Prévias MLB 2015: Divisão Leste da Liga Nacional
Com dois dos jogadores mais caros da Major League, divisão promete disputa acirrada por vaga nos playoffs
TÁ CHEGANDO A HORA! Eu, você e todo mundo estamos contando os dias para o Opening Day da MLB, que acontece em 5 de abril. Mas enquanto ele não vem, aqui no The Playoffs iniciamos uma série de prévias da temporada, separadas por cada divisão.
Eu farei aqui o “primeiro arremesso”, falando da Divisão Leste da Liga Nacional. A NL East promete ser um pouco desequilibrada, com 2 times muito bons, outro mais ou menos e 2 claramente abaixo dos demais. Conto um pouco de cada um deles nas próximas linhas e você tira suas conclusões.
Importante: o The Playoffs busca ao máximo falar ao mesmo tempo com fãs dos esportes americanos de longa data e também iniciantes. Por isso, fazemos sempre textos pensando neste meio termo. Se você está começando agora no beisebol e tem dúvidas sobre algo que for falado aqui, deixe seu comentário lá embaixo e responderemos com o maior prazer.
MIAMI MARLINS: E os US$ 325 milhões de Giancarlo Stanton
O Miami Marlins chega em 2015 com um pouco mais de moral que em 2014. Por dois motivos em especial. O primeiro é o financeiro, pela demonstração de poder ao renovar o contrato de sua estrela Giancarlo Stanton por 13 anos e US$ 325 milhões, maior cifra da história do beisebol. O segundo é pelas boas e pontuais contratações que fez, como as chegadas de Dee Gordon, Martin Prado, Michael Morse, o veterano Ichiro Suzuki, além dos arremessadores Dan Haren e Mat Latos. E falando em pitchers, Jose Fernandez está em fase final de recuperação da cirurgia Tommy John e vai tornar o time ainda melhor nos próximos meses.
Com isso, Miami tem um time titular muito mais potente e para botar medo nos adversários de sua divisão, que já não é lá essas coisas. Em 2014, o time flertou com vaga nos playoffs e deu azar na reta final, quando Stanton levou uma bolada na cara (antes de levar a bolada no bolso) e saiu com quase 20 jogos pro fim, no momento em que ainda brigava por vaga. Falando no milionário outfielder, ele vem da melhor temporada de sua carreira, onde para muitos deveria ter sido MVP. Ou seja, este ano ele vem babando para jogar ainda mais e chegar aos playoffs.
Em 2015, Miami deve ter mais vitórias que derrota e tem o objetivo claro de vencer a divisão. A expectativa é que o ataque produza mais e a defesa mantenha seu bom desempenho. Será pedir muito? Com essa receita, os Marlins podem chegar à pós-temporada, ainda mais pela pouca concorrência na divisão, mas pensar em título talvez seja ainda um sonho distante.
Campanha em 2014: 77-85 – 4º lugar na divisão
Melhor arremessador: Mat Latos – enquanto Jose Fernandez não volta e apesar de ele provavelmente ficar atrás de Henderson Alvarez na rotação, voto no ex-Reds – ERA em 2014: 3.25.
Melhor rebatedor: Giancarlo Stanton – 37 home runs em 2014; 39,5% de chegadas em base.
Briga por: Playoffs
WASHINGTON NATIONALS: A melhor rotação do beisebol
Max Scherzer, Stephen Strasburg, Jordan Zimmermann, Doug Fister e Gio Gonzalez. Com este quinteto sensacional, jogadores que poderiam ser aces em várias equipes da MLB, o Washington Nationals espera chegar ainda mais longe na próxima temporada. Em 2014, o time teve a melhor campanha da Liga Nacional, mas logo de cara levou um duro golpe do time que seria o campeão, o San Francisco Giants.
A chegada de Scherzer, que custou US$ 210 milhões, torna a rotação do time quase perfeita no papel. Na minha opinião, a melhor da MLB com sobras. Sem ele, ano passado, o time já foi o que menos sofreu home runs na temporada e o segundo melhor em corridas cedidas. Se pegarmos o FIP da última temporada, vemos no Top 5 da NL dois arremessadores de Washington, Zimmerman e Strasburg. A dúvida é quem será o ace, com tantas boas opções. No bullpen, o time também se garante com bons nomes como Tanner Roark e Drew Storen.
Agora, o negócio seria trabalhar melhor o ataque. O time basicamente não contratou jogadores novos pensando no lineup e ainda perdeu um de seus melhores rebatedores, Adam LaRoche, que foi para os White Sox. Mas não vejo isso como problema. Em 2014, os Nats estiveram no top 12 em rebatidas, corridas e home runs. Mesclando ataque bom e defesa sensacional, dá para voltar aos playoffs e, aí, para sonhar mais alto, vai precisar de um algo a mais. Mas time para pensar em um anel, tem.
Campanha em 2014: 96-66 – 1º lugar na divisão/ eliminado na primeira rodada dos playoffs.
Melhor arremessador: Max Scherzer – difícil escolher 1 entre os 5 titulares da equipe, mas um cara que custou US$ 210 milhões e já foi Cy Young tem que ser respeitado – ERA em 2014: 3.15. Strikeouts: 252 (maior marca da carreira).
Melhor rebatedor: Anthony Rendon – 21 home runs, 28,7% de aproveitamento e 35,1% de chegadas em base em 2014. Líder da equipe em OPS com 47,3%.
Briga por: Playoffs e título
NEW YORK METS: presente ou futuro?
O New York Mets ainda é uma boa dúvida na minha cabeça e acho que na de muitos comentaristas de beisebol. Apesar de alguns jogadores experientes como David Wright, Curtis Granderson e Bartolo Colon, o time é basicamente jovem e conta com bons prospectos em Ligas Menores. Ou seja, pode evoluir no futuro, mas a torcida quer resultados no presente.
Em 2014, apesar de problemas no ataque, o time surpreendeu e conseguiu terminar em segundo lugar na divisão empatado com o Atlanta Braves. Porém, New York aproveitou o momento ruim dos Marlins na reta final e a lesão de Stanton para conseguir esse feito. Este ano, é muito mais difícil pensar nisso, pois a equipe nãp buscou reforços pro ataque, enquanto Miami evoluiu.
Importante a volta de Matt Harvey para liderar a rotação dos Mets após uma cirurgia Tommy John em 2013. Junto com o calouro do ano de 2014 na Liga Nacional, Jacob deGrom, formarão um time de arremessadores muito bom, só não melhor porque Zack Wheeler também se machucou e vai para TJ. No ataque, aposta na potência de Lucas Duda, que bateu 30 HRs em 2014. Mas falta um pouco mais de potência para objetivar playoffs. Na última temporada, o time foi o 3º pior em rebatidas válidas.
Campanha em 2014: 79-83 – 2º lugar na divisão junto com os Braves.
Melhor arremessador: Matt Harvey – não jogou em 2014 por causa da cirurgia, mas é bem novo e tem como voltar em alto nível. Na carreira, ERA de 2.39 em 36 jogos como titular e duas temporadas. Mas não é absurdo se você disser que Jacob deGrom é melhor.
Melhor rebatedor: Lucas Duda – 30 home runs e 130 rebatidas em 2014.
Briga por: Playoffs (mas vai ser difícil)
ATLANTA BRAVES: Renovação que ainda deve demorar
O Atlanta Braves vive um momento completamente nebuloso. Um dos times mais tradicionais do beisebol não bota medo em ninguém, essa é a dura verdade. Em 2014, flertou com classificação para os playoffs em alguns momentos, mas no fim passou longe disso, com recorde negativo de 79-83. Este ano, nada diferente disso deve acontecer, ainda mais porque a equipe está num processo de reconstrução, com saída de jogadores, troca de general manager e maior aproveitamento de prospectos.
O ataque, que não era uma maravilha, perdeu 3 dos 5 jogadores que mais anotaram home runs na temporada anterior: Justin Upton (foi pra San Diego), Evan Gattis (foi pra Houston) e Jason Heyward (foi pra St. Louis). Veio o bom Nick Markakis, de Baltimore, que deve ser homem de leadoff, e tem ainda Freddie Freeman, jogador de muita potência no bastão, mas que caiu de 2013 para 2014. E para por aí.
Defensivamente, o time também não se garante, nem com os jogadores de posição e nem com os arremessadores da rotação. Alguns dos jogadores mais confiáveis do setor tiveram sérias lesões ou saíram, e sobraram atletas jovens e menos confiáveis. Bom mesmo só o closer, Craig Kimbrel. Mas para ele mostrar sua qualidade, é preciso que os Braves cheguem na última entrada vencendo seus jogos. Tarefa complicada.
Campanha em 2014: 79-83 – 2º lugar na divisão junto com os Mets.
Melhor arremessador: Craig Kimbrel – closer, salvou 47 de 51 jogos em 2014. Jogou 61.2 entradas e cedeu apenas 13 corridas e 30 rebatidas – ERA de 1.61.
Melhor rebatedor: Freddie Freeman – Em 2014: 18 home runs, 78 RBIs, 175 rebatidas e 28,8% no bastão.
Briga por: ter mais vitórias que derrotas – e olhe lá.
PHILADELPHIA PHILLIES: esqueçam 2015
Se você é torcedor do Philadephia Phillies, prepare-se. O ano será duro demais! O time iniciou um planejamento de reconstrução, se livrando de jogadores mais velhos (mesmo que bons, como Jimmy Rollins e Marlon Byrd) e trazendo vários prospectos. Ainda restaram alguns com contratos ruins e idade avançada que são muito difíceis de serem negociados, casos de Cliff Lee (machucado de novo), Cole Hammels e Ryan Howard. Estes ficam, pelo menos até o meio da temporada, até que outra equipe resolva arriscar algo a curto prazo.
A ideia é que em 2 ou 3 temporadas o time da cidade do amor fraternal volte a fazer o barulho que fazia na década passada. Mas se 2015 não serve para nada, é melhor nem assistir os jogos dos Phillies então? Calma, não é assim. Como já disse, há bons prospectos surgindo, alguns vindos nestas últimas negociações, e a expectativa é ver alguns lampejos do que pode ser o futuro da equipe.
É bem provável que Philadelphia seja até a pior equipe da temporada, mas podemos dizer que cada vitória desse time, cada feito dos novatos e cada negociação que o GM Ruben Amaro Jr. consiga podem ser considerados pequenos títulos para Phily.
Campanha em 2014: 73-89 – último na divisão
Melhor arremessador: Cole Hamels – jogador que fez história na Philadelphia, Hamels teve a melhor temporada da carreira em ERA em 2014, com 2.46. Os Phillies ainda planejam negociá-lo, ainda mais sabendo que muita gente o quer, mas enquanto isso, ele é um ótimo ace para se começar uma temporada.
Melhor rebatedor: Ryan Howard – Outro que Philadelphia quer negociar desesperadamente e que teve um 2014 abaixo da média, mas segue sendo um rebatedor potente. Em 2014: 23 home runs, 127 rebatidas.
Briga por: não passar vexame
Próximos previews:
21/3 – AL West – Fernando Marchezi
24/3 – AL Central – Frederico Biton
27/3 – NL West – Rafael Pezzo
30/3 – NL Central – Marcello Fernandes
2/4 – AL East – Lucas Henrique