[PRÉVIA] Playoffs da MLB: ALDS 2016 | Semifinais da Liga Americana
Indians e Red Sox; Rangers e Blue Jays; duas séries imprevisíveis abrem a série divisional de 2016
Começam nesta quinta-feira (06) as semifinais da Liga America nos Playoffs da MLB. A chamada ALDS – American League Divisional Series traz dois duelos muito interessantes e de previsão bastante complicada.
De um lado, o Cleveland Indians, campeão da Divisão Central, encara o temido Boston Red Sox, que ficou com o título da Divisão Leste. Já o Texas Rangers, campeão do Oeste, encara o Toronto Blue Jays, que sobreviveu a um duelo de repescagem contra o Baltimore Orioes para chegar a esta fase. Os vencedores se enfrentam na final, valendo vaga na World Series.
O The Playoffs antecipa agora um pouco do que você verá nas duas séries da ALDS 2016 e deixa a pergunta pra você: quem avança na Liga Americana?
Cleveland Indians (94-67) vs. Boston Red Sox (93-69)
Esse já começa sendo um jogo de análise muito difícil. Indians e Red Sox têm estilos de jogo semelhantes e que, na minha visão, não se encaixam um ao outro dentro de um jogo. Sendo assim, tudo pode acontecer.
As duas equipes têm ataques fortes e defesas consistentes. Para esta série especificamente, Boston leva a melhor no time de arremessadores titulares, por ter todo mundo saudável na hora certa. Cleveland, pelo contrário, não terá dois de seus melhores titulares, Carlos Carrasco e Danny Salazar, machucados. Numa série tão equilibrada, isso pode fazer a diferença.
Os Red Sox, que fazem sua última pós-temporada com David Ortiz em campo, têm o melhor ataque da MLB em aproveitamento no bastão (28,2%) e corridas anotadas (878). Os Indians não ficam tão atrás, com 26,2% no bastão (5º da MLB) e 777 runs (também 5º). A diferença é que os Meias Vermelhas têm um ataque mais explosivo, que decide mais no quesito home runs – foram 208 a 185 na temporada.
Como já dissemos, as lesões assombram a Tribo. Pelo menos, o técnico Terry Francona e nós brasileiros ganhamos uma boa notícia no final de semana. Estamos falando da volta de Yan Gomes. O catcher paulistano, que foi dado há algumas semanas como fora da temporada, voltou surpreendentemente e já até bateu home run. Gomes dá muito mais segurança para a posição no quesito defesa e mesmo em uma temporada terrível no bastão, já foi Silver Slugger e pode surpreender. O time, porém, escalou no roster 3 catchers, por precaução.
No que ficar de olho
Nos ataques! Os Red Sox têm 3 jogadores com mais de 30% de aproveitamento na temporada e não são quaisquer atletas: Mookie Betts e Dustin Pedroia têm 31,8%, enquanto Big Papi fechou sua carreira em fases de classificação da MLB com 31,5% em 2016. Já os Indians tiveram Jose Ramirez com 31,2% e Francisco Lindor, com 30,1%.
E não se assuste se você assistir a muitos home runs cruzando a sua tela. Boston teve 3 rebatedores com 30 ou mais pombos sem asa no ano: Ortiz (38), Betts (31) e Hanley Ramirez (30). Já Cleveland, aparece com dois na lista: Mike Napoli e Carlos Santana (ambos 34).
Arremessadores
A rotação dos Indians vem muito desfalcada nessa série, sem Carrasco e Salazar. Além disso, Corey Kluber (3.14 ERA), candidato para muitos a Cy Young da temporada, se machucou na semana passada e não está na melhor condição. Por isso, o ace da equipe deve arremessar apenas no segundo jogo, sexta-feira. Trevor Bauer (4.26 ERA) foi o eleito para a primeira partida, enquanto Josh Tomlin (4.40 ERA) arremessa no jogo 3.
Já pelos Red Sox, sem grandes surpresas, outro candidato a Cy Young foi o eleito para o jogo 1: Rick Porcello (3.15 ERA). Com Porcello x Bauer, não é difícil dizer que a equipe de Boston sai em vantagem, mesmo jogando fora de casa. No jogo 2, David Price (3.99) encara Kluber. Price que é muito criticado por seu desempenho em playoffs (2-7 na carreira, 5.12 de ERA). Estão escalados para os jogos 3 e 4 Clay Buchholz (4.78 ERA) e Eduardo Rodriguez (4.71), respectivamente. Os dois não são exatamente confiáveis.
Lembrando que um item que pode fazer diferença num duelo de ataques tão fortes é o bullpen. Nesse quesito, vantagem para o Cleveland Indians (mas não muita), que teve ERA de 3.45 na temporada, contra 3.56 no rival. As duas equipes podem se gabar de terem closers de alto nível. Aqui, vantagem também para a Tribo, que conta com o ótimo Andrew Miller, que não passou de 1.45 de ERA somadas suas atuações também nos Yankees. Craig Kimbrel (3.40) não foi tão espetacular no Boston Red Sox, mas junto com Koji Uehara e cia, forma um ótimo time de relievers.
A série
6/10: jogo 1, em Cleveland
7/10: jogo 2, em Cleveland
9/10: jogo 3, em Boston
10/10: jogo 4, em Boston (se necessário)
12/10: jogo 5, em Cleveland (se necessário)
Palpite: Red Sox em 4 jogos
É um duelo MUITO equilibrado. Mas alguns fatores me fazem pender para os Red Sox. Especialmente pelos problemas na rotação titular dos Indians, que forçam a entrada de um arremessador não tão seguro no jogo 1, duelo pode ser decisivo numa série de 5 jogos.
(Fotos: Maddie Meyer/Getty Images; Facebook/ Cleveland Indians))
Texas Rangers (95-67) vs. Toronto Blue Jays (89-73)
A série que TODOS esperavam. O Texas Rangers encara o Toronto Blue Jays na revanche de um confronto entre as mesmas equipes, nesta mesma fase, em 2015.
Na ocasião, os texanos abriram 2 a 0, mas permitiram a virada improvável na série, com direito a um famoso batflip de Jose Bautista, que gerou muita polêmica. E essa rivalidade se manteve para esta temporada, com direito a briga entre o mesmo Bautista e Rougned Odor, que mostrou toda sua técnica no boxe com esse golpe abaixo.
Pra quem não entendeu porque querem tanto essa série entre Rangers e Blue Jays… essa imagem explica. #tudopelamlb pic.twitter.com/tgA784moZ4
— The Playoffs 🏈🏀⚾🏒 (@theplayoffsbr) October 5, 2016
Rivalidade à parte, pois os dois times dizem não pensar nisso para o duelo deste outubro (sei!), há muitas armas que podem fazer a diferença. Texas tem um time que juntou veteranos de uma forma incrível. O que dizer de Adrian Beltre, batendo recordes a cada rodada? Ele fechou o ano com 32 home runs e 30% de aproveitamento no bastão.
No meio do ano, a equipe trouxe ainda Carlos Beltran, candidato a “comeback player of the year”, que terminou 2016 com 29 homers. Odor, citado aqui anteriormente, teve 33 HRs, mostrando que não e bom só de briga. Os Rangers que colocaram muito bem a bola em jogo na temporada, 26,2% de aproveitamento, quinta melhor marca da MLB (empatados com os Indians).
Do outro lado, potência no ataque também não é problema. Mas no caso, o time é melhor batendo homers do que com o chamado “small ball”. Os Jays foram apenas o 23º time em AVG., com 24,8%, mas em HRs ficam em quarto com 221. Aliás, foi um home run que decidiu a classificação da equipe para esta fase. E foi do melhor rebatedor do time, Edwin Encarnacion, que conseguiu outros 42 quadrangulares na temporada.
Completam o forte time de sluggers, Josh Donaldson, Michael Saunders, Troy Tulowitzki e nosso querido Bautista, todos com mais de 20 homers no ano. Porém, nenhum jogador do elenco de Toronto está sequer entre os 50 primeiros no quesito aproveitamento, o que é um fato preocupante quando falamos de playoffs.
Sobre montinho, falaremos mais abaixo, mas vale destacar que bullpen não e o forte de ambos os times, ao contrário dos outros semifinalistas. Os Blue Jays têm o 22º ERA da liga no quesito, com 4.11, enquanto os relievers dos Rangers juntos aparecem apenas na 25ª posição, com 4.40. Considerando titulares, a coisa muda de figura e favor dos canadenses. Toronto tem ERA de 3.64, o quarto melhor da temporada regular. Já Texas, com 4.38, é apenas o 16º do ranking.
No que ficar de olho
Não tem como falar desse jogo sem falar da rivalidade que o envolve. Como dissemos, além da briga generalizada deste ano, em 2015 tivemos uma série incrível entre os dois. Os Rangers tiveram muitas chances de vencer, considerando que abriram 2 a 0 na série e, mesmo depois do 2 a 2, tiveram a liderança do jogo 5 até os últimos instantes, quando viram Bautista fazer o que fez abaixo.
Digamos que o beisebol é um esporte “frio” o bastante para que possamos ver duas equipes bem concentradas no jogo e não nessa rivalidade de ódio puro. Mas, certamente esse é um ingrediente relevante e que, se mal trabalhado por qualquer dos lados, pode ser um fator decisivo.
Arremessadores
Os Blue Jays confirmaram para o jogo 1 da série Marco Estrada (3.48 de ERA), que pela primeira vez na carreira foi All-Star. Uma opção segura, considerando que o provável escolhido para um jogo número 1 seria Marcus Stroman, mas este foi titular na partida de wild card e só deve voltar num eventual jogo 4.
No jogo 2 vem ao montinho J.A. Happ (ERA de 3.18), arremessador de 20 vitórias no ano. Na partida 3 o técnico John Gibbons optou pelo on fire Aaron Sanchez, de 3.00 de ERA e 15 vitórias pessoais. Francisco Liriano, que poderia fazer parte dessa lista, perde espaço por ter atuando como reliever no jogo contra os Orioles, mas pode voltar na mesma função durante a série. Falando em bullpen, o closer Roberto Osuna se machucou na partida de terça e deve perder alguns jogos da ALDS.
Do outro lado, os Rangers têm também ótimas opções nos arremessos. O titular do jogo número 1 será Cole Hamels (3.32 ERA). Em pós-temporadas, o veterano registra na carreira ERA de 3.03 e WHIP (walks e hits por inning) de apenas 1.03. No jogo 2, outro monstro sobe ao montinho: Yu Darvish, que voltou de cirurgia Tommy John neste ano e registrou 3.41 de ERA em 17 partidas na temporada.
Colby Lewis (3.71 ERA) e Martin Perez (4.39 ERA) devem fazer as aberturas dos jogos 3 e 4 para os texanos. Sam Dyson vem saudável e será o closer da equipe para fechar jogos nesta série que promete placares apertados.
A série
6/10: jogo 1, em Texas
7/10: jogo 2, em Texas
9/10: jogo 3, em Toronto
10/10: jogo 4, em Toronto (se necessário)
12/10: jogo 5, em Texas (se necessário)
Palpite: Rangers em 5 jogos
Bem difícil prever qualquer coisa aqui, mas acredito que Texas seja um time mais consistente no geral, de acordo com o que mostrou durante o ano. Mais confiável. Por isso, ganha meu voto de confiança também.
(Foto: Ronald Martinez/Getty Images)