[PRÉVIA] MLB World Series 2017: Dodgers x Astros
Chegou a hora da verdade! Los Angeles Dodgers e Houston Astros decidem quem é a melhor franquia da MLB em 2017
Uma World Series para ninguém reclamar. Conhecida como ‘Fall Classic’, a série que define o vencedor da temporada da Major League Baseball reúne duas das três melhores franquias de 2017. Los Angeles Dodgers (104-58) e Houston Astros (101-61) superaram as 100 vitórias na temporada regular (o Cleveland Indians fez o mesmo, com 102 triunfos, mas ficou pelo caminho), passaram pelas duas etapas iniciais dos playoffs e estão a um passo da glória que não vem há anos.
No caso dos Dodgers, 29. Desde 1988, quando o home run de Kirk Gibson no jogo 1 contra o Oakland Athletics rodou o mundo como marca da última conquista da World Series, seca longa que incomoda torcedores e dirigentes de uma das maiores franquias da MLB. No caso dos Astros, 48 anos, período de vida da franquia que nunca levantou o troféu, mudou-se da Liga Nacional para a Liga Americana em 2013 e, nesta década, foi por alguns anos a pior franquia da liga, superando as 100 derrotas em 2011, 2012 e 2013.
A World Series que começa nesta terça-feira (24) tem tudo para ser equilibrada. Os dois ataques são poderosos e estão entre os melhores da temporada, e as rotações são fortes e comandadas por duplas fantásticas; se os Dodgers contam com o melhor arremessador da MLB na temporada regular, os Astros contra-atacam com um monstro na pós-temporada. O grande diferencial talvez seja o bullpen, o que justifica o palpite deste humilde escriba, que você verá no final do texto. Sem mais delongas, à análise.
LINEUP
Dave Roberts é um homem muito feliz. Ele ganhou de volta seu shortstop titular, Corey Seager, que não atuou na NLCS por conta de dores nas costas. Se Seager estiver pronto para atuar na defesa, o que já era um lineup forte (anotou 28 vezes em cinco jogos contra o Chicago Cubs) ganha amplitude. Cody Bellinger, que teve uma ótima temporada (39 home runs, 97 corridas impulsionadas, 26,7% de aproveitamento), é o amplo favorito ao prêmio de Rookie of The Year.
Ele lidera um grupo que inclui ainda Yasiel Puig, em ótima forma nos playoffs, uma grande dupla de catchers em Austin Barnes e Yasmani Grandal e um Justin Turner sensacional. Os buracos parecem ser a segunda base e o campo esquerdo, especialmente porque a presença de Seager deve jogar Chris Taylor, a grata surpresa da temporada, para o campo central. No banco, h[a os experientes Andre Ethier e Curtis Granderson e o ainda jovem Joc Pederson, uma das poucas decepções da franquia no ano.
O grande nome dos Astros é, claro, Jose Altuve. O dinâmico venezuelano, dono da 2B na cidade texana, teve outra temporada histórica, liderando a AL em rebatidas pela quarta vez seguida e firmando-se como um dos favoritos ao prêmio de MVP. Nos playoffs, ele foi decisivo mais de uma vez: abriu a pós-temporada com três home runs no jogo 1 da ALDS contra o Boston Red Sox e isolou bolinhas nos jogos 6 e 7 da ALCS contra o New York Yankees.
Carlos Correa é seu principal complemento, George Springer abre a ordem com bastante velocidade e força, e outros bons nomes ocupam as esquinas do jogo interno: o regular Yuli Gurriel e o calouro Alex Bregman, que também está brilhando na defesa. Os Astros esperam que Marwin Gonzalez volte a ser o ótimo rebatedor da temporada regular, deixando de lado os números ruins dos playoffs, e o time precisa de mais produção do campo direito, provavelmente ocupado por Josh Reddick, e da dupla de catchers Brian McCann e Evan Gattis.
(Foto: Divulgação/MLB)
ROTAÇÃO
Quando seu ace é Clayton Kershaw, você sai em vantagem nessa disputa. Se no passado ficou com fama de “amarelão” em outubro, Kershaw está melhorando em 2017, com ERA de 3.63, e cedeu apenas três corridas em 11 entradas na NLCS. Ele abre o jogo 1 e será seguido por uma das incógnitas dos Dodgers, o veterano Rich Hill, que depende da localização e da fantástica bola de curva, uma vez que sua bola rápida costuma ficar abaixo das 90 milhas por hora.
Yu Darvish, que chegou do Texas Rangers no meio da temporada, abrirá o jogo 3, atuando em um estádio que conhece bem, o Minute Maid Park. O titular do jogo 4 deve ser Alex Wood, que começou 2017 muito bem, com números de ace, mas caiu de produção nos meses finais. Quando falo em “deve ser”, é porque não espantaria o uso de Kershaw com apenas três dias de descanso se a série não seguir o caminho que Dave Roberts espera.
Os Astros colocarão outro ace canhoto e vencedor de Cy Young no montinho no jogo 1. Dallas Keuchel batalhou contra problemas físicos durante todo o ano, mas recuperou-se a tempo dos playoffs, cedendo apenas cinco corridas nos três jogos (17 1/3 innings) que disputou. No jogo 2, aparece o grande nome do grupo de arremessadores nas últimas semanas, o veterano Justin Verlander, que chegou à franquia em agosto e caiu como uma luva.
Verlander está invicto com os Astros e destruiu os Yankees na ALCS, cedendo apenas uma corrida em 16 entradas para levar o prêmio de MVP da série. A.J. Hinch ainda não confirmou os titulares dos jogos 3 e 4, mas tudo indica que eles serão, pela ordem, Charlie Morton e Lance McCullers Jr., responsáveis por aniquilar o forte ataque dos Yankees no jogo 7. Novamente, não seria um espanto se, com um cenário desfavorável, Keuchel voltasse como titular do jogo 4 (Verlander poderia, neste cenário, abrir o jogo 5).
(Fotos: Stacy Revere/Getty Images; Reprodução Twitter)
BULLPEN
Aqui mora a grande vantagem dos Dodgers. O corpo de relievers tem diversas opções e foi muito bem administrado por Dave Roberts. Kenley Jansen é um dos melhores closers da MLB, Brandon Morrow finalmente encontrou-se na função de setup, Tony Watson é outro nome de segurança e até o (normalmente) titular Kenta Maeda está brilhando, o que permite aos Dodgers encurtar o jogo sempre que necessário. O bullpen não cede corridas desde o jogo 2 da ALDS contra o Arizona Diamondbacks.
No caso dos Astros, a confiança parece bem baixa, exceção feita ao bom closer Ken Giles. Chris Devenski até foi utilizado nos primeiros jogos contra os Yankees, mas perdeu espaço para o ex-titular Brad Peacock. Will Harris, Francisco Liriano e Luke Gregerson, por exemplo, combinaram para apenas três innings na ALCS. A prova dos problemas veio nos dois últimos jogos contra os Yankees: Peacock e Giles foram os únicos utilizados, além de McCullers Jr., o responsável pelas últimas cinco entradas no jogo 7.
(Foto: Reprodução Facebook/Los Angeles Dodgers)
LEIA MAIS:
5 motivos para acreditar no título dos Dodgers
5 motivos para acreditar no título dos Astros
PALPITE
A World Series sempre é imprevisível, e o formato 2-3-2 torna tudo mais emocionante: se os Dodgers não vencerem as duas primeiras partidas, ambas na Califórnia, viajam ao Texas precisando triunfar no Minute Maid Park duas vezes para voltar pra casa com chance. A análise aqui é racional, focada principalmente na diferença entre os dois bullpens:
Dodgers em 7, com Clayton Kershaw fechando a partida decisiva para espantar de vez a fama de amarelão nos playoffs.
WORLD SERIES 2017: Houston Astros x Los Angeles Dodgers
Jogo 1 – Houston Astros (Dallas Keuchel) @ Los Angeles Dodgers (Clayton Kershaw) – 24/10, 22h
Jogo 2 – Houston Astros (Justin Verlander) @ Los Angeles Dodgers (Rich Hill) – 25/10, 22h
Jogo 3 – Los Angeles Dodgers (Yu Darvish) @ Houston Astros (TBD) – 27/10, 22h
Jogo 4 – Los Angeles Dodgers (Alex Wood) @ Houston Astros (TBD) – 28/10, 22h
Jogo 5 – Los Angeles Dodgers (TBD) @ Houston Astros (TBD) – 29/10, 22h (*Se necessário)
Jogo 6 – Houston Astros (TBD) @ Los Angeles Dodgers (TBD) – 31/10, 22h (*Se necessário)
Jogo 7 – Houston Astros (TBD) @ Los Angeles Dodgers (TBD) – 01/11, 22h (*Se necessário)
PS: Todos os jogos terão transmissão ao vivo para o Brasil na ESPN.