Prévias MLB 2015: Divisão Oeste da Liga Americana
Na divisão onde tudo pode acontecer, maiores orçamentos não significam muita coisa
Dando continuidade a série de prévias da temporada by The Playoffs, agora vamos falar da Divisão Oeste da Liga Americana.
A disputa por vaga nos playoffs deve ficar entre três equipes e promete ser muito acirrada, como na última edição. Apesar de investimentos muito diferentes entre os times, estamos falando do tipo de liga que tudo pode acontecer e normalmente acontece o mais improvável. Oakland Athletics e Texas Rangers que o digam. Teve time mantendo a base da temporada anterior, outros reforçando sua defesa, desmantelo de roster e muito mais. Confere aí!
LOS ANGELES ANGELS – Quem pode parar o favorito e atual campeão?
Esse é sem duvida o time favorito a conquistar a divisão e chegar voando na pós-temporada. Melhor time de todo beisebol americano em 2014, os Angels vêm com tudo para mais uma regular season. Com o lineup pouco modificado e contando com o melhor jogador de linha do beisebol – LEIA-SE MIKE TROUT -, caminha para fazer mais uma campanha como o melhor, ou ao menos uns dos melhores de toda MLB.
Trout e Albert Pujos são grandes rebatedores e na última temporada fizeram juntos 64 home runs. É home run pra caramba, amigo! Não é a toa que os dois praticamente fizeram o time de Anaheim ocupar a segunda colocação da Major League no quesito corridas anotadas e o primeiro quando o assunto foi maior número de pontos.
Por outro lado, a rotação titular preocupa um pouco. Garret Richards só deve estar totalmente recuperado da lesão em meados de abril, enquanto C.J. Wilson não está confirmado para a primeira semana da temporada. Jared Weaver vai estar no Opening Day e embora não seja um arremessador excepcional, passa confiança ao torcedor e não costuma dar facilidade aos adversários da divisão oeste da AL.
Se por um lado os Angels têm um ataque muito poderoso, por outro têm um corpo de arremessadores enfraquecido. Caso as outras equipes queiram se destacar, vão ter que rezar por maus momentos de Trout e cia e principalmente explorar os arremessadores de Los Angeles.
Campanha em 2014: 98-64 – 1º lugar na divisão
Melhor arremessador: Jered Weaver – Pelo menos enquanto Garrett Richards não volta.
Melhor rebatedor: Mike Trout– 36 home runs em 2014 e top 5 AVG da Liga Americana.
Briga por: World Series
OAKLAND ATHLETICS – Moneyball continua e general manager guarda carta na manga
O estilo Moneyball parece jamais morrer no Oakland Athletics. Pelo menos enquanto o general manager Billy Beane estiver lá. Após perder seus principais rebatedores – Josh Donaldson, Yoenis Cespedes, Brandon Moss, Derrik Norris – o time da Califórnia se reinventou por mais um ano. Jogadores jovens e promissores como Marcus Siemem e Brett Lawrie chegaram com um custo baixíssimo, além de outras caras com mais experiência como Ben Zobrist e Billy Butler. Esse último foi o que custou mais caro para os A’s, que firmaram um compromisso de três temporadas no valor de US$30 milhões.
A rotação também sofreu baixas, mas não deixa o time de fora por uma briga no playoffs, pelo menos através do Wild Card. Jon Lester e Jeff Samardzija foram embora, mas vale lembrar que antes de julho, quando Oakland era o melhor time da MLB com sobras, foram os atuais arremessadores que levaram a equipe ao topo. Sonny Gray, Scott Kazmir, Jesse Chavez e Drew Pomeranz voaram até a parada para o Jogo das Estrelas.
Em 2014, os Athletics tiveram o terceiro melhor ERA de Major League e o segundo melhor da American League. Em 2015, o time promete ser outra surpresa como vem sendo todos os anos, misturando jogadores conhecidos e outros mais novos e com futuro. Nas últimas três temporadas isso deu certo e a franquia conseguiu chegar na pós-temporada. As chances de ganhar a divisão são boas, mas não enormes. Será mais difícil do que nos últimos anos, pois agora os rivais estão bem reforçados.
Se o time ao menos chegar em julho com condições de brigar por uma vaga no mata-mata de outubro, com certeza Billy Beane fará grandes trocas, pois conseguiu juntar bons prospects na última temporada de negociações e isso será sua grande carta na manga para fazer trocas.
Campanha em 2014: 88-74 – 2º lugar na divisão
Melhor arremessador: Sonny Gray. Scott Kazmir já mostrou que pode ser um baita arremessador, mas o xodó da torcida vai para sua terceira temporada com moral de um grande ace.
Melhor rebatedor: Billy Butler – 9 home runs em 2014. Sua última temporada regular não foi o que se esperava, mas Billy tem números bons em anos anteriores. Com esse novo contrato, não deve faltar ânimo para jogar a bolinha atrás do muro com mais frequência.
Briga por: Wild Card
SEATTLE MARINERS – Será que agora vai?
Esse foi o time que conseguiu reforços bem pontuais. Sem estar dentro do top 10 de equipes que mais rebateram em 2014, os Mariners apostaram alto para 2015. Trouxeram nada mais nada menos que Nelson Cruz por quatro temporadas, onde gastarão quase US$ 60 milhões. Na última temporada, o dominicano bateu 40 home runs. O melhor da MLB no quesito.
Com isso, é bem provável que a franquia que já conta com Robinson Canó, Kyle Seager e Mike Zunino para rebater com força, ganhe mais poder no bastão.
A melhor parte é quando falamos de arremessadores. Na última temporada, Felix Hernandez, Hisashi Iwakuma e James Paxton ajudaram os Marinheiros a terem o melhor ERA da Liga Americana. O bullpen também deixa muitos com inveja e é liderado por Fernando Rodney.
Ano passado, o time de Seattle beliscou uma vaga no Wild Card, mas perdeu jogos importantes para o Oakland Athletics, adversário direto, e acabou ficando de fora. Desta vez, com o time mais forte, é possível que briguem até pelo título da divisão.
Campanha em 2014: 87-75 – 3º lugar na divisão
Melhor arremessador: Felix Hernandez – Para quem já acompanha a MLB, não precisa nem dizer, não é?! Mas para quem está começando agora, saiba que Hernandez é considerado um dos melhores arremessadores do atual beisebol e em 2014 teve ERA de apenas 2.14, uma marca absurda.
Melhor rebatedor: Nelson Cruz – Está com a idade pesando? Nem parece. Foram 40 home runs na última regular season e não tem como dar este título de melhor rebatedor para outro jogador.
Briga por: Título da divisão ou Wild Card
HOUSTON ASTROS – Evoluiu, mas ainda não é uma Brastemp
Esse time é uma incógnita. Embora tenha se reforçado com peças bastantes interessantes e que sem duvida irão ajudar muito, os Astros ainda precisam de ao menos dois grandes arremessadores. No ataque, Jose Altuve, Chris Carter e Georger Springer dão conta do recado. Na defesa, Jed Lowrie chegou para diminuir e muito os erros da equipe quando a bolinha é lançada no infield.
No bullpen, o time de Houston contratou dois dos melhores relievers da Free Agency: Pat Neshek e Luke Gregerson. Em 2014, ambos tiveram ERA abaixo de 2.00. Muitos se arriscam a dizer que era a melhor dupla de relievers que o mercado oferecia naquele momento.
O problema maior ficou por conta da rotação titular. Se falarmos de ERA, a equipe foi uma das piores da Liga Americana e de toda MLB no ano passado. O melhor desempenho foi de Dallas Keuchel, com ERA de 2.93 – único que se salva. É uma boa marca, por sinal. E até agora, nenhum nome bom foi anunciado. Se conseguirem essas duas peças que faltam, o torcedor do time do Texas poderá voltar a sorrir novamente e quem sabe brigar por uma vaguinha no Wild Card.
Por enquanto, ficará a eles a missão de incomodar as outras franquias. Isso eles vão fazer muito. Jogos que pareciam ser fáceis não existirão mais quando enfrentarem o Houston Astros. Se os trabalhos da direção continuarem desse jeito, ano que vem poderemos dizer que eles brigarão no mínimo por Wild Card.
Campanha em 2014: 70-92 – 4º lugar na divisão
Melhor arremessador: Dallas Keuchel. Vai para sua quarta temporada e embora as duas primeiras tenham sido ruins, a última deixou uma esperança enorme com relação ao seu futuro.
Melhor rebatedor: Chris Carter. Ele começou 2014 meio sonolento e chegou a ser vaiado em vários momentos. Depois, acordou e se redimiu. Carter rebateu 37 home runs e hoje é indispensável pela equipe. Seu semblante de veterano fica só por aí mesmo. Ele tem apenas 27 anos.
Briga por: Não ser o saco de pancadas da liga e surpreender em jogos aparentemente fáceis. Ou seja: nada.
TEXAS RANGERS – Haja coração, amigo!
Não querendo ser clubista, até porque não é meu time e aqui somos o mais discretos possíveis. Mas pelo amor de Deus, seja digno Texas Rangers! Como pode um time gastar mais de US$ 135 milhões por ano e ficar em último numa divisão que tem outros dois times gastando menos de US$ 70 milhões (Oakland e Houston)?
Pior é que o ano já começou de forma ruim. O principal arremessador, Yu Darvish, vai passar pela cirurgia Tommy John e está fora da temporada. Para não dizer que só tem tragédia pela frente, Prince Fielder está de volta. O jogador costuma bater 30 ou mais home runs por temporada e em 2014 bateu apenas 3, participando somente de 42 jogos. Totalmente recuperado, espera-se que ele mantenha a boa forma e ajude o Texas a não ser mais um dos piores times da Liga Americana.
Para preencher uma das posições carentes, a franquia contratou Carlos Corporan para a posição de catcher. Embora não seja tão bom no bastão, defensivamente é muito bom e é uma boa aposta do general manager Jon Daniels.
Com folha salarial para estar brigando lá em cima e nos baseando em nomes como Adrian Beltre e Fielder, a equipe de Arlington pode fazer mais do que apanhar, apanhar e apanhar dos outros times. O problema é que, para isso, os jogadores terão que fazer mais do que surpreender. Com contratos longos, ou a atual direção se livra logo de alguns atletas para ter mais espaço no elenco, ou espera por um milagre.
Além da baixa que a rotação titular sofreu, o bullpen também não é dos melhores. Nenhum arremessador terminou 2014 com ERA abaixo de 3.90. Para completar, ninguém foi contratado até agora.
Do jeito que as coisas estão, é bem capaz do time ser o último da liga por mais um ano. E pensar que há duas temporadas, os Rangers brigaram pelo título da West League até a última rodada, quando perderam para Oakland.
Campanha em 2014: 67-95 – 5º lugar na divisão
Melhor arremessador: Era Yu Darvish. Agora já era. Mais fácil dizer quem é menos pior. E meu voto vai para o recém contratado Yovani Gallardo, que teve ERA de 3.51 na última temporada.
Melhor rebatedor: Adrian Beltre. Embora tenha tido um ano não muito produtivo, ele é um jogador perigoso e costumava bater acima de 30 home na temporada regular. Seus números vão cair com o passar da idade, como é normal. Mas aos 35 anos, acredito que ainda tenha guardado algumas rebatidas bem bonitas.
Briga por: Não ser o último da divisão e conseguir vitórias dignas dos principais rivais.
Próximos previews:
24/3 – AL Central – Frederico Biton
27/3 – NL West – Rafael Pezzo
30/3 – NL Central – Marcello Fernandes
2/4 – AL East – Lucas Henrique
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