Como os Warriors conseguiram montar um super time
Saiba como, após décadas de draga, os Warriors se organizaram para formar um dos times mais forte da história
A chegada de Kevin Durant é a cereja no bolo na reconstrução do Golden State Warriors na NBA. O time que ganhou o título da temporada 2014/2015 e encantou o mundo com a melhor campanha da história em 2015/2016 traçou uma improvável trajetória ascendente nas últimas cinco temporadas. Antes disso, foram 40 anos sem títulos e campanhas lamentáveis. Nos 20 anos que antecederam a temporada 2012/2013, a primeira onde os resultados voltaram a aparecer, foram apenas duas as vezes em que o time teve mais vitórias do que derrotas na temporada regular e que chegou aos playoffs.
Então, qual o segredo do Golden State Warriors? Em cinco passos, o The Playoffs mostra quais foram os principais acertos da franquia nos últimos anos:
1 – Contratar um bom general manager
Como em qualquer projeto milionário, é fundamental ter um profissional capacitado tomando as decisões. Os Warriors acharam o seu em abril de 2011, quando contrataram Bob Myers para ser assistente do general manager Larry Riley. Menos de um ano depois, ele passou a ser o chefe. Do fantástico elenco atual, apenas Stephen Curry já fazia parte dos Warriors, mas estava longe de ser o jogador que é hoje. Foi Myers, ex-atleta universitário, comentarista de rádio e agente de jogadores, quem implementou a maior parte dos passos descritos abaixo na franquia, além de ter contratado o técnico Steve Kerr. Coincidência ou não, no primeiro ano de sua gestão o time voltou a ter campanha positiva e a ir aos playoffs pela segunda vez em 19 anos.
2 – Negociar bons contratos
Lidar com o teto salarial da NBA é uma arte e os Warriors têm doutorado nela. Beneficiados, é verdade, pelo fato de terem renovado os contratos de seus principais jogadores antes da explosão financeira da Liga, os californianos só tiveram condições de realizar a engenharia financeira necessária para trazer Durant devido aos milhões economizados com Curry, Klay Thompson e Draymond Green. Curry, uma verdadeira barganha, ganha pouco mais de 12 milhões por ano, pouco acima da metade do que recebe Derrick Rose. Thompson e Green têm contracheques na casa dos 16 milhões, bem mais modestos que os de Wesley Matthews, Enes Kanter, Tobias Harris e Brook Lopez, por exemplo. Mesmo os contratos “herdados” em trocas são amigáveis – Andrew Bogut e Andre Iguodala recebiam, juntos, 22 milhões, praticamente o mesmo que Kevin Love ganha sozinho.
3 – Fazer boas escolhas no draft
O draft ainda é a melhor e mais barata forma de obter jogadores na NBA, especialmente para times que não estão em boa fase e têm direito às melhores escolhas. Por isso, não causa estranheza o fato de que quatro dos cinco titulares do Warriors na campanha do título de 2014/2015 chegaram à franquia via draft: Curry (7º em 2009), Thompson (11º em 2011), Harrison Barnes (7º em 2012) e Green (35º em 2012). É claro que escolhas de draft são sempre apostas, mas investir em olheiros e análises normalmente vale a pena. E selecionar jogadores que se completam, e não atletas que fazem as mesmas funções, é sempre melhor.
4 – Aproveitar as oportunidades do mercado
A base do time foi formada no draft, mas algumas peças precisaram ser buscadas em outras equipes. Para trazer Bogut do Milwaukee Bucks em 2012, os Warriors tiveram que abrir mão de Monta Ellis, inegavelmente talentoso, mas cujo jogo nunca combinou com o de Curry. Um ano depois foi a vez de buscar Iguodala em um troca tripla com Denver Nuggets e Utah Jazz, que ainda despachou os salários astronômicos de Richard Jefferson e Andris Biedrins, que ganhavam o dobro do que Iggy passou a receber. No processo, os Warriors precisaram abrir mão de quatro escolhas de draft, mas é difícil falar que foi um mau negócio depois de dois anos.
5 – Apostar em uma base jovem, mas entender o valor dos veteranos
A NBA é cada vez mais física e veloz, portanto a aposta em jogadores mais jovens faz cada vez mais sentido. As quatro principais estrelas do elenco atual dos Warriors têm entre 28 e 26 anos, o que faz com que o time ainda vislumbre cinco ou seis anos com a mesma base até precisar se renovar. Essa realidade permite que o processo de transição seja controlado, evitando que atletas muito jovens entrem na “fogueira” antes da hora e que eventuais ajustes sejam feitos. Apesar disso, a experiência dos veteranos nunca pode ser dispensada, especialmente nos momentos decisivos. Não é necessário lembrar o protagonismo que Iguodala teve nas Finais de 2014/2015, quando inclusive foi o eleito o MVP. Bogut também foi extremamente importante na estrutura da equipe nos últimos anos. Vindos do banco, Shaun Livingston e Leandrinho se mostraram boas opções jogando minutos reduzidos.
Fotos: Twitter / Bleacher Report e Facebook / Golden State Warriors