[PRÉVIA] A Divisão Oeste da Liga Americana da MLB em 2018
Houston Astros busca bicampeonato e Angels vem forte com Mike Trout e sensação Shohei Ohtani
Um campeão que quer (e pode) manter a coroa. Um time forte para o melhor jogador da Major League Baseball. Mais uma equipe boa e barata no estilo Moneyball. Esses são apenas alguns dos atrativos da Divisão Oeste da Liga Americana, que fecha a série de seis prévias do The Playoffs da temporada 2018 da Major League Baseball. Identificou as franquias? As duas equipes ausentes também aparecerão e, se tudo der certo podem surpreender em uma divisão que promete ser mais equilibrada do que no ano passado.
Buscando um bicampeonato inédito no século (o último time a repetir a conquista da World Series foi o New York Yankees, tricampeão entre 1998 e 2000), o Houston Astros manteve a base e trouxe reforços. O Los Angeles Angels montou o melhor lineup que Mike Trout já teve, e ainda terá a sensação japonesa Shohei Ohtani, enquanto o Oakland Athletics acelerou seu rebuild e permite-se sonhar. Seattle Mariners e Texas Rangers, menos baladados, nos dão ao menos a oportunidade de acompanhar dois monstros já em fim de carreira, Ichiro Suzuki e Adrian Beltre, respectivamente.
Vamos, então, à prévia da AL West:
HOUSTON ASTROS
Campanha em 2017: 101-61 (1ª posição na AL West; vencedor da World Series)
A histórica campanha de 2017 serve como inspiração para a franquia do Texas. Em vez de desmanchar o time titular, ou deitar em cima da conquista da World Series, o front office dos Astros reforçou o plantel, com o destaque sendo a troca com o Pittsburgh Pirates que rendeu Gerrit Cole. Estrela na antiga equipe, ele chega para ser a cereja do bolo em uma rotação que já tinha dois aces (Justin Verlander e Dallas Keuchel) e dois bons complementos em Lance McCullers Jr. e Charlie Morton.
O lineup praticamente não mudou, uma vez que o agora aposentado Carlos Beltran foi a única baixa significativa. Já o bullpen passou por grandes trocas, com a saída de Luke Gregerson, Joe Musgrive (envolvido na troca de Cole) e Francisco Liriano e a chegada de Joe Smith e Hector Rondon. O upgrade nos arremessadores e a manutenção do ótimo grupo de rebatedores dão aos Astros o título de favoritos na Divisão Oeste da AL, e permitem à franquia sonhar com o bicampeonato.
Provável lineup: George Springer (CF), Jose Altuve (2B), Carlos Correa (SS), Alex Bregman (3B), Marwin Gonzalez (LF), Yuli Gurriel (1B), Brian McCann (C), Josh Reddick (RF), Evan Gattis (DH)
Melhor rebatedor: Um dos remanescentes do Astros ‘lanterninha’ da MLB, Altuve foi mais uma vez brilhante em 2017. Impressionantes 34,6% de aproveitamento no bastão, 41% de chegada em base, 32 bases roubadas e 24 home runs. Com um novo (e merecido) contrato, o baixinho venezuelano é promessa de grandes jogadas e ótimo desempenho neste ano.
Provável rotação: Justin Verlander, Dallas Keuchel, Gerrit Cole, Lance McCullers Jr., Charlie Morton
Provável closer: Ken Giles (34 saves, ERA de 2.30 em 2017)
Melhor arremessador: Verlander e Keuchel dividem as honras. O primeiro finalmente conquistou o tão sonhado anel da World Series, e consolidou a boa fase após a troca (quatro corridas cedidas e 43 strikeouts em 34 innings). O segundo teve ótimo ano (ERA de 2.90 e 1.119 de WHIP), especialmente após a chegada do agora companheiro de rotação. Ambos devem brilhar novamente em 2018.
Manager: A.J. Hinch (três temporadas com a franquia, 271 vitórias e 215 derrotas entre 2015 e 2017)
Briga por: World Series
(Foto: Jamie Squire/Getty Images)
LOS ANGELES ANGELS
Campanha em 2017: 80-82 (2ª posição na AL West)
A primeira temporada completa de Mike Trout na MLB ocorreu em 2012, e é justo dizer que dificilmente o melhor jogador da liga teve, desde então, um lineup tão bom quanto o que os Angels montaram em 2018. A manutenção de Justin Upton, que trocou a cláusula opt-out por mais um ano de contrato e a chegada de Zack Cozart (que deixa de ser shortstop e passa a atuar como terceira base) garantem um time forte e que deve movimentar bastante o placar.
Sentiu falta de alguém? Shohei Ohtani chegou como sensação, oriundo do Japão para dividir os holofotes com Trout. Arremssador e rebatedor designado, ele tem sido questionado após números ruins no Spring Training, mas deve começar o ano na rotação titular, que ainda deixa muitas dúvidas. O bullpen também é questionável, e o manager Mike Scioscia já disse que pode trabalhar com uma rotação de seis homens e que não haverá um closer fixo, ao menos no início da temporada.
Provável lineup: Ian Kinsler (2B), Mike Trout (CF), Justin Upton (LF), Kole Calhoun (RF), Albert Pujols (DH), Zack Cozart (3B), Andrelton Simmons (SS), Luis Valbuena (1B), Martin Maldonado (C)
Melhor rebatedor: Mike Trout. O melhor jogador da MLB (e do planeta) finalmente tem um lineup de peso, talvez o melhor desde que estreou nos Angels. Se, jogando sozinho, seus números já eram absurdos, o que pode acontecer em 2018? Um breve resumo da carreira do monstro até agora: 30,6% de aproveitamento, 41% de chegada em base, 201 home runs, 692 corridas anotadas, 569 impulsionadas e um desempenho 72% melhor do que a média da liga. ‘Só’ isso.
Provável rotação: Garrett Richards, Andrew Heaney, Shohei Ohtani, Tyler Skaggs, Matt Shoemaker, JC Ramirez
Provável closer: Cam Bedrosian (seis saves, ERA de 4.43 em 2017)
Melhor arremessador: Saudável, Garrett Richards é o ace da rotação. O problema é permanecer saudável. Após ótimas temporadas em 2014 e 2015, ele sofreu com problemas no braço nos dois anos seguintes, e entrou em campo apenas 12 vezes. Recuperado e com bom desempenho no Spring Training, Richards terá a missão de puxar a rotação, que a princípio será formada por seis jogadores.
Manager: Mike Scioscia (18 temporadas com a franquia, 1.570 vitórias e 1.346 derrotas entre 2000 e 2017)
Briga por: vaga nos playoffs
(Foto: Rob Tringali/Getty Images)
OAKLAND ATHLETICS
Campanha em 2017: 75-87 (5ª posição na AL West)
O processo de reconstrução do elenco dos A’s parece eterno, mas a sensação é de que o trabalho está quase concluído. Billy Beane foi novamente muito ativo no mercado, soube explorar as oportunidades e conseguiu reforços interessantes. No lineup, destaque para a contratação de Jonathan Lucroy, que deve ser o catcher titular, e para a troca que rendeu à franquia o outfielder Stephen Piscotty, que jogará perto de ponde nasceu e estará ao lado de sua mãe, vítima da esclerose lateral amiotrófica.
A rotação titular ainda é a grande incógnita, especialmente porque não há um ace e os cinco titulares são jovens com desempenho irregular no passado. Para piorar, Jharel Chotton passou pela famosa cirurgia Tommy John e está fora da temporada. O bullpen, por sua vez, conta com veteranos na MLB, incluindo o catcher Blake Treinen e dois ex-jogadores do San Francisco Giants, Santiago Casilla e Yusmeiro Petit. Voltar aos playoffs é difícil, mas não impossível.
Provável lineup: Marcus Semien (SS), Matt Joyce (LF), Jed Lowrie (2B), Khris Davis (DH), Stephen Piscotty (RF), Matt Olson (1B), Jonathan Lucroy (C), Matt Chapman (3B), Dustin Fowler (CF)
Melhor rebatedor: Ruim defensivamente, Khris Davis encontrou-se como o rebatedor designado dos A’s. Com um estilo de pouco contato e muitos home runs, ele fechou 2017 com 43 bolinhas isoladas e 110 corridas impulsionadas, superando assim o baixo aproveitamento no bastão (24,7%), o desempenho apenas aceitável em relação à chegada em base (33,6%) e o alto número de strikeouts (195).
Provável rotação: Kendall Graveman, Sean Manaea, Daniel Gossett, Daniel Mengden, Andrew Triggs
Provável closer: Blake Treinen (16 saves, ERA de 3.93 em 2017)
Melhor arremessador: Sean Manaea é a grande aposta na rotação dos A’s. Houve regressão após uma ótima estreia em 2016, e o jovem de 26 anos encerrou a última temporada com 4.38 de ERA e WHIP de 1.399, bem alto. No entanto, ele ainda está consolidando seu jogo, e teve um bom Spring Training, o que aumenta a expectativa por grandes jogos em 2018.
Manager: Bob Melvin (sete temporadas com a franquia, 537 vitórias e 534 derrotas entre 2011 e 2017)
Briga por: Wild Card, se tudo der muito certo
(Imagem: reprodução vídeo/MLB.com)
SEATTLE MARINERS
Campanha em 2017: 78-84 (3ª posição na AL West)
Jerry Dipoto faz o que é possível para colocar sua franquia novamente nos playoffs após 17 anos. Sem muitos talentos na base, o general manager dos Mariners uma vez mais foi ‘o maluco’ das trocas, e pensou fora da caixa para reforçar o elenco. Para espanto geral, trouxe do Miami Marlins o veloz Dee Gordon, que deixa a segunda base e passará a jogar de center field. Com Gordon e Ryon Healy, adquirido em troca com o Oakland Athletics, Seattle tem um lineup mais rápido e mais profundo.
O ponto alto da intertemporada, porém, foi o retorno de Ichiro Suzuki. Ídolo na cidade após brilhar por mais de 10 anos, o veterano japonês volta para ser um outfielder reserva e, eventualmente, atuar no campo esquerdo. A rotação pouco mudou, com Felix Hernandez, James Paxton e Mike Leake como destaques, e o bullpen infelizmente perdeu um de seus principais nomes, já que David Phelps foi outra vítima da cirurgia Tommy John e está fora da temporada.
Provável lineup: Dee Gordon (CF), Jean Segura (SS), Kyle Seager (3B), Robinson Cano (2B), Nelson Cruz (DH), Ryon Healy (1B), Mike Zunino (C), Mitch Hanigan (RF), Ben Gamel (LF)
Melhor rebatedor: Nelson Cruz está com 37 anos e, desafiando o envelhecimento, segue produzindo como rebatedor designado. O dominicano fechou 2017 com 39 home runs, 119 corridas impulsionadas e 28,8% de aproveitamento no bastão, e apenas no caso dos RBIs esse foi o melhor desempenho desde que chegou a Seattle, antes da temporada 2015.
Provável rotação: Felix Hernandez, James Paxton, Mike Leake, Ernesto Ramirez, Marco Gonzalez
Provável closer: Edwin Diaz (34 saves, ERA de 3.27 em 2017)
Melhor arremessador: James Paxton teve em 2017 o brilhante ano que justificou a aposta dos Mariners em seu jogo, com 2.98 de ERA, 156 strikeouts em 136 entradas e apenas nove home runs cedidos. Seattle espera por uma recuperação de Felix Hernandez mas, se Paxton mantiver o alto nível de seu jogo, o sonho dos playoffs pode tornar-se realidade.
Manager: Scott Servais (duas temporadas com a franquia, 164 vitórias e 160 derrotas entre 2016 e 2017)
Briga por: Wild Card, se tudo der muito certo
(Foto: Reprodução Twitter/Seattle Mariners)
TEXAS RANGERS
Campanha em 2017: 78-84 (4ª posição na AL West)
Os Rangers chegam para o Opening Day com poucas mudanças em relação ao time-base de 2017. A franquia não mudou o lineup titular, e apostará na explosão de duas ‘eternas promessas’, Nomar Mazara e Joey Gallo. No comando do grupo, mais uma vez o ótimo veterano Adrian Beltre. Há espaço para evolução, mas a relativa falta de profundidade preocupa os torcedores.
As principais mudanças começam na rotação, com a chegada de Matt Moore, trocado com o San Francisco Giants, e Doug Fister, que estava no Boston Red Sox. O bullpen sofre com a falta de um closer, já que Alex Claudio não desperta muita confiança, e uma das esperanças é Tim Lincecum: o veterano assinou por uma temporada e deve atuar como reliever, mas ainda precisa recuperar o ritmo de jogo.
Provável lineup: Delino DeShields (CF), Joey Gallo (1B), Elvis Andrus (SS), Adrian Beltre (3B), Shin-Soo Choo (DH), Nomar Mazara (RF), Robinson Chirinos (C), Rougned Odor (2B), Ryan Rua (LF)
Melhor rebatedor: Entra ano, sai ano, e Adrian Beltre segue como um dos destaques da MLB. Completando 20 anos na liga, e com um lugar quase garantido no Hall da Fama, o dominicano de quase 39 anos foi bem em 2017 mesmo limitado por problemas físicos, e se estiver saudável, pode bater 30 home runs, aproximar-se de 100 RBIs e manter aproveitamento no bastão em torno de 30%
Provável rotação: Cole Hamels, Matt Moore, Doug Fister, Mike Minor, Martin Perez
Provável closer: Alex Claudio (11 saves, ERA de 2.50 em 2017)
Melhor arremessador: Cole Hamels já não é mais o ace do passado, mas o talento ainda está presente e transforma-o em norte para a rotação dos Rangers. Prejudicado por contusões na última temporada, ele sonha com um ano parecido com o de 2016, quando teve ERA de 3.32, somou 200 strikeouts em 200 2/3 innings e foi selecionado para o All-Star Game
Manager: Jeff Bannister (três temporadas com a franquia, 261 vitórias e 225 derrotas entre 2015 e 2017)
Briga por: Mais vitórias do que derrotas
(Foto: Stephen Dunn/Getty Images)
PRÉVIAS THE PLAYOFFS – MLB 2018