[PRÉVIA] Playoffs da MLB: NLDS 2017 | Semifinais da Liga Nacional
Time de melhor campanha na MLB, Dodgers enfrentam Diamondbacks; Cubs e Nationals fazem duelo equilibrado
Começam nesta sexta-feira (6) os duelos de divisões da Liga Nacional nos Playoffs da MLB. As duas séries têm tudo para serem muito equilibradas e chegaram ao jogo 5.
Equipe com a melhor campanha das Grandes Ligas em 2017, o Los Angeles Dodgers venceu a Divisão Oeste, conquistou a vantagem do mando de casa até a World Series e agora enfrenta o Arizona Diamondbacks, ganhador do jogo de Wild Card. No outro lado da chave o atual campeão Chicago Cubs, campeão da Divisão Central, encara o Washington Nationals, que levou a Divisão Leste sem correr riscos durante todo a temporada.
O The Playoffs traz aqui um pouco do você verá nestas duas séries da NLDS (National League Division Series) 2017.
Washington Nationals (97-65) vs Chicago Cubs (92-70)
Este é um confronto em que o equilíbrio é evidente. O Chicago Cubs teve uma temporada de altos e baixos em 2017, em parte por causa da “ressaca da World Series” e também pelo baixo desempenho de alguns jogadores importantes na campanha de 2016. Já com Washington Nationals foi quase o contrário. Após amargar mais uma derrota em jogo de Wild Card, a franquia da capital norte-americana foi competitiva o ano inteiro, mesmo com problemas no bullpen.
Comparando os ataques durante a regular season, Chicago leva pequena vantagem para o duelo. Foram 223 home runs anotados pelo time (ficando em 3° lugar na NL nesse quesito), porcentagem de chegada em base (OBP) de 33,8%, a maior da Liga Nacional. O ataque dos Nationals tem, nesses mesmos dois itens, 215 homers anotados (7°) e OBP de 33,2% (5°), respectivamente.
No entanto, Washington fica na frente em relação à defesa. Na temporada regular, os Nats tiveram 86 erros defensivos creditados aos seus jogadores, enquanto que os Cubs tiveram 95. A porcentagem de fielding do time da capital também é superior a do rival: 98,5% contra 98,4%.
Outro aspecto que mostra a igualdade no confronto é a experiência do managers. Dusty Baker é um dos nomes mais respeitados na liga na função e já levou outras equipes longe em pós-temporada. Joe Maddon também. Vale ressaltar que o skipper de Chicago venceu o Fall Classic do ano passado, título que Baker não tem como comandante de time, e isso conta muito nos playoffs.
No que ficar de olho
Se tem uma coisa que o fã de beisebol pode esperar nesse confronto são jogadores que podem produzir corridas. De um lado Bryce Harper (29 HRs, 31,9%), Anthony Rendon (25 HRs, 30,1%), Ryan Zimmerman (36 HRs, 30,3%), Daniel Murphy (23 HRs, 32,2%) e Michael Taylor (19 HRs, 27,1%) jogando bem a temporada inteira.
Do outro, Kris Bryant (29 HRs, 29,5%), Anthony Rizzo (32 HRs, 27,3%), Wilson Contreras (21 HRs, 27,6%), Javier Baez (23 HRs, 27,3%), Ian Happ (24 HRs, 25,3%) e Kyle Schwarber (30 HRs, 21,1%) voltando a suas melhores formas e que já sabem o caminho para vitória.
Pensando no desempenho dos arremessadores, que será o próximo assunto, qualquer erro pode ser fatal e decretar uma derrota na série. Por isso, os times ofensivos dos dois envolvidos na NLDS é algo pra ficar de olho.
Arremessadores
Apontar o favorito nesse quesito, em tese, seria fácil. Em tese. Os Nationals têm em Max Scherzer (2.51 ERA) uns dos melhores pitchers do beisebol. Além de atletas confiáveis como Stephen Strasburg e Gio Gonzalez, que proporcionam ao time de D.C. segurança para uma série de 5 jogos contra um ataque igual ao dos Cubs.
No entanto, existe uma notícia nada boa para os torcedores da equipe. Scherzer saiu de campo no último jogo sentindo câimbra na coxa e Dusty Baker não confirmou em qual jogo da série ele atuará. O bullpen de Washington também pode ser um problema se um dos titulares não for bem logo cedo. Durante a janela de transferências no meio do ano, os Nats trouxeram os relievers Ryan Madson (1.83 ERA) e Sean Doolittle (2.81 ERA), ambos do Oakland Athletics. As aquisições melhoraram o desempenho do grupo de arremessadores de relevo, que no momento tem um ERA coletivo de 4.41. Mas é sempre bom não forçar muito na profundidade do bullpen.
Os Cubs tiveram problemas com sua rotação titular este ano. Kyle Hendricks (3.03 ERA) sofreu com lesões, mas mesmo assim foi consistente. Jake Arrieta (3.53 ERA) não estava na sua melhor forma, assim como Jon Lester. A chegada de Jose Quintana ajudou muito a equipe, mas outros nomes importantes como John Lackey (4.56 ERA) e Mike Montgomery (4.15 ERA) não foram bem.
O bullpen dos Cubs é uma vantagem nessa parte do jogo. Com uma média de corridas merecidas de 3.80, o grupo de relievers conta agora com Wade Davis (2.30 ERA), que chegou no começo da temporada e garantiu 32 saves até agora. Será interessante ver como estes arremessadores irão se comportar contra rebatedores agressivos e potentes de ambos os times.
A série
06/10: jogo 1, em Washington
07/10: jogo 2, em Washington
09/10: jogo 3, em Chicago
10/10: jogo 4 (se necessário), em Chicago
12/10: jogo 5 (se necessário), em Washington
Palpite: Nationals em 5 jogos
A torcida dos Cubs vai pegar no meu pé, mas se parar pra analisar de maneira minuciosa, verá que faz sentido. Washington nunca esteve tão bem quanto neste ano, com os seus jogadores principais e coadjuvantes jogando bem e vencendo partidas.
É claro que toda história e experiência que o elenco dos Cubs adquiriram no ano passado entra nessa conta. Porém, o desempenho abaixo da média e a luta para conquistar a divisão até os últimos momentos podem prejudicar o rendimento de Chicago nos primeiros jogos da série. E isso pode ser decisivo.
(Fotos: 1 e 3-Facebook Washington Nationals/2 e 4-Facebook Chicago Cubs)
Los Angeles Dodgers (104-58) vs Arizona Diamondbacks (93-69)
Esta é uma série que pode surpreender muita gente. Afinal de contas, um time com a melhor campanha do beisebol teoricamente tem que passar da equipe que chegou à NLDS via Wild Card, certo? Não é bem assim.
É claro que o Los Angeles Dodgers tem um ataque de respeito (219 HRs), uma defesa sólida, e um grupo de arremessadores (rotação titular e bullpen, 3.38 ERA) que está entre os melhores das Grandes Ligas. Porém, Arizona também tem um ataque que causa estragos (222 HRs), corpo defensivo dedicado e starting rotation pitchers (ERA de 3.64) em boa fase.
Isso tudo já dá uma noção de “quase equilíbrio” de forças. Mas existe aquele fator alheio à técnica de jogo ou ao talento, e se chama confiança. Depois do chamado “Desastre de Rich Hill“, os Dodgers perderam 16 em uma sequência de 20 jogos, o que tirou o embalo fulminante em que a equipe vinha após o All-Star Break.
Já com os D-backs, o cenário foi oposto. O time de Phoenix cresceu e ganhou jogos importantes em séries difíceis para se consolidar na busca pela vaga do wild card. E agora, com uma vitória suada contra o Colorado Rockies, Arizona tem a confiança lá em cima. Los Angeles voltou a ganhar e garantiu a melhor campanha. Mas a questão é se todo aquele ímpeto e voracidade que o elenco angelino mostrou em grande parte do ano ainda está ali para os playoffs.
No que ficar de olho
Os duelos entre arremessadores têm uma parte própria, então focarei nos outros jogadores decisivos de ambos os times. Um candidato sério ao prêmio de Novato do Ano, Cody Bellinger (39 HRs, 26,7%) tem tudo pra mostrar que é um a estrela em ascensão. Em outros jogos dos Dodgers, quando a vitória estava difícil ou as corridas não apareciam, o rookie vinha ao at bat e dava sua contribuição. Outro que seguiu essa linha foi Justin Turner (21 HRs, 32,%).
O terceira base é uma verdadeira ameaça a qualquer equipe. Seja no bastão ou no campo interno. Sua capacidade de prolongar at bats e conseguir corridas é algo para se prestar atenção em um jogo.
Pelo lado dos D-backs, Paul Goldschmidt (36 HRs, 29,7%) é o cara para fica de olho. Provável MVP da Liga Nacional, o primeira base tem tudo pra mudar a dinâmica dessa série. Sólido na defesa e consistente quando vai rebater, Goldy é alguém pode chamar muito a atenção na NLDS.
O último é Jake Lamb, que anotou 30 homers e impulsionou 105 corridas esse ano. Mais um atleta para deixar o torcedor dos Dodgers preocupado.
Arremessadores
Mesmo com todo o ótimo desempenho dos titulares de Arizona, a starting rotation de Los Angeles é melhor. Ter Clayton Kershaw (2.31 ERA), mesmo com seu retrospecto em playoffs, no seu elenco é sempre um trunfo.
A contratação de Yu Darvish (3.44 ERA) deixa isso mais evidente. Apesar do ano ruim com os Rangers e o começo atribulado com a franquia californiana, o pitcher japonês é um jogador que pode render e ajudar numa série de 5.
Fora outros nomes que foram muito bem durante a temporada como Alex Wood (2.72 ERA) e Rich Hill (3.32 ERA). Mas o bullpen também soma muito nessas horas. O grupo de relievers dos Dodgers tem um ERA de 3.38, enquanto que o do Diamondbacks tem 3.81. Como vimos no ano passado com Indians e Cubs, ter um bullpen seguro e preparado é sinônimo de vitória.
Mas Arizona não está atrás. Zack Greinke (3.20 ERA) voltou a jogar como um ace – não exatamente no wild card, mas ok. E com Robbie Ray (2.89 ERA), Zack Godley (3.37 ERA) e Taijuan Walker (3.49 ERA) atuando muito bem, o time de Phoenix vai dar trabalho para os rebatedores de Los Angeles.
No relevo, Fernando Rodney (4.31 ERA) trouxe experiência para o time e faz boa temporada, junto com o homem de setup Archie Bradley (1.94 ERA), que até rebatida tripla conseguiu contra os Rockies. Serão duelos entre pitchers e rebatedores interessantes de acompanhar.
A série
06/10: jogo 1, em Los Angeles TRANSMISSÃO NA TV – ESPN+, 23:30 hrs (de Brasília)
07/10: jogo 2, em Los Angeles TRANSMISSÃO NA TV – ESPN, 22:00 hrs (de Brasília)
09/10: jogo 3, em Arizona
10/10: jogo 4 (se necessário), em Arizona
12/10: jogo5 (se necessário), em Los Angeles
Palpite: Dodgers em 5 jogos
Os Dodgers têm o melhor time no papel e em tese. Mas já vimos outras vezes que isso não leva pra World Series e que as coisas mudam em outubro. Entretanto, para ser campeão você precisa ter bons jogadores em todos os aspectos do jogo. E isso o time de Los Angeles tem. Se o elenco do manager Dave Roberts entender que esse é o momento de jogar pra valer e sem cometer erros, o time de Chavez Ravine tem tudo pra passar pelos D-backs.
(Fotos: 1- Matthew Stockman/Getty Images /2-Facebook Los Angeles Dodgers/ 3- Twitter @dbacks)