WORLD SERIES: o que vimos e o que vem por aí em Royals x Mets
Após 2 vitórias de Kansas City na final da MLB, confira os destaques das partidas e o que New York pode fazer de diferente
O Kansas City Royals venceu os dois primeiros jogos da World Series no Kauffman Stadium e está bem perto do título da MLB. O New York Mets agora tem três jogos seguidos em casa para tentar mudar esta história.
Porém por quais motivos a equipe do Missouri levará esta grande e confortável vantagem para Nova Iorque? Venho trazer aqui os motivos das vitórias dos Royals e projetar a sequência da série. Vamos lá!
Disciplina no bastão contra os arremessadores do New York Mets
O ataque dos Royals vem voando nesta pós-temporada com uma média de 5.77 corridas/jogo em 13 jogos (75 corridas), 17 HRs(maior marca), além de liderar em AVG, OBP, e SLG% neste mês de outubro.
E a tarefa nesta série não seria nem um pouco fácil (Mets lideram os playoffs em ERA entre times com mais de 9IP, 3.20 ERA). Nos jogos 1 e 2 enfrentaram Jacob DeGrom e Matt Harvey, que na temporada regular e até o momento nos playoffs vinham sendo fantásticos. DeGrom com um ERA de 2.54, um FIP de 2.70 e um fWAR de 5.2 em 191 entradas na temporada regular, e antes desta série tinha um ERA de 1.80 e um FIP de 2.48 em 20 entradas nestes playoffs; enquanto Harvey na temporada regular teve um ERA de 2.71, um FIP de 3.05 e um fWAR de 4.4 em 189.1 entradas, já nos playoffs, antes do jogo 1, ERA de 2.84 e um FIP de 2.82 em 12.2 entradas.
Nesta série os dois combinaram para ceder 7 corridas em 11 entradas (5.72 ERA), com 1 HR cedido, 5 BB’s concedidos e apenas 4 (!) strikeouts. E é este último número que mais impressiona, Harvey e DeGrom não conseguiram fazer a equipe de Kansas City não colocar a bola em jogo, e os Royals se aproveitaram muito da deficiência da defesa do Mets, que foi apenas a 21ª equipe em termos de “corridas salvas” na temporada, com -7.
Bullpen intocável no jogo 1 e dominância de Cueto no jogo 2
No jogo 1 o bullpen do Kansas City Royals arremessou 8 entradas, cedendo apenas 5 rebatidas, 2 walks, com 1 corrida não merecida e 12 eliminações via strikeout. Ênfase no veterano Chris Young, que arremessou 3 entradas sem ceder uma rebatida sequer e foi peça chave para que o desgaste no bullpen da equipe do Missouri fosse reduzido. Young foi creditado com a vitória por conta da vitória ter vindo via walkoff numa rebatida de sacrifício de Eric Hosmer para o campo externo. Lembrando que ele não é do bullpen, inclusive deve jogar a partida 4 no sábado.
Já no jogo 2, Johnny Cueto arremessou nove entradas, cedendo uma corrida, duas rebatidas e três walks com 4 eliminações via strikeout, e se tornou o primeiro arremessador desde Greg Maddux (1995) a arremessar um jogo completo de World Series cedendo 2 ou menos rebatidas. Além disso, se juntou a Cliff Lee e Mike Torrez como únicas aquisições de meio de temporada a arremessar um CG numa vitória de WS nos últimos 50 anos.
Rebatedores aparecendo em momentos-chave
Na nona entrada do jogo 1, Alex Gordon, um rebatedor não conhecido tanto por sua potência no bastão, enfrentou Jeurys Familia, um dos melhores arremessadores de bullpen da MLB neste ano e bateu um HR pra maior parte do ballpark (center field). Quais eram as chances disso acontecer? Gordon disse, após o jogo: “Durante o at bat anterior contra Salvador Perez, vi ele usando um ‘quick-step’. Eu não estava esperando isso, e eu queria ter certeza que quando eu fosse rebater eu estaria pronto para rebater. E ele tentou esse ‘quick step’ comigo e deixou a bola num lugar ruim. E com um cara como ele, você não pode perder os bons arremessos para rebater. E foi o que aconteceu. ”
Na 14ª entrada, com as bases lotadas, Eric Hosmer foi ao bastão tentando se redimir de seu erro na 8ª entrada que acabou deixando Juan Lagares anotar a 5ª corrida dos Mets, e conseguiu uma walk-off sac fly.
Coisas pra ficar de olho com a série indo pra Nova York
O jogo 3 se tornou uma partida crucial para o New York Mets, pois se perderem ficarão atrás 3-0, e apenas o Boston Red Sox na ALCS de 2004 conseguiu uma virada desse porte numa série de 7 jogos em toda a história da MLB. Noah Syndeergaard terá que mostrar seu melhor jogo nesta sexta-feira, contra Yordano Ventura.
Será que os Mets conseguirão fazer os ajustes necessários contra o ataque dos Royals, limitando as bolas postas em jogo, limitando o número de corredores?
Como os Royals vão se comportar sem a figura do rebatedor designado em seu lineup?
Previsão: Ou os Royals fecham a série fora de casa ou voltam para Kansas City com a vantagem