[PRÉVIA MLB] Divisão Central da Liga Americana
Kansas City Royals tenta manter a hegemonia na divisão mais disputada da MLB
Se é impossível que uma divisão da Major League Baseball termine com as cinco equipes empatadas, todas com 81 vitórias e 81 derrotas, é possível que em 2016 a Divisão Central da Liga Americana fique muito perto disso. Mesmo sendo a casa do atual campeão da World Series, o Kansas City Royals, a divisão está ainda mais equilibrada, e não é um exagero imaginar que entre campeão e lanterna, teremos menos de 10 jogos de diferença.
Em busca da terceira participação seguida na World Series, os Royals apostam na base que tanto sucesso faz desde 2010, enquanto o Detroit Tigers se apoia nos dólares do proprietário Mike Ilitch para trazer mais veteranos e adiar o que parece ser um inevitável processo de reconstrução. Concluindo exatamente essa etapa, o Minnesota Twins traz garotos dispostos a mostrar seu talento e devolver a franquia aos playoffs após um longo inverno.
Atingido por lesões e temporadas ruins em 2015, o Cleveland Indians tenta se recuperar por meio de uma forte rotação e de jogadores perto do auge, incluindo o catcher brasileiro Yan Gomes. Já o Chicago White Sox, que há anos gera mais expectativa do que alegria na torcida, reforçou-se bastante para evitar que o excepcional arremessador Chris Sale siga sendo a andorinha solitária na Windy City e para tentar voltar a fazer jogos relevantes em setembro.
Minnesota Twins
Previsão: 77-86
A franquia de Minneapolis surpreendeu em 2015, com uma reação tardia que quase levou a uma vaga de Wild Card, e segue apostando nos jovens para quebrar a barreira e voltar aos playoffs. Miguel Sano (foto) brilhou em sua temporada de estreia e, após problemas com lesões e uma tradicional dificuldade de adaptação ao jogo da MLB, o outfielder Byron Buxton pode fazer companhia a ele no meio de um lineup que se fortalece a cada dia.
A grande contratação veio da Ásia, o sul-coreano Byung Ho Park, que pode atuar como primeira base ou rebatedor designado e que assinou por quatro anos. Outra negociação interessante foi a troca com o New York Yankees que rendeu aos Twins cinco anos do jovem catcher John Ryan Murphy, ainda que para isso a franquia tenha aberto mão do outfielder Aaron Hicks. A eles, somam-se o ótimo segunda base Brian Dozier, o veterano Joe Mauer e Trevor Plouffe, titular da 3ª base desde que Sano foi instalado no right field.
O grande problema dos Twins está no montinho: falta um ás para comandar a rotação, que tem como principais nomes os apenas regulares Phil Hughes e Ervin Santana. Outro nome de peso, Ricky Nolasco, há muito decepciona, e os US$ 25 milhões devidos a ele até 2017 são uma dor de cabeça para os executivos da franquia. A expectativa é de que o ataque segure a barra até entrar em cena o closer Glen Perkins, melhor arremessador dos Twins nos últimos anos.
Campanha em 2015: 83-79
Melhor arremessador: Cria da casa, o ótimo closer Glen Perkins deve ser, mais uma vez, garantia de sucesso se a franquia liderar na 9ª entrada. Quieto e sem fazer alarde, ele soma sólidos números a cada temporada, algo que ficou claro em 2015: foram 32 saves, um ERA de 3.32, 25% acima da média, e apenas nove home runs e 10 walks cedidos em 57 entradas.
Melhor rebatedor: Miguel Sano impressionou em seu primeiro ano, brigando para ser o Rookie of the Year da Liga Americana em 2015 mesmo fazendo apenas 80 jogos. Foram 18 home runs, 52 corridas impulsionadas e um índice de chegada em base superior a 38%. Um ano mais experiente, Sano tem tudo para carregar o jovem ataque dos Twins durante toda a temporada.
Luta por: mais vitórias que derrotas/Wild Card
Chicago White Sox
Previsão: 82-80
Mais uma vez, a franquia da Windy City está pronta para explodir e voltar aos playoffs. Após mais uma temporada decepcionante, os dirigentes perceberam que era preciso fortalecer o escudo em volta do ótimo arremessador Chris Sale (foto). O trabalho nem envolvia tanto a rotação mas, se Mat Latos repetir o sucesso do início de carreira no San Diego Padres, sua contratação será um acerto, e 2016 pode também ser o ano em que os jovens Carlos Rodon e Jose Quintana explodirão e os White Sox terão uma ótima rotação.
No ataque, as mudanças são enormes. Após muita polêmica envolvendo a presença de seu filho no vestiário, o rebatedor designado Andy LaRoche se aposentou, mas após um ano ruim, sua falta não será sentida. Em troca, o torcedor comemora a chegada de dois infielders: o bom, mas irregular Brett Lawrie veio do Oakland Athletics para ocupar a 2ª base, enquanto a 3ª base ficará a cargo do ótimo Todd Frazier, oriundo do Cincinnati Reds e um dos melhores da posição nos últimos anos.
O infield completa-se com o cubano José Abreu, esperança de muitos home runs, e o recém-chegado shortstop Jimmy Rollins, contratação de baixo custo que pode ser uma das melhores da temporada. O outfield conta com o polêmico e normalmente regular Melky Cabrera, Adam Eaton, que se recupera de uma cirurgia no ombro, e outro recém-chegado, Austin Jackson, que também assinou por um ano, com valores acessíveis, e pode se tornar um ótimo reforço.
Campanha em 2015: 76-86
Melhor arremessador: Entra ano, sai ano, e Chris Sale continua brilhando pelos White Sox. Com um contrato extremamente vantajoso para a franquia, Sale espera ter um ano ainda melhor: em 2015, foram 13 vitórias, 11 derrotas e um ERA de 3,41, com 274 strikeouts em menos de 210 entradas, média de quase 12 a cada partida (9 entradas).
Melhor rebatedor: Mesmo com um desempenho pior do que na estreia em 2014, Jose Abreu comprovou que os White Sox acertaram em cheio quando o contrataram,. O cubano, que conseguiu 30 home runs, 101 corridas impulsionadas e 34,7% de chegada em base em 2015, deve aumentar esses números com o reforçado lineup da franquia nesta temporada.
Luta por: Wild Card
Cleveland Indians
Previsão: 82-80
A franquia de Ohio sentiu o gostinho dos playoffs há dois anos, e quer mais. Com um grupo de jovens jogadores e reforçado por veteranos bons e baratos, os Indians querem superar o 2015 marcado por muitas lesões e disputar a ponta da divisão. A chave para o sucesso passa pela breve recuperação do melhor jogador de linha, o outfielder Michael Brantley, que passou por uma cirurgia no ombro, com retorno ainda incerto, o que prejudicará bastante o ataque.
Sem Brantley e o jovem Abraham Almonte, suspenso por doping, o outfield contará no começo da temporada com atletas medianos, como Rajai Davis, Collin Cowgill e Lonnie Chisenhall. Isso aumenta o peso sobre um infield em que se destacam o catcher brasileiro Yan Gomes (foto), que tenta voltar à forma de 2014, após um ano marcado por contusões, o shortstop Francisco Lindor, sensação de 2015, e os experientes Mike Napoli (1ª base) e Jose Uribe (3ª), ambos recém-chegados.
A grande força dos Indians, porém, está na rotação titular, liderada por Corey Kluber e com dois ótimos escudeiros em Carlos Carrasco e Danny Salazar, destaques do time no ano passado. Se Trevor Bauer mostrar o que dele sempre se esperou, a franquia terá um dos melhores quartetos de arremessadores da Liga Americana, algo que pode até compensar uma eventual dificuldade para anotar corridas, especialmente com Brantley na lista de lesionados.
Campanha em 2015: 81-80
Melhor arremessador: a rotação é muito forte, mas é de Corey Kluber que esperam-se os melhroes resultados. Vencedor do Cy Young em 2014, ele quer diminuir o ERA de 3.49 da temporada passada, em que somou 16 derrotas e apenas 9 vitórias, apesar de atuações 22% melhores do que a média da liga, com um espantoso total de 245 strikeouts em 222 innings.
Melhor rebatedor: a preocupação dos Indians com a ausência de Michael Brantley diz muito sobre sua importância. Sem muito alarde, comendo pelas beiradas, ele somou 31% de índice de aproveitamento em 2015 e 32,7% no ano anterior (quarto e terceiro na Liga Americana, respectivamente), com 35 home runs e mais de 180 corridas impulsionadas no período.
Luta por: Wild Card
Detroit Tigers
Previsão: 84-78
O cofre parece não ter fundos em Michigan. Quando todos imaginavam uma reconstrução, baseada até nas saídas de David Price e Yoenis Cespedes durante a temporada 2015, o dono Mike Ilitch voltou a abrir o bolso e, com outros veteranos, o Detroit Tigers segue em busca do sonhado anel da World Series. Se tudo der muito certo, esse até pode, de fato, ser o ano em que a franquia recuperará a hegemonia na divisão.
A reposição de Max Scherzer no montinho veio com um ano de atraso. Jordan Zimmermann assinou por cinco anos e US$ 110 milhões para fazer companhia a Justin Verlander e Anibal Sanchez. O promissor Daniel Norris e o irregular Mike Pelfrey, também contratado na inter-temporada, fecham a rotação titular que pode ser considerada mediana para boa. No bullpen, a esperança da vez atende por Francisco Rodriguez, um dos melhores closers da MLB e que chegou em uma troca com o Milwaukee Brewers. Ele terá a companhia de mais dois reforços, Justin Wilson e Mark Lowe.
O ataque, novamente, dependerá de Victor Martínez, J.D. Martínez e principalmente de Miguel Cabrera (foto). O trio virou quarteto com a chegada de Justin Upton, contratado pela bagatela de US$ 132.75 milhões para assumir o center field e chegar em base antes de Cabrera e Martinez(es)assumirem o bastão. Ian Kinsler e Jose Iglesias ajudam a estabilizar o meio do infield, enquanto o outfield terá também um dos destaques menos falados de 2015, Cameron Maybin, que volta à franquia de origem graças à troca com o Atlanta Braves.
Campanha em 2015: 74-87
Melhor arremessador: A lesão que atingiu Justin Verlander no início da temporada 2015 levantou dúvidas em muita gente, mas o veterano arremessador, ícone da franquia, recuperou-se para fechar a temporada com um ERA de 3.38 e 113 strikeouts em 133 innings. Uma preparação ainda melhor e uma boa defesa podem melhorar ainda mais a situação de alguém que luta para mostrar que, mesmo acima dos 30 anos, segue tão eficiente como no passado.
Melhor rebatedor: Até se aposentar ou deixar os Tigers, Miguel Cabrera seguirá nesse posto. Em 2015, no que pode até ser considerado um ano “ruim”, o venezuelano levou outro Silver Slugger, com 33,8% de aproveitamento, 18 home runs e 76 corridas impulsionadas em apenas 119 jogos. Se mantiver-se inteiro, sem lesões, Cabrera tem tudo para obter números ainda melhores, mesmo com a divisão cada vez mais equilibrada.
Luta por: Wild Card/Título de Divisão
Kansas City Royals
Previsão: 87-75
A velha máxima do “em time que está ganhando, não se mexe” também se aplica ao Kansas City Royals. Montado com brilhantismo pelo general manager Dayton Moore e comandado pelo manager Ned Yost, o time segue com a base que chegou à World Series nos últimos dois anos, perdendo no sétimo jogo para o San Francisco Giants em 2014 e quebrando o jejum de 30 anos ao bater os Mets em 2015. Sem grandes destaques individuais, a franquia aposta na defesa, no jogo corrido e em um ótimo bullpen.
Principal alvo da direção na offseason, Alex Gordon renovou por quatro anos e seguirá sendo o símbolo do renascimento da franquia, comandando um outfield que tem o ótimo Lorenzo Cain e Paulo Orlando (foto) revezando-se com Jarrod Dyson e agora Reymond Fuentes para cobrir a ausência de Alex Rios. O bom catcher Salvador Perez também está de contrato novo, e o infield perdeu Ben Zobrist, mas conta ainda com dois fantásticos jogadores, relevados na base do Kansas e dotados de muita potência: o primeira base Eric Hosmer e o terceira base Mike Moustakas.
Johnny Cueto, que veio do Cincinnate Reds no meio da temporada 2015, deixou os Royals e enfraqueceu a rotação titular, que ganhou em troca Ian Kennedy. A ele se somam Yordano Ventura, Edinson Volquez e Chris Young, bons jogadores, mas nada que assuste os adversários. A vantagem da franquia está no excepcional bullpen, reforçado por Joakim Soria. Ex-closer da franquia, ele alia-se a Luke Hochevar e Kelvin Herrera, para formar um bom trio na transição rumo ao melhor arremessador dos Royals, o ex-setup e atual closer Wade Davis, que brilhou na última temporada.
Campanha em 2015: 95-67 (venceu a Divisão Central e a World Series)
Melhor arremessador: A chave dos Royals é encurtar o jogo, conseguir 5 bons innings dos titulares e colocar o bullpen em campo. E, para isso, é fundamental que o closer esteja bem, o que quase sempre acontece com Wade Davis. Desde 2013 na franquia, ele brilhou intensamente após assumir o papel no meio da última temporada, com 17 saves, apenas sete corridas merecidas e um minúsculo ERA de 0,94 em 67 entradas. Com a lesão de Greg Holland, Davis será o closer durante todo o ano, e repetir os números de 2015 será uma das chaves para o sucesso da franquia.
Melhor rebatedor: Alex Gordon é, de longe, o maior símbolo da volta por cima do Kansas City Royals. Cria da casa, ídolo da torcida, ótimo defensivamente e extremamente consciente de seu papel, ele causou calafrios à torcida ao tornar-se agente livre, mas renovou por quatro anos em troca de US$ 72 milhões. A torcida espera que a cara (e o cara) do time atue ainda melhor do que em 2015, quando teve de superar as lesões para chegar a 27% de aproveitamento no bastão, com 13 home runs e 48 corridas impulsionadas em apenas 104 jogos.
Luta por: Título de Divisão/Título da Liga
Confira as demais prévias da MLB:
AL:
Divisão Leste
Divisão Oeste
NL:
Divisão Leste
Divisião Central
Divisão Oeste
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