Quem tem razão no processo de arbitragem da MLB?
Bancamos o juiz para escolher o salário de 5 astros da Major League Baseball
O processo de arbitragem é um dos mais complexos da Major League Baseball. Após três anos (ou dois e uns quebrados, dependendo de quando foi promovido), o jogador tem direito a passar pela arbitragem para aumentar o salário. Por três (ou quatro) temporadas, franquia e atleta trocam propostas salariais e, se não chegarem a um acordo, um grupo de jurados escolhe quem tem razão.
Não há meio termo: ou o atleta recebe o salário que quer, ou a franquia pagará o valor que sugeriu. Muitos jogadores fecham acordos anuais (ou por até três anos), garantindo um valor fixo sem passar por tal risco. A ideia aqui é trabalhar com cinco bons atletas que ainda não entraram em acordo e cujas ofertas são distantes do que a franquia quer pagar. Vou bancar o juiz e dar os vereditos: quem está com a razão?
Josh Donaldson
Após três anos no Oakland Athletics, o terceira-base foi trocado para o Toronto Blue Jays e tudo que fez foi levar a franquia canadense de volta aos playoffs após mais de 20 anos e levar o MVP da Liga Americana, com 29,7% de aproveitamento, 41 home runs, 123 corridas impulsionadas, 122 corridas anotadas e 8.8 de WAR. Em sua primeira temporada de arbitragem, a diferença nem é grande, mas dados os números, parece justo que ele leve os US$ 11,8 milhões que pediu, e não os US$ 11,35 milhões ofertados pelo Blue Jays.
Decisão: Donaldson
Jake Arrieta
Atual Cy Young da Liga Nacional, o titular do Chicago Cubs brilhou em 2015, mas as temporadas anteriores, no Baltimore Orioles, não foram semelhantes: o ERA de 1.77 no ano passado pode ser comparado, por exemplo, ao de 2012 (6.20) ou ao de 2013 (4.78), quando atuou pelas duas franquias. Arrieta pediu impressionantes US$ 13 milhões, a franquia rebateu com US$ 7,5 milhões e, já que não é possível fechar pela média, a pedida do Cubs leva vantagem pela falta de um histórico semelhante enquanto Arrieta arremessou pelos Orioles.
Decisão: Cubs
Aroldis Chapman
Sem muita base para comparação, o closer cubano argumentará contra o New York Yankees (sua nova franquia) com os dados do Cincinnati Reds (única equipe que defendeu na MLB). Em sua segunda passagem pela arbitragem, ele pediu US$ 13,1 milhões, e os Yankees sugerem US$ 9 milhões. É difícil apoiar a franquia contra alguém que teve ERA de 1.63, 33 saves e 1.146 de WHIP, especialmente no caso de Chapman, que na carreira tem ERA de 2.17, um WHIP próximo a 1 e quase 150 saves.
Decisão: Chapman
J.D. Martinez
Para quem saiu quase chutado do Houston Astros, a ida ao Detroit Tigers fez muito bem. O outfielder conseguiu 38 home runs, 102 corridas impulsionadas, 34,4% de chegada em base e 5 de WAR em 2015 e, baseado nestes números, pediu US$ 8 milhões, enquanto Detroit quer pagar US$ 6 milhões. Os números em Houston nunca foram tão bons, mas um ótimo 2014 nos Tigers (23 HRs, 76 RBIs e 35,8% de chegada em base), além de um pedido realista e da pequena diferença, favorecem a causa do atleta.
Decisão: Martínez
Mike Moustakas
Titular e um dos destaques do Kansas City Royals na conquista da World Series, Moustakas pediu US$ 7 milhões, contra oferta de US$ 4,2 milhões da franquia. Novamente, os dados de 2015 favorecem o atleta (22 home runs, 82 RBIs, quase 35% de chegada em base e 4,4 de WAR) e, se foram os melhores da carreira, a média desde a estreia em 2011 não é tão distinta: 18 home runs, 69 corridas impulsionadas e (a grande diferença) 30,3% de chegada em base. Ainda assim, US$ 4,2 milhões parece uma quantia baixa para um jogador com tais números.
Decisão: Moustakas
Crédito das fotos: Reprodução/YouTube