Playoffs – Você já traçou algum tipo de meta para sua primeira temporada na NBA? Quais acha que serão suas principais dificuldades neste primeiro ano?
Raulzinho – Minha meta é melhorar a cada dia, me adaptar ao jogo, que é bem diferente do jogo europeu, e conquistar o meu espaço no time, ganhar o respeito dos meus companheiros. É aproveitar as oportunidades que vierem e tentar ter minutos em quadra e poder ter um papel importante no time.
The Playoffs – Chegou a ser especulado na imprensa que, devido à lesão do Dante Exum, a comissão técnica do Jazz estaria pensando em começar o ano com você como titular e manter o Trey Burke vindo do banco. Algo já foi comentado pela comissão técnica com você a esse respeito? Se sente preparado para essa possiblidade?
Raulzinho – Nada foi comentando ainda. Iniciamos os treinamentos alguns dias atrás e é muito cedo para poder falar alguma coisa sobre isso. E também não é algo que me preocupa. Estou aqui para fazer o meu trabalho. Se tiver que jogar um minuto, vinte ou o jogo inteiro, vou dar tudo, então isso não me preocupa. As especulações vão acontecer ao longo da temporada, é natural na vida de um jogador, mas não estou sabendo de nada da comissão técnica.
The Playoffs – O Utah Jazz é considerado um dos times com elenco jovem mais promissores da NBA. Como é fazer parte deste grupo?
Raulzinho – É muito bom fazer parte de um time jovem, ainda mais na idade que estou. Poder crescer junto com esses jogadores vai ser muito bom. Isso mostra que o Jazz está com o pensamento no futuro, está crescendo a cada temporada e está pensando em coisas grandes para daqui a um tempo, não para esta temporada atual.
The Playoffs – Pelo ponto de vista da seleção brasileira, você acha positivo termos os dois prováveis armadores dos Jogos Olímpicos jogando na NBA nesta temporada, pelo fato de estarem no melhor torneio do mundo, ou negativo, já que é possível que tanto você quanto o Marcelinho tenham menos tempo de quadra do que vinham tendo em seus antigos times?
Raulzinho – É um ponto positivo para a seleção pela experiência que nós vamos ter. É importante para a seleção ter jogadores internacionais, ter jogadores que jogar no basquete da NBA, que é a melhor liga do mundo. Vai ser bom para mim, para ele e para a seleção.