[PRÉVIA] MLB World Series: Kansas City Royals x New York Mets
Quem levará o sagrado título da MLB? O The Playoffs antecipa os pontos fortes e fracos de Royals e Mets para a decisão
A World Series de 2015 não marca apenas o final da temporada da MLB e a coroação da melhor franquia do beisebol dos Estados Unidos e Canadá nos últimos sete meses. O duelo entre Kansas City Royals e New York Mets coloca frente a frente duas visões diferentes , dois focos distintos, dois modelos de jogo em nada parecidos. Vamos à prévia deste super confronto, que começa nesta terça-feira.
KANSAS CITY ROYALS
Vencedor da Liga Americana, o Kansas City Royals volta à World Series em busca do título que escapou no ano passado, quando a franquia perdeu em sete jogos para o San Francisco Giants. Assim como ocorreu em 2014, a equipe comandada por Ned Yost destaca-se pela rapidez nas bases e o alto nível de jogo na defesa. Se o Kauffman Stadium tem grandes dimensões e torna-se um aliado para os arremessadores, o melhor a fazer é adaptar-se.
Os rápidos Lorenzo Cain e Alcides Escobar são capazes de transformar rebatidas simples em duplas ou triplas e, como comprovou Cain no jogo 6 da ALCS, contra o Toronto Blue Jays, até mesmo sair da primeira base e anotar uma corrida em uma rebatida simples. Alex Gordon não é um velocista, mas também espalha o caos com os pés e, se o jogo aperta perto do final, é só apelar para Jarrod Dyson ou Paulo Orlando, primeiro brasileiro a disputar uma World Series (Terrance Gore, terceiro membro desse grupo, foi substituído pelo shortstop Raul Mondesi no roster. Mondesi nunca atuou na MLB, e pode fazer história como o primeiro jogador a debutar direto em uma World Series).
A defesa é muito sólida, com um ótimo outfield (Alex Rios não tem o mesmo nível de Gordon e Cain, e isso explica em parte a substituição por Orlando ou Dyson com o time vencendo no fim do jogo). Salvador Perez é um ótimo catcher, Ben Zobrist também é elogiado por sua atuação defensiva na segunda base, e tanto Mike Moustakas como Eric Hosmer não decepcionam. Tal escolha, porém, tem um preço: a potência, ainda que grande, não é o principal foco da equipe.
Perez, o rebatedor designado Kendrys Morales e eventualmente Hosmer e Moustakas são capazes de isolar a bolinha, mas esse não parece ser o foco. No montinho, a rotação titular também não é fantástica, e em muitas ocasiões Yordano Ventura, Johnny Cueto, Edinson Volquez e Chris Young se esforçam para chegar à 6ª entrada, quando entra em ação um ótimo bullpen comandado por Kelvin Herrera, Luke Hochevar e o fechador Wade Davis.
NEW YORK METS
Já o New York Mets, que busca o primeiro título desde 1986, volta à World Series após 15 anos com dois destaques, exatamente os pontos mais francos do adversário: a equipe que venceu a Liga Nacional após uma ótima arrancada tem um grande corpo de arremessadores titulares, com quatro jovens talentos, e depende dos home runs para anotar corridas, já que não aposta muito na velocidade dos titulares.
Polêmicas à parte, a rotação titular encabeçada por Matt Harvey é uma das melhores da MLB, e o espaço para melhoria é gigantesco. Harvey teve uma temporada de regular para boa após passar 2014 recuperando-se da cirurgia Tommy John, mas viu três garotos ascenderem de forma espetacular. Jacob deGrom manteve o ótimo nível do ano passado, quando foi eleito Rookie of the Year, e Noah Syndergaard também foi muito regular em sua temporada de estreia.
Durante o ano, os Mets promoveram Steven Matz, que não brilhou tanto quanto os colegas, mas está na rotação e é (mais) uma esperança para o futuro no Queens. Quem dançou foi Bartolo Colon, carismático arremessador que integra o bullpen nos playoffs, ao lado do também ex-titular Jon Niese. Além deles, compete a Tyler Clippard e Addison Reed fazer a ponte para o eficiente closer Jeurys Familia, que ainda não cedeu corridas nos playoffs.
No bastão, a equipe brilha pela potência. Homem de leadoff, Curtis Granderson teve apenas 11 roubadas na temporada regular, mas conseguiu 26 home runs, o que mostra bem como jogam os Mets. Além dele, também são ameaças no quesito HR o cubano Yoenis Cespedes (17 home runs em 57 jogos com a franquia nesta temporada), o primeira base Lucas Duda (27 HR, segunda melhor marca da carreira) e o segunda base Daniel Murphy, que brilhou na NLCS, com home runs nos quatro jogos contra os Cubs, e já soma 7 nessa pós-temporada.
Até o catcher Travis d’Arnaud e o veterano terceira base David Wright, o Capitão América, são capazes de definir o jogo em uma rebatida. Os pontos fracos no lineup são o shortstop Wilmer Flores (titular desde a grave lesão de Ruben Tejada na ALDS contra o Los Angeles Dodgers) e o outro outfielder, seja o veterano Michael Cuddyer ou o novato Michael Conforto, que ainda busca adaptar-se à MLB.
JOGADOR POR JOGADOR: Quem é melhor?
Catcher – Salvador Perez x Travis d’Arnaud: Perez é um dos melhores catchers da liga em termos defensivos, e também faz bonito no bastão. Já d’Arnaud ainda buscar comprovar todo o talento que mostrou nas Minor Leagues. Vantagem – Royals
Primeira base – Eric Hosmer x Lucas Duda: Duda tem mais potência, e cresceu muito no fim da temporada, mas Hosmer é há anos um dos bons nomes do Kansas, e já enfrentou a pressão de disputar uma World Series. Vantagem – Royals
Segunda base – Ben Zobrist x Daniel Murphy: Zobrist caiu como uma luva nos Royals, e a cada dia parece mais adaptado. Murphy, porém, teve uma grande temporada e provou na série contra o Chicago Cubs que está iluminado nestes playoffs e deve ser levado muito a sério. Vantagem – Mets
Shortstop – Alcides Escobar x Wilmer Flores: Flores teve ótimos momentos no começo da temporada, mas era reserva e só atua pela contusão de Rúben Tejada. Escobar foi mal durante grande parte do ano, mas cresceu nos playoffs e brilhou na ALCS. Vantagem – Royals
Terceira base – Mike Moustakas x David Wright: Mou foi novamente regular ao longo de todo o ano, com bons números no bastão, mas é difícil igualar a aura, a liderança e o carisma de David Wright, que voltou na hora certa de lesão e, após roer o osso, quer comer o filé mignon pelo time de coração. Vantagem – Mets
Letf Field – Alex Gordon x Michael Conforto: Conforto parece assustado ainda com os holofotes e com os arremessadores na MLB. Gordon já provou, temporada após temporada, ser um ótimo defensor e um dos líderes do Kansas City. Vantagem – Royals
Catcher – Lorenzo Cain x Yoenis Cespedes: Cespedes é a cara do Mets que cresceu demais nos últimos dois meses de 2015, mas Cain é um jogador difícil de superar: ótimo na defesa, muito rápido e com um poder surpreendente para quem é considerado um velocista. Vantagem – Royals
Right Fielder – Alex Rios x Curtis Granderson: Rios não foi bem em 2015 e tampouco parece inspirar muita confiança em Ned Yost. Já Granderson vive grande fase, reencontrou o poder no bastão e vez por outra surpreende graças à velocidade. Vantagem – Mets
Rebatedor designado – Kendrys Morales x Michael Cuddyer/Juan Uribe – Os Royals acertaram em cheio com a contratação de Morales, que teve um bom ano. Cuddyer e Uribe são experientes e têm história na MLB, mas não estão acostumados a atuar como DH. Vantagem – Royals
Rotação titular – Os arremessadores de Kansas City fazem o possível e o impossível para manter o time no jogo. Já a rotação dos Mets atua em um nível alto em quase todas as partidas, e os quatro titulares são capazes de brilhar sempre que pisam no montinho. Vantagem – Mets
Bullpen – Jeurys Familia é um bom fechador, e poucos têm o carisma de Bartolo Colon, mas assim como ocorreu em 2014, o bullpen dos Royals é um fator determinante no sucesso da equipe, além de passar segurança para os titulares. Vantagem – Royals
Banco – Os Royals apostam na velocidade de Jarrod Dyson e Paulo Orlando, enquanto os Mets contam com atletas experientes como Cuddyer, Uribe e Kelly Johnson, que podem desequilibrar como pinch-hitters. Vantagem – Empate
Manager – Ned Yost x Terry Collins – Ambos fizeram um trabalho fantástico, e se Yost tem a seu favor a experiência do ano passado, Collins pegou um time “azarão”, recuperou e remontou o elenco no meio da temporada e atropelou seu rival na NLCS. Vantagem – Empate
TOTAL: Royals 7, Mets 4 (2 empates)
WORLD SERIES 2015: A SÉRIE
Jogo 1: New York Mets @ Kansas City Royals – 27/10
Jogo 2: New York Mets @ Kansas City Royals – 28/10
Jogo 3: Kansas City Royals @ New York Mets – 30/10
Jogo 4: Kansas City Royals @ New York Mets – 31/10
Jogo 5: Kansas City Royals @ New York Mets – 01/11*
Jogo 6: New York Mets @ Kansas City Royals – 03/11*
Jogo 7: New York Mets @ Kansas City Royals – 04/11*
* Se necessário