[PRÉVIA] Como vem a Divisão Central da Liga Americana da MLB em 2017
Com Indians soberano, Royals e Tigers brigam por segundo posto; brasileiros vem com tudo para temporada!
Uma disputa menos acirrada que em anos anteriores. Isso é o que devemos ver na Divisão Central, lar do atual campeão da Liga Americana, o Cleveland Indians, que claramente sobra em relação aos outros quatro rivais. Porém, Detroit Tigers e Kansas City Royals têm elencos fortes e com experiência recente de pós-temporada, enquanto Chicago White Sox e Minnesota Twins vão reformulando o time pensando no futuro.
Estamos falando também da divisão mais brasileira da MLB! Afinal, lá jogam o catcher Yan Gomes (Cleveland Indians) e o outfielder Paulo Orlando (Kansas City Royals), que coincidência ou não, estiveram nas últimas decisões da World Series, com melhor sorte para Orlando em 2015 e vice-campeonato para Yan em 2016. Além disso, o shortstop Leonardo Reginatto está pedindo passagem e pode aparecer na MLB em 2017.
Confira a prévia do The Playoffs para a AL Central em 2017:
CHICAGO WHITE SOX
Campanha em 2016: 78-84 (4º lugar na AL Central)
O time do Chicago White Sox vem com novidades para 2017, mas talvez só comece a ver os frutos disso mais pra frente. Na offseason, participou da troca mais impactante ao ceder Chris Sale, um dos melhores arremessadores da MLB, mas recebeu o shortstop Yoan Moncada dos Red Sox, ninguém menos que o top 1 prospect da Liga. O cubano deve começar o ano nas Ligas Menores, mas promete impacto quando chegar. Além disso, Chicago recebeu outro prospecto de futuro em troca: o arremessador Lucas Giolito, ex-Nationals, 11 do ranking de 2017. Para isso, cedeu Adam Eaton ao time da capital.
Passa pelo futuro também a chegada de um novo manager. Rick Renteria, campeão em 2016 com os Cubs como técnico de banco, substituiu Robin Ventura e terá a missão de iniciar pra valer o rebuild da franquia. Além dos jovens talentos que podem subir, o time já conta com nomes bons pensando no lineup, como Tim Anderson, Melky Cabrera, Todd Frazier e especialmente Jose Abreu. No montinho, há vida sem Chris Sale, com a permanência de Jose Quintana. Porém, ele pode ser o próximo grande nome trocado.
Provável lineup: Tim Anderson (SS), Melky Cabrera (LF), Jose Abreu (1B), Todd Frazier (3B), Avisail Garcia (RF), Cody Asche (DH), Geovany Soto (C), Tyler Saladino (2B), Jacob May (CF)
Melhor rebatedor: Jose Abreu é ainda o grande nome dessa equipe quando o assunto é potência no bastão. Em 2016, ele liderou a equipe em corridas impulsionadas (100) e rebatidas (183). Em home runs, teve sua pior marca na curta carreira de três anos, mas tudo indica que ele fará mais do que os 25 de 2016. Menção honrosa para Todd Frazier, que fechou a temporada passada com 40 HRs, e para Melky Cabrera, que liderou a equipe em AVG, com 29,6%.
Provável rotação: Jose Quintana, James Shields, Miguel Gonzalez, Derek Holland, Carlos Rodon
Provável closer: David Robertson (37 saves em 44 oportunidades, 3.47 de ERA)
Melhor arremessador: Jose Quintana pode ter data marcada para deixar os Sox. Pretendido por diversas equipe e visto como boa moeda de troca pela diretoria, ele pode ser negociado até o meio do ano. Enquanto isso, o colombiano segue por lá e assume a posição de ace da equipe na era “pós-Sale”, numa rotação cheia de dúvidas. Ele teve as melhores marcas da carreira em 2016 nos quesitos ERA (3.20), AVG permitido aos adversários (24,6%), WHIP (1,16) e entradas arremessadas (208), com 13-12 de histórico pessoal.
Manager: Rick Renteria (primeira temporada nos White Sox)
Briga por: ter mais vitórias que derrotas
(Foto: Divulgação/ MLB)
CLEVELAND INDIANS
Campanha em 2016: 94-67 (campeão da AL Central – vice-campeão da World Series)
Atual campeão da divisão, da Liga Americana e vice-campeão da World Series, os Indians vêm para fazer nada menos do que tudo isso novamente, sem encontrar muitos concorrentes na divisão. De preferência, tentar o título da MLB depois de 69 anos, agora a maior sequência sem o troféu em toda a Liga. Para isso, podemos dizer que a Tribo está mais forte, com pouca saídas e chegadas, mas as aquisições foram pontuais, como no caso de Edwin Encarnación (no lugar de Mike Napoli), que certamente deixará o ataque da equipe ainda mais potente.
Além disso, outros “reforços” devem vir do departamento médico. Carlos Carrasco e Danny Salazar desfalcaram a rotação de Cleveland em boa parte da temporada, incluindo playoffs, e fizeram falta na World Series. Junto com Corey Kluber e Andrew Miller, formam um corpo fortíssimo de arremessadores, incluindo os relievers. Michael Brantley retorna para agregar muito ofensivamente.
E até o brasileiro Yan Gomes, que teve diversos problemas de lesão em 2016, será fundamental na equipe, confirmado novamente como catcher titular pelo técnico Terry Francona, que vê nele um dos melhores de toda a MLB na defesa.
Provável lineup: Carlos Santana (DH), Jason Kipnis (2B), Francisco Lindor (SS), Edwin Encarnacion (1B), Michael Brantley (LF), Jose Ramirez (3B), Lonnie Chisenhall (RF), Tyler Naquin (CF), Yan Gomes (C)
Melhor rebatedor: Edwin Encarnacion. A adição deste verdadeiro monstro quando o assunto é rebater vai elevar ainda mais o nível ofensivo do time. Os Indians, que foram um dos melhores times em aproveitamento no bastão em 2016, devem subir no ranking de home runs, considerando que têm agora um jogador que há cinco temporada tem mais de 30 por ano (42 em 2016). Ele deve dividir funções de 1B e DH com Carlos Santana, outra máquina rebatendo.
Provável rotação: Corey Kluber, Carlos Carrasco, Danny Salazar, Trevor Bauer, Josh Tomlin
Provável closer: Cody Allen (32 saves em 35 oportunidades, ERA de 2.51)
Melhor arremessador: A briga aqui é boa se considerarmos que no bullpen dos Indians está um doutrinador chamado Andrew Miller, mas minha escolha fica para o ace Corey Kluber. Se a temporada 2016 não foi tão brilhante quanto em 2014, quando foi Cy Young da Liga Americana, ele ainda assim teve números respeitáveis de ERA (3.14) e FIP (3.26). E nos playoffs ele deu um show de beisebol em suas seis partidas como titular, baixando seu ERA para 1.83 e eliminando 35 por strikeout em 34.1 entradas jogadas.
Manager: Terry Francona (desde 2013 nos Indians – 352 vitórias e 294 derrotas)
Briga por: título da divisão e título da World Series
(Foto: Rob Tringali/Getty Images)
DETROIT TIGERS
Campanha em 2016: 86-75 (2º lugar na AL Central)
O Detroit Tigers tem em 2017, provavelmente, a última chance de tentar algo grandioso com essa base de jogadores que vem liderando a equipe há algumas temporadas. Depois de vencer a Divisão Central da Liga Americana de 2011 a 2014 (vice da WS em 2012), o time caiu muito de rendimento e viu dois rivais vencerem a divisão e chegarem à World Series: Kansas City Royals (campeão em 2015) e Cleveland Indians (vice em 2016). Porém, a Tribo aparece novamente com muita força e resta aos Royals, em teoria, brigar por uma vaguinha de wild card, talvez.
A campanha em 2016 deixa a sensação de que eles podem buscar algo mais, mas com a base um ano envelhecida, problemas devem surgir para o técnico Brad Ausmus. Lesões, por exemplo, como teve J.D. Martinez em 2016, e ele novamente esta machucado no começo de 2017. Saudável, ele se junta a um time com diversos homens potentes no bastão, como Victor Martinez, Miguelito Cabrera e Ian Kinsler. Já no montinho, o quase Cy Young da temporada passada Justin Verlander comanda uma rotação que ainda tem Jordan Zimmerman, mas pouco mais a empolgar o torcedor.
Certo mesmo é que o processo de rebuild já começou e, de acordo com o desempenho do time até julho, pode se concluir com mais algumas peças sendo negociadas, especialmente aqueles com contrato perto do fim (os dois Martinez, Kinsler, Francisco Rodriguez…). É agora ou nunca para os Tigers tentarem algo, mas nada indica que conseguirão grandes feitos.
Provável lineup: Ian Kinsler (2B), Nick Castellanos (3B), Miguel Cabrera (1B), Victor Martinez (DH), Justin Upton (LF), J.D. Martinez (RF), Tyler Collins (CF), James McCann (C), Jose Iglesias (SS)
Melhor rebatedor: Miguel Cabrera. Com 33 anos, mas perto de completar 34, o venezuelano ainda é o principal rebatedor da equipe. Basta observamos que ele liderou os Tigers em cinco quesitos fundamentais em 2016: aproveitamento no bastão (31,6%), home runs (38), RBIs (108), OBP (39,3%) e rebatidas (188). Nada mal.
Provável rotação: Justin Verlander, Jordan Zimmermann, Michael Fulmer, Daniel Norris, Matt Boyd
Provável closer: Francisco Rodriguez (44 jogos salvos em 49 oportunidades, 3.24 de ERA)
Melhor arremessador: Justin Verlander passou perto de vencer o prêmio de Cy Young em 2016, algo que já viveu em 2011. Para muitos, incluindo sua namorada, deveria ter levado o prêmio em vez de Rick Porcello, depois de ter registrado ótimos números e atuações. O veterano venceu 16 jogos e levou 9 derrotas na conta. Teve ERA de 3.04, o menor dele desde 2012, apesar de um FIP mais alto, 3.48. Teve ainda a segunda melhor média de rebatidas cedidas a cada 9 entradas da carreira, com 6,8, e ainda foi muito bem no quesito strikeout, com 10 a cada 9 entradas, também sua segunda melhor marca. Só deixou a desejar em home runs, permitindo 30 em 34 jogos.
Manager: Brad Ausmus (desde 2014 nos Tigers, com 250 vitórias e 234 derrotas)
Briga por: vaga nos playoffs via wild card
(Foto: Reprodução Facebook/Detroit Tigers)
KANSAS CITY ROYALS
Campanha em 2016: 81-81 (3º lugar na AL Central)
Campeão da World Series em 2015, o Kansas City Royals não teve um ano memorável de defesa do título. Pelo contrário, com uma campanha regular, ficou fora dos playoffs, onde projetam estar em 2017, mas não será nada fácil. Para isso, trouxeram alguns nomes de peso, como Jorge Soler, Jason Hammel e Travis Wood, os três campeões com os Cubs em 2016, além de Brandon Moss, jogador multi-tarefa e que pode atuar como outfielder, infielder e, na Liga Americana, como rebatedor designado.
E as chegadas de Soler e Moss prejudicam um pouco as chances de Paulo Orlando ser titular. O brasileiro, que pode atuar em qualquer função do campo externo, deve ser reserva da equipe novamente, apesar de ter feito uma grande temporada em 2016, com direito a liderar o time em AVG. e ter registrado 138 rebatidas e 5 home runs. Porém, Paulo pode iniciar a temporada no lineup principal por conta de lesão de Soler. Com uma base sólida e que atua junto há algum tempo, o ataque não deve ser problema com Eric Hosmer, Salvador Perez, Lorenzo Cain, Eric Gordon, Mike Moustakas e por aí vai, apesar de alguns deles terem deixado a desejar em 2016.
No montinho os Royals terão seu maior problema. Primeiro, para superar a perda trágica de Yordano Ventura, que morreu em acidente de carro na offseason. Além disso, há a perda técnica do ace da equipe. Para isso, Danny Duffy foi o escolhido e deve liderar essa rotação, que perdeu ainda Edinson Volquez. No bullpen, outra perda considerável: Wade Davis, que foi para os Cubs. Com isso, Kelvin Herrera, homem de setup, assume de vez a função de closer. Comparando as opções de Kansas City com as do principal rival da divisão, Cleveland, podemos dizer que o elenco de pitchers da Tribo é bastante melhor.
Provável lineup: Alcides Escobar (SS), Mike Moustakas (3B), Lorenzo Cain (CF), Eric Hosmer (1B), Salvador Perez (C), Alex Gordon (LF), Jorge Soler (RF), Brandon Moss (DH), Raul Mondesi (2B)
Melhor rebatedor: Se fôssemos seguir à risca as estatística, seria Paulo Orlando e sem ufanismo! Entre todos os membros do elenco atual com pelo menos 100 jogos, o brasileiro terminou 2016 com a melhor marca de aproveitamento no bastão, com 30,2%. Porém, levando em conta uma média dos últimos anos e potencial, vou de Eric Hosmer. O 1B da equipe teve 26,6% de aproveitamento, mas liderou a equipe em RBIs pelo segundo ano consecutivo, com 104, além de ter sido o segundo em HRs, com 25.
Provável rotação: Danny Duffy, Ian Kennedy, Jason Hammel, Nate Karns, Jason Vargas
Provável closer: Kelvin Herrerra (12 jogos salvos em 15 oportunidades em 2016, ERA de 2.75)
Melhor arremessador: Sem Yordano Ventura, a rotação titular dos Royals está em cheque para a temporada. Por isso, é justo dizer que o closer é o melhor arremessador do elenco. Esta será a primeira temporada de Herrera oficialmente na função, já que em 2016 o titular era Wade Davis, agora nos Cubs. Com jogador de setup, foi líder da equipe em holds, com 26. Fechando os jogos, aproveitou 12 de 15 oportunidades. Ele teve a melhor média do time de strikeouts a cada 9 entradas (considerando pitchers com mais de 30 entradas arremessadas), com 10,75.
Manager: Ned Yost (desde 2010 no comando dos Royals, com 549 vitórias e 550 derrotas)
Briga por: vaga nos playoffs via wild card
(Foto: Jamie Squire/Getty Images)
MINNESOTA TWINS
Campanha em 2016: 59-103 (5º lugar na AL Central e pior campanha de toda a MLB)
Como dizem por aí, pior que tá não fica. E aqui acredito que seja verdade. A surpreendente campanha super negativa dos Twins, a pior disparada da temporada em 2016, assusta, mas se lembrarmos que com uma base parecida o time de Minnesota conseguiu 83 vitórias e 79 derrotas em 2015, podemos ver que não é tanto pra lá e nem tanto pra cá. É possível pensar na equipe fazendo uma campanha digna, mas não adianta sonhar com muita coisa mais que isso.
O ano de 2017 servirá para a sequência da reconstrução do elenco, que já conta com diversos jovens promissores, como Byron Buxton, Max Kepler e Miguel Sano, todos que em 2016 fizeram suas primeiras temporadas pra valer na MLB e, neste ano, devem liderar a força ofensiva desse time, ao lado dos veteranos Jon Mauer Brian Dozier. Já no montinho, Ervin Santana segue com ace de uma rotação bem fraca e que não ajuda time nenhum a vencer partidas.
Vale lembrar que aqui teremos uma chance de ver um novo brasileiro nas Grandes Ligas. Trata-se do shortstop Leonardo Reginatto, que fez grandes jogos no Spring Training e já está na equipe de Triple-A dos Twins. Considerando que o titular da função no time titular é Jorge Polanco, jogador ainda de pouca experiência e potência, e os reservas também não empolgam, dá para imaginar sim Reginatto chegando ao elenco no meio da temporada ou com o roster expandido no fim dela. Estaremos na torcida!
Provável lineup: Brian Dozier (2B), Jorge Polanco (SS), Joe Mauer (1B), Miguel Sano (3B), Max Kepler (RF), Kennys Vargas (DH), Byron Buxton (CF), Eddie Rosario (LF), Jason Castro (C)
Melhor rebatedor: Brian Dozier. Junto com Jon Mauer e Ervin Santana, os pilares de um elenco que vem se reformulando e que continuará nesse processo em 2017. Em 2016, Dozier conseguiu impressionantes 42 home runs, terceira melhor marca da liga e melhor dele na carreira. Considerando que seu time anotou 200 HRs no ano, ele foi responsável por mais de 20% deles. O 2B de 29 anos ainda liderou os Twins em AVG (26,8%), RBIs (99) e rebatidas válidas (165) – todas também career-high.
Provável rotação: Ervin Santana, Hector Santiago, Kyle Gibson, Phil Hughes, Adalberto Mejia
Provável closer: Brandon Kintzler (17 jogos salvos em 20 oportunidades em 2016, ERA de 3.15)
Melhor arremessador: Ao contrário de 2015, em 2016 Ervin Santana se manteve longe do doping, jogou 30 partidas, e é importante que ele continue assim. Se Santana já não é o All-Star que foi em 2008 ou o jogador que conseguiu um no-hitter em 2011, ainda é um pitcher confiável numa rotação não tão confiável. Seu ERA na temporada passada foi de 3.38 e seu WAR de 3.2 foi o segundo melhor da carreira, mostrando sua importância ao time.
Manager: Paul Molitor (desde 2015 nos Twins, com 142 vitórias e 182 derrotas)
Briga por: perder muito menos que em 2016
(Foto: Reprodução Instagram/Leonardo Reginatto)
PRÉVIAS THE PLAYOFFS – MLB 2017
1/4 – NL Central