[ENTREVISTA] Marcelinho Huertas fala sobre NBA e Olimpíada 2016
Armador da seleção brasileira comentou sua temporada na liga norte-americana e sobre disputar os Jogos Olímpicos no Brasil
RIO DE JANEIRO (RJ) – O armador da seleção brasileira e dos Los Angeles Lakers Marcelinho Huertas concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira (31), no escritório da NBA Brasil, no bairro do Leblon, na capital fluminense. O jogador de 33 anos falou sobre a sua primeira temporada na liga norte-americana e como se adaptou ao “estilo NBA” de basquete. E também sobre Jogos Olímpicos Rio 2016 e como o time brasileiro está se preparando para a disputa por medalha em casa.
O The Playoffs esteve lá e conta os destaques da entrevista de Huertas.
Futuro nos Lakers e NBA
No fim deste mês de maio, Huertas postou nas suas contas nas redes sociais uma mensagem de agradecimento ao Los Angeles Lakers, deixando a entender que não renovaria seu vínculo com a equipe da Califórina. Nesta terça-feira, durante um chat promovido pela NBA Brasil no Facebook, o armador comentou o assunto e disse que “seu lugar é a NBA”.
“É um pouco cedo para falar, existe chance de seguir nos Lakers, mas falarei com outras equipes. Espero poder conquistar as coisas aos poucos, ter papel importante do time. Acho que conquistei meu espaço, meu lugar é na NBA”.
Períodos de treinos da seleção brasileira antes das Olimpíadas
“É mais do que suficiente (o período de treinos pré Jogos Olímpicos). Nós seremos a primeira seleção a se apresentar. Nenhuma seleção se apresenta antes de julho, dez dias antes nós já estaremos em treino. A gente já se conhece há muito tempo, e ter ficado um campeonato sem jogar ano passado não influencia em nada e é isso nós sabemos de experiências anteriores”.
Final da temporada entre Golden State x Cleveland
“Acho que vai ser muito interessante. O favoritismo inicial que o Golden State tinha com o tempo foi meio que desaparecendo, e agora eles deram essa virada em uma série que estava praticamente perdida e que ninguém esperava que eles pudessem dar essa volta por cima. Voltaram a ganhar força, mas o Cleveland vem com muita força, varrendo todo mundo do outro lado. Acho o Cleveland um time mais completo, que está jogando melhor que o ano passado, talvez tenha mais armas. Golden State é um time que todo mundo já conhece, mas um time muito imprevisível, porque você não sabe como defender, eles jogam muito livre. Oklahoma teve uma estratégia defensiva muito interessante, que bloqueou eles e não permitiu que eles jogassem da maneira que estavam acostumados e isso fez com que a série se estendesse tanto. Mas vai ser uma final muito interessante e acho que os dois times podem ganhar fora de casa”.
Adaptação à defesa e jogo físico na NBA
“(É uma defesa) super física, e nos jogos de playoffs cada vez mais. Você vê a quantidade de porrada que rola ali, principalmente dentro do garrafão, e não apitam nada. Então você tem que se adaptar. No começo da temporada permitem muito mais contatos e eu fui me adaptando, tentar marcar mais duro, usar mais a mão. Na Europa e no basquete Fiba, qualquer ‘contatinho’ no lateral ou põe a mão no jogador você é pego. É uma questão de adaptação, e eu demorei um pouco a entender, ainda mais sendo rookie. Realmente existe uma diferença, que permitem muito mais contatos e nós temos que estar preparados tanto no ataque quanto na defesa pra poder estar na mesma página que todo mundo”.
Armadores clássicos x armadores modernos (que pontuam mais)
“Tem certos jogadores que têm a característica mais de pontuar do que de guiar o jogo. Eu estou nos Lakers e NBA agora, e minha característica nos últimos anos foi mais de guiar o time na quadra, e lógico, pontuar quando precisar, mas quando eu joguei em Bilbao Basket (ESP), ou no Caja Laboral(ESP), que eram times que talvez precisassem mais da minha pontuação, eu me adaptei. No Bilbao eu cheguei a fazer quase 16 pontos em média; no Caja Laboral 13 ou 14 pontos, enfim você acaba se adaptando. Lógico que tem jogadores com mais características (de pontuar), mas saber se adaptar ao que o time precisa em cada momento é importante. Claro que Damian Lillard e esses jogadores têm um talento excepcional, e se eles fossem meros passadores de bola eles estariam desperdiçando isso, mas o time deles precisa que eles anotem, porque se eles não anotarem talvez não tenham jogadores em outras posições que tenham esse poder. Mas ter armadores como eles, que tem essa facilidade de anotar, é realmente incrível. Muda um pouco o conceito de armador “old school”, mas que hoje em dia você vê demais, o próprio Westbrook, que tem capacidade de anotar e dirigir o jogo também”.
(Fotos 1 e 2: Facebook Marcelinho Huertas)
(Foto 3: Doug Pensinger/Getty Images)