Cristiano Felício fez certo ao abrir mão da Olimpíada pela chance de se firmar na NBA
Felício é campeão da Summer League, se destaca e mostra que fez a aposta correta
Disputar uma Olimpíada jogando em casa pode ser o sonho dourado de vários atletas ao redor do mundo. No entanto, há um jogador da seleção brasileira que preferiu jogar a Summer League e seu nome é Cristiano Felício.
Antes de transformamos o ala-pivô em um demônio traidor da pátria é necessário entender a perspectiva do atleta:
– Felício não foi draftado e só ganhou espaço no Chicago Bulls após jogar muito bem na mesma Summer League no ano passado.
– O ala-pivô NUNCA teve um real espaço na seleção de Rubén Magnano e a disputa no garrafão já será acirrada (Varejão, Nenê e Augusto Lima é uma concorrência mais difícil que passar em Medicina no Vestibular).
– O Chicago Bulls está em um momento de reconstrução, a franquia trocou a maior estrela (ou jogador de mais nome) Derrick Rose com o Knicks, se livrou de Mike Dunleavy e ainda pretende trocar o seu concorrente de garrafão Taj Gibson. O time da cidade dos ventos ainda trouxe nomes de peso como Dwyane Wade e Rajon Rondo que formarão o perímetro anti bola de 3 com Jimmy Butler.
– O mineiro quase nem jogou em sua primeira temporada da NBA e só começou a ter espaço no mês de março após a lesão de Pau Gasol. O brasileiro participou de apenas 31 jogos em sua temporada de estreia, passando grande parte do tempo na D-League, ou seja, É O MOMENTO PROFISSIONAL DA VIDA DO CARA.
O jogador tinha a opção de ir para a Olimpíada e se indispor com os Bulls que poderia dispensá-lo a qualquer momento de seu contrato (parcialmente garantido) ou seguir com o time da cidade dos ventos e jogar a Summer League. O jogador optou pela segunda opção e, ao que parece, foi uma decisão acertada.
O Chicago Bulls foi campeão da Liga de Verão após vencer o Wolves em uma partida eletrizante decidida na prorrogação e com boa participação do jogador que anotou 12 pontos (6-8 FG) e pegou 8 rebotes. No total, o brasileiro participou de 7 jogos na campanha vitoriosa com médias de 11,4 pontos e 6,3 rebotes em 22 minutos por jogo. Se não é um primor, certamente é um bom indicativo que o jogador está focado em se desenvolver.
Apenas em exercício de comparação na Summer League do ano passado (na qual ele garantiu seu espaço no roster dos Bulls), o jogador contribuiu com 3,3 pontos e 4,5 rebotes em 13,2 minutos por jogo. Outro ponto a ser exaltado do jogador é que ele terminou a competição com o sétimo melhor PER da competição (o índice de eficiência do jogador em quadra, o cálculo é explicado nesse link).
CABOCLO TAMBÉM
Outro jogador brasileiro que tomou o mesmo caminho de Felício foi Bruno Caboclo. O jogador do Toronto Raptors teve uma participação apenas razoável na Summer League contabilizando 11 pontos e 4 rebotes (com apenas 35% de conversão de arremessos) em 24,2 minutos por embate. Com relação ao brasileiro com envergadura de homem elástico, os Raptors têm a opção de não renovar seu contrato, então é esperado que o jogador demonstre alguma evolução e tenha espaço nessa temporada.
Em suma, a decisão dos jogadores em ficar treinando nos seus clubes é de fato acertada, pois o basquete É O GANHA PÃO DOS CARAS e eles tem que se dedicar ao máximo para se manter na liga mais concorrida do mundo. Por mais que nós torcedores pensemos que eles devem jogar pela seleção, Felício e Caboclo ainda não são jogadores consolidados como Nenê e Varejão que têm a certeza de terem emprego garantido na NBA. Os meninos devem focar agora em seu desenvolvimento dentro da liga.
(Foto: Reprodução Twitter/Chicago Bulls)