[PRÉVIA] Playoffs da MLB: ALDS 2017 | Semifinais da Liga Americana
Indians e Yankees; Red Sox e Astros; duas séries emocionantes para definir quem vai à ALCS
Nesta quinta-feira (5/10), se iniciam as semifinais da Liga Americana nos Playoffs da MLB. As ALDS (American League Division Series) trazem dois duelos imprevisíveis e que prometem muitas emoções.
De um lado, o Houston Astros, campeão da Divisão Oeste, encara o Boston Red Sox, que ficou mais uma vez com o título da Divisão Leste. Já o Cleveland Indians, campeão da Divisão Central, encara o New York Yankees, que sobreviveu a um duelo épico de Wild Card contra o Minnesota Twins para chegar a esta fase. Os vencedores se enfrentam na final, valendo vaga na 113ª edição da World Series.
O The Playoffs antecipa agora um pouco do que será visto nas duas séries da ALDS 2017 e deixa a pergunta pra você: quem avança na Liga Americana?
HOUSTON ASTROS (101-61) vs. BOSTON RED SOX (93-69)
Essa já começa sendo uma série de análise muito difícil, devido ao seu equilíbrio. Astros e Red Sox tiveram bons desempenhos na temporada regular e agora, tudo pode acontecer.
As duas equipes têm ataques e defesas funcionando bem. Mas, especificamente, para esta série, Houston leva ligeira vantagem na defesa, a 9ª melhor em FPCT (Fielding Percentage). Além disso, o ataque dos Astros tem aproveitamento melhor, comparado ao da equipe de Boston. Numa série tão decisiva, isso pode fazer a diferença.
Os Red Sox, que fazem sua primeira pós-temporada sem o “Big Papi” em campo, viRAM seu aproveitamento no bastão (25,8%) e corridas anotadas (785) diminuir em relação à temporada passada. Já a equipe de Houston seguiu no caminho oposto e com 28,2% no bastão e 896 corridas, terminou a fase regular com o melhor ataque da MLB. Os texanos também mostraram mais explosividade no quesito home runs – foram 238 a 168 na temporada.
Individualmente, o lineup dos Astros deu muitos motivos de orgulho para o manager A.J. Hinch. Três destaques em especial podem ser lembrados. O primeiro é o shortstop porto-riquenho Carlos Correa, que quando é escalado, ajuda sua equipe a produzir 22% mais corridas. O segundo: George Springer. O center fielder possui números excelentes – 28,3% de aproveitamento, 34 home runs e 85 corridas impulsionadas. E por último, Jose Altuve, com um fantástico aproveitamento no bastão de quase 35%.
No que ficar de olho
O duelo de arremessadores marcado para o 1º jogo da série! Os Red Sox terão Chris Sale (2.90 ERA em 2017) no montinho, vindo de um ano excelente com 308 strikeouts até o momento. Já os Astros contarão com Justin Verlander (3.36 ERA em 2017). Desde sua saída de Detroit, Verlander ainda não perdeu em sua nova equipe.
Arremessadores
Na rotação do Houston Astros, além de Verlander, Dallas Keuchel (2.90 ERA em 2017) é outro ótimo nome e ocupará o montinho no segundo jogo da série. Lance McCullers Jr. (4.25 ERA em 2017) está em um ano atribulado por causa de contusões. Também podem figurar no grupo de arremessadores durante a série: Brad Peacock (3.00 ERA em 2017) e Charlie Morton (3.62 ERA em 2017).
Já pelos Red Sox, Drew Pomeranz (3.32 ERA) foi eleito para a 2ª partida do confronto. Para o restante da série, as opções disponíveis geram alguma incerteza. Eduardo Rodriguez (4.19 ERA em 2017), Doug Fister (4.88 ERA em 2017) e Rick Porcello (4.65 ERA em 2017) – vencedor do Cy Young da Liga Americana em 2016 – podem fazer com que um ótimo desempenho de Sale seja necessário, caso a equipe queira avançar à próxima fase.
Lembrando que um item que pode pesar a favor em um duelo de tamanha importância é o bullpen. Nesse quesito, vantagem para o Boston Red Sox, que teve ERA de 3.15 na temporada, contra 4.27 no rival. As duas equipes podem se gabar de terem closers de bom nível. Aqui, vantagem também para os “Meias Vermelhas”, que contaM com o ótimo Craig Kimbrel, que possui um impressionante ERA de 1.43 em 2017. Ken Giles (2.30 ERA em 2017) também mostrou serviço nessa temporada e vem atuando bem.
A série
5/10: jogo 1, em Houston
6/10: jogo 2, em Houston
8/10: jogo 3, em Boston
9/10: jogo 4, em Boston (se necessário)
11/10: jogo 5, em Houston (se necessário)
Palpite: Astros em 5 jogos
É um confronto muito imprevisível. Mas alguns fatores me fazem pender para os Astros. Especialmente pelo forte desempenho de seu ataque e por ter a chance de decidir a série em seus domínios, frente à sua fanática torcida.
CLEVELAND INDIANS (102-60) vs. NEW YORK YANKEES (91-71)
Adversários na ALDS em 2007, New York Yankees e Cleveland Indians se reencontram na mesma fase dez anos depois e a perspectiva é de fortes emoções para os torcedores das duas equipes e para os fãs de beisebol em geral.
Na ocasião, a equipe do estado de Ohio abriu 2 a 0 na série – após o famoso “The Bug Game”. Os Indians perderam o jogo número três em Nova Iorque, mas depois de uma partida número quatro com 25 rebatidas, conseguiram sair de campo com a vitória e a classificação.
História à parte, os dois times estão armados com jogadores talentosos que podem fazer toda a diferença, ainda mais quando o que está em jogo é uma vaga na final da Liga Americana. Cleveland manteve boa parte da base que chegou à World Series em 2016 e alcançou a incrível marca de 22 vitórias seguidas durante o ano.
Ainda falando da “Tribo”, todos nós sabemos o quão poderoso e perigoso é o seu lineup de ataque. Edwin Encarnacion (38 HRs), Francisco Lindor (33 HRs) e Jose Ramirez (29 HRs) são sempre ameaças aos arremessadores adversários. E não podemos deixar de fora o catcher brasileiro Yan Gomes, que já bateu 14 home runs em 2017 e vai bem sempre que aparece no bastão.
Do outro lado, a potência no ataque também não é problema e se faz muito presente. Principalmente, através do novato Aaron Judge. Com aproveitamento beirando os 30% e 52 home runs na temporada, Judge contribuiu para a vitória de sua equipe no jogo de Wild Card, contra o Minnesota Twins. Estabelecendo vários recordes em seu primeiro ano na MLB – inclusive, um não muito interessante para ele (37 jogos seguidos sofrendo strikouts) – Aaron Judge não pode ser desconsiderado pelos arremessadores adversários.
Além de Judge, Gary Sanchez, Didi Gregorius e Brett Gardner também têm mais de 20 homers e mais de 25% aproveitamento no ano. E outros jogadores (Matt Holliday, Starlin Castro, Aaron Hicks, Chase Headley, Todd Frazier e Greg Bird), mesmo não estando na casa dos 20 HRs, apresentam bom aproveitamento no bastão, o que é um fato importante quando falamos de playoffs.
Sobre montinho, falaremos mais abaixo, mas vale destacar que bullpen é o forte de ambos os times. Os Indians têm o melhor ERA da liga no quesito, com 2.89, enquanto os relievers dos Yankees juntos aparecem na 3ª posição, com 3.34. Considerando titulares, a coisa segue favorável à equipe do estado de Ohio. Cleveland tem ERA de 3.52, o segundo melhor da temporada regular. Já New York, com 3.98, é o 5º do ranking. Vale lembrar que teremos Aroldis Chapman reencontrando os Indians, o que aconteceu na WS passada, quando o cubano defendia o Chicago Cubs e teve sérios problemas no jogo 7 da decisão.
No que ficar de olho
O duelo arremessadores x rebatedores. As duas equipes chegam às portas da final da Liga Americana com forte poderio ofensivo e rebatedores consistentes – no caso dos Yankees, tais arremessadores estão mais no bullpen do que na rotação titular (o jogo contra os Twins serve de exemplo). Poderemos ter arremessadores dominantes e jogos de placar baixo ou ataques esmagadores e uma chuva de rebatidas e corridas para todos os lados.
Arremessadores
Os Yankees confirmaram para o jogo 1 da série Sonny Gray (3.55 de ERA), que chegou à franquia durante a temporada. Seus números ainda estão um pouco longe do ideal e, falando de playoffs, pode se tornar um motivo de preocupação.
No jogo 2 vem ao montinho o veterano C.C. Sabathia (ERA de 3.69), arremessador de 14 vitórias no ano. O jogo de Wild Card mostrou à equipe de Nova Iorque que seu bullpen está preparado para dar conta do recado, se assim for necessário – em 7.2 entradas, Chad Green, David Robertson e Tommy Kahnle cederam apenas quatro rebatidas e eliminaram dez jogadores por strikeout. Falando em bullpen, o closer Aroldis Chapman, com seus velozes arremessos, pode ser uma peça importante para os jogos da ALDS – desde que não tenha que arremessar entradas demais ou os resultados poderão ser catastróficos.
Do outro lado, os Indians já definiram os nomes que ocuparão o montinho. O titular do jogo número 1 será Trevor Bauer (4.19 ERA). Em pós-temporadas, Bauer ainda não venceu, registra ERA de 5.27 e WHIP (walks e hits por inning) de 1.61. No jogo 2 e no possível jogo 5, o ace Corey Kluber será o titular, com 2.25 de ERA e 18 vitórias na temporada, além de números ótimos nos playoffs (1.83 ERA, WHIP 1.05).
Carlos Carrasco (3.29 ERA) e Josh Tomlin (4.98 ERA) devem fazer as aberturas dos jogos 3 e 4 para os atuais vice-campeões da World Series. Cody Allen terminou a fase regular com 30 saves e será o closer da equipe nesta série.
A série
5/10: jogo 1, em Cleveland
6/10: jogo 2, em Cleveland
8/10: jogo 3, em Nova Iorque
9/10: jogo 4, em Nova Iorque (se necessário)
11/10: jogo 5, em Cleveland (se necessário)
Palpite: Indians em 5 jogos
Bem difícil prever qualquer coisa aqui, mas acredito que Cleveland seja um time um pouco mais consistente no geral, de acordo com o que mostrou até o momento.
Fotos: Reprodução Facebook/Cleveland Indians
Reprodução Twitter/Boston Red Sox
Reprodução Twitter/Houston Astros
Reprodução Twitter/New York Yankees