[PRÉVIA] A Divisão Central da Liga Nacional da MLB em 2019
Cubs, Brewers e Cards devem ter desempenho acirrado em 2019; Reds e Pirates continuam abaixo
Em 2018, com uma arrancada histórica a partir do mês de setembro, o Milwaukee Brewers destronou o Chicago Cubs ao vencer o jogo de desempate, em Chicago, ficando com o título da Divisão Central, o que não ocorria desde 2011. Os “cervejeiros” avançaram até a final da Liga Nacional, num fatídico jogo 7 contra o Los Angeles Dodgers – na qual o ataque teve um apagão após um home run de três corridas de Yasiel Puig (transferido para o Cincinnati Reds e jogará nesta divisão este ano); então o fim da linha chegou com o bicampeonato do time de LA na liga. Campanha memorável mas não surpreendente, já que os Brewers flertaram com a classificação em 2017.
O superado Chicago Cubs sentiu o golpe, e sentiu também com algumas lesões durante a temporada. O time foi eliminado no Wild Card, também num jogo sinistro, com 13 entradas, por míseros 2 a 1 para o Colorado Rockies. Ambos os times podem seguir fortes neste ano.
Quem também tem potencial para se aproximar dos dois rivais citados é o St. Louis Cardinals, que possui um ataque que pode ser poderoso, com boas contratações, aliado a um montinho consistente e com boas opções. Mas para isso precisa reverter a aparência que está deixando neste Spring Training, com uma das piores campanhas na pré-temporada e algumas estatísticas desastrosas.
Abaixo desses três times, o Cincinnati Reds vem com o ataque reforçado, mas uma nova campanha negativa é esperada neste primeiro momento. Ao Pittsburgh Pirates, deve restar mesmo a última colocação. Após perderem algumas estrelas nos últimos tempos, o rebuild segue.
O destino real desta divisão é incerto até para jornalistas e especialistas americanos. Os contratempos das equipes passam a ser uma espécie de corrida para quem consegue se superar mais rapidamente, para vencer mais ao final da temporada regular.
Confira como vem a (controversa) NL Central na primeira prévia do The Playoffs para a MLB 2019.
PITTSBURGH PIRATES
Campanha em 2018: 82-79 (4º na Divisão Central da Liga Nacional)
Já no final de 2018 o Pittsburgh Pirates percebeu que seus adversários estavam em patamares acima e já previam mudanças. O time tem boas peças, mas inconsistentes e distintas. Demitiram seu técnico auxiliar e o de rebatedores; uma semana depois demitiu os novos contratados e só após um mês, anunciaram David Jauss e Rick Eckstein para estes cargos.
O ataque produziu números na média da liga, mas com técnico novo e com rivais já à frente isto pode significar fracasso na MLB. A idade dos jogadores e as más gestões dos prospectos podem ser outros fatores para o declínio. O desempenho coletivo também é ruim com baixos números de corridas impulsionadas.
Já no montinho, os jogadores são jovens mas a inconsistência e as estatísticas medianas também pesam contra. Excluindo Jameson Taillon e Chris Archer, a rotação é uma incógnita até para a definição das posições. Em se tratando de NL Central, os Bucs estão abaixo das outras equipes, mas o desempenho deve ser pouco diferente da temporada passada, num número perto de 75 vitórias segundo as projeções. Número considerado alto se comparado com outras franquias da MLB. O desastre não é completo, mas a franquia precisa de novas políticas de melhorias e contratações para os próximos anos.
Provável lineup: Adam Frazier (2B), Starling Marte (CF), Corey Dickerson (LF), Francisco Cerveli (C), Colin Moran (3B), Josh Bell (1B), Lonnie Chisenhall (RF), Erik Gonzalez (SS)
Melhor rebatedor: Starling Marte teve o maior número de rebatidas válidas 155 do time em 2018 (segundo em aproveitamento 27,7%). A dificuldade de impulsionar corridas, com apenas 76 RBI (maior índice do time), mostram a inconsistência ofensiva.
Provável rotação: Jameson Taillon, Chris Archer, Trevor Williams, Joe Musgrove, Jordan Lyles
Provável closer: Felipe Vazquez – 37 saves em 70 jogos na temporada passada, ERA de 2.70
Melhor arremessador: Jameson Taillon teve seus melhores números na carreira em 2018 e espera-se que seja ainda melhor nesta temporada – 14 vitórias (10 derrotas) em 32 partidas. ERA de 3.20.
Manager: Clint Hurdle (desde 2011 /666v-628d)
Briga por: não ser o lanterna da divisão
Projeção de posição na divisão: 5º lugar
(Foto: Reprodução Facebook/Pittsburgh Pirates)
CINCINNATI REDS
Campanha em 2018: 67-95 (5º na Divisão Central da Liga Nacional)
Após quatro anos sendo o último colocado, os Reds decidiram virar o jogo. A franquia fez mudanças consideráveis no montinho e estará de técnico novo em breve. Além disso, numa transação robusta, Cincy adquiriu os experientes Alex Wood (LHP) e os outfielders Matt Kemp e Yasiel Puig – o popular “Puigão” da massa (foto) – em troca de três prospectos com os Dodgers. A ideia é já colher melhores resultados em 2019. No montinho, Sonny Gray, ex-Yankees, é o principal reforço.
Mas, mesmo com novos ares e jogadores que se complementam dentro das deficiências de cada um, a expectativa ainda é de outra campanha negativa. O tempo para adaptações pode ser considerado mais um grande fator negativo, mas ainda é considerado uma reconstrução. O futuro pode ser próspero. Boa notícia para os fãs cada vez menos presentes no Great American Ball Park.
Para complementar e dificultar ainda mais a caminhada, até o momento, a equipe tem um dos piores aproveitamentos deste Spring Training. Contando com desentrosamento e a implantação das filosofias do novo técnico Jim Riggleman, que assumirá apenas no dia 19 de abril (por possuir um contrato vigente com o New York Mets), os Reds parecem ter menos problemas para resolver do que o rival Pittsburgh Pirates.
Provável lineup: Jose Peraza (SS), Yasiel Puig(RF), Joey Votto (1B), Eugenio Suarez (3B), Scooter Gennett (2B), Scoot Schebler (LF), Nick Senzel (CF), Tucker Barnhart (C)
Melhor rebatedor: Eugenio Suarez foi brilhante e conseguiu sua primeira participação em All-Star Games. Estabeleceu 28,3% de aproveitamento, 34 HR e 114 RBI.
Provável rotação: Luis Castillo, Anthony DeSclafani, Sony Gray, Tanner Roark, Alex Wood
Provável closer: Raisel Iglesias – 30 saves em 66 jogos, ERA 2.38
Melhor arremessador: O jovem Luis Castillo deve assumir o posto de ace da equipe e assim se desenvolver cada vez mais. Conseguiu 165 strikeouts em 31 partidas em 2018, o que o deixou com a altíssima média de 5,3 K por jogo. ERA de 4.30.
Manager: Bryan Price – até 18 de abril (desde 2014 / 343v-467d); Jim Riggleman assumirá o posto em 19 de abril.
Briga por: nada
Projeção de posição na divisão: 4º lugar
(Foto: Reprodução Twitter/Reds)
ST. LOUIS CARDINALS
Campanha em 2018: 88-74 (3º na Divisão Central da Liga Nacional)
Novamente fora dos playoffs e novamente a terceira força da divisão, o St. Louis Cardinals viverá uma temporada repleta de incertezas. Porém a qualidade de seus jogadores pode ainda manter um alto número de vitórias.
Trouxeram o cinco vezes all-star Paul Goldschimidt, que pode não querer ficar nos Cards caso jogue bem e lhe ofereçam um caminhão de dinheiro ano que vem, como free agent. Mesmo fator de Marcell Ozuna (que voltou a jogar bem) e Matt Carpenter (opção de renovar contrato em 2020). Yadier Molina (36 anos) e Adam Wainwright (37 anos) completam a “constelação”. Com todo esse estrelato, a mensagem é clara: vencer agora! Caso a fórmula não dê certo, um possível desmanche pode ser considerado. Qualidade técnica/tática o time tem; resta saber se a condição física não será novamente um empecilho como foi na segunda metade da temporada passada.
Outro ponto positivo foi que pela primeira vez em sua história os Cards terminaram a temporada com mais strikeouts (1.380) do que rebatidas (1.369), o que indica um bom nível do grupo de arremessadores, agora liderado pelo surpreendente Miles Mikolas.
Mas então o que realmente pode fazer com que este time não lidere a divisão? Mesmo com menos problemas visíveis, nos últimos anos, seus jogadores não conseguem consistência dentro da mesma temporada, quem dirá em anos consecutivos. Frequentemente são vistas alternâncias no lineup, o que prejudica ou indica que passam por dificuldades em seu estilo de jogo. Como a ordem é vencer, a motivação pode se tornar combustível para que consigam resultados melhores.
Provável lineup: Matt Carpenter (3B), Paul Goldschimidt (1B), Paul DeJong (SS), Marcell Ozuna (LF), Dexter Fowler (RF), Yadier Molina (C), Kolten Wong (2B), Harrison Bader (CF)
Melhor rebatedor: Paul Goldschimidt teve uma temporada passada espetacular jogando pelo Arizona Diamondbacks. Aproveitamento de 29%, 95 corridas (33HR) e 83 RBI.
Provável rotação: Miles Mikolas, Jack Flaherty, Carlos Martinez* (começa a temporada lesionado, Michael Wacha, Adam Wainwright
Provável closer: Andrew Miller deixou o Cleveland Indians como reliever para se tornar closer dos Cardinals. Entrou em 37 partidas em 2018 (2 SV), fez 45 strikeouts. ERA de 4.24
Melhor arremessador: Mike Mikolas foi a grata surpresa do time em 2018. Ao retornar para a MLB (ficou fora desde 2014), venceu 18 partidas (4 derrotas), 146K e cedeu apenas 29 walks em 32 jogos. ERA de 2.83.
Manager: Mike Shildt (desde jul-2018 /41v-28d)
Briga por: melhorar condição na divisão e brigar novamente por playoffs
Projeção de posição na divisão: 3º lugar
(Foto: Reprodução Twitter/Cardinals)
MILWAUKEE BREWERS
Campanha em 2017: 96-77 (1º na Divisão Central da Liga Nacional, eliminado na NLCS pelo Los Angeles Dodgers)
O Milwaukee Brewers foi uma grata surpresa para os amantes de beisebol e um grande incomodo para Cubs e Cardinals. O “intruso”, que no dia 18 de agosto passado era o terceiro colocado da divisão, venceu o jogo de desempate e a divisão 43 após o início da arrancada histórica. A cooperação entres o jogadores aumentava os holofotes, e grande parte das pessoas “adotou” o time como favorito na Liga Nacional. Milwaukee ficou apenas a uma vitória da World Series, mas a breve frustração foi rapidamente superada pelo orgulho do bom trabalho dentro e fora de campo, com boas gestões administrativas.
Christian Yelich foi premiado como MVP da NL, algo certamente não cogitável no início do ano, quando o outfielder veio dos Marlins. Mesmo caso de Jesus Aguilar, que terminou a temporada regular com 35 HR e uma vaguinha no All-Star Game. O primeiro com 27 anos de idade seguirá sendo um dos pilares da equipe e se espera números parecidos com a ótima temporada anterior. O ataque segue uma arma fortíssima dos cervejeiros.
O contraponto são os arremessadores titulares. Chase Anderson decepcionou com apenas 9 vitórias (8 derrotas), Jhoulys Chacin foi o protagonista com 15 (8 derrotas), mas cravá-lo como novo ace ainda é precipitado, mesmo que esteja confirmado no Opening Day. A rotação foi problema mesmo no ano passado, tanto que o técnico Craig Counsell usou a estratégia dos openers – arremessadores de relevo abrindo jogos e saindo rapidamente – até nos playoffs.
Como “em time que está ganhando não se mexe”, o bullpen segue com os mesmos jogadores dominantes da temporada passada, certamente um dos melhores corpos de relievers da MLB. O closer Corey Knebel destoou cedendo muitas corridas, mas deve manter o posto. Josh Hader e Jeremy Jeffress já provaram que também pode fechar partidas.
Há divergência de opiniões se a equipe conseguirá manter o mesmo nível de atuação do ano passado, mas o elenco é bom.
Provável lineup: Lorenzo Cain (CF), Christian Yelich (RF), Jesus Aguilar (1B), Travis Shaw (3B), Ryan Braun (LF), Mike Moustakas (2B), Yasmani Grandal (C), Orlando Arcia (SS)
Melhor rebatedor: O MVP Christian Yelich. Teve ótimos 32,6% de aproveitamento e 110 RBI (36 HR) em 2018.
Provável rotação: Jhoulys Chacin, Chase Anderson, Zach Davies, Jimmy Nelson (Corbin Burns), Freddy Peralta
Provável closer: Corey Knebel – mesmo cedendo muitas corridas (ERA 3.58), salvou o time em 16 das 19 oportunidades. Deve agradecimentos ao ataque do time que castigou os adversários com largas vantagens.
Melhor arremessador: Josh Hader – all-star em 2018, o reliever foi impressionante, com ERA de 2.43 e WHIP de apenas 0.811. Foram ainda 15,8 strikeouts a cada nove entradas.
Manager: Craig Counsell (desde 2015 / 316v-308d)
Briga por: título da divisão
Projeção de posição na divisão: 2º lugar
(Foto: Reprodução Twitter/MLB)
CHICAGO CUBS
Campanha em 2018: 95-68 (segundo da NL Central, perdendo o jogo de desempate contra os Brewers. Eliminado no Wild Card pelo Colorado Rockies)
Apesar de ter melhorado o desempenho comparado ao ano anterior (três vitórias a mais) os Cubs parecem desconectados. Mesmo com grandes nomes tanto no campo como no montinho, e as vitórias aparecendo, a equipe pode ser uma incógnita com algumas dúvidas a serem resolvidas durante a temporada 2019.
Espera-se que Willson Contreras, Kyle Schwarber e Albert Almora Jr. tenham melhores desempenhos ofensivos. Também é esperado que Kris Bryant volte a ser protagonista após passar por cirurgia no ombro. Se tudo isso ocorrer, eles ajudarão a equipe a voltar a ser a toda poderosa da NL Central
Além de tudo isso, o manager Joe Maddon não é mais uma unanimidade em Chicago e precisa mostrar um trabalho melhor. Algumas de suas decisões foram contestadas em 2018. A vinda do polivalente Daniel Descalso deve ajudar o treinador a ter mais opções para um time já muito versátil, e que manteve praticamente todos os jogadores da temporada anterior. No montinho, rotação também mantida e espera-se um desempenho melhor de nomes como Yu Darvish e Jose Quintana, decepcionantes em 2018. Jon Lester segue com o ace.
Se tudo der certo, Chicago tem tudo para vencer a divisão. Mas com tantos fatores que necessitam recuperação, a equipe é vista por especialistas como uma incógnita.
Provável lineup: Jason Heyward (CF), Kris Bryant (3B), Anthony Rizzo (1B), Javier Baez (SS), Kyle Schwarber (LF), Willson Contreras (C), Daniel Descalso/Ian Happ/Ben Zobrist (2B) e Albert Almora Jr/Ben Zobrist (RF)
Melhor(es) rebatedor(es): Anthony Rizzo voltou a ser o protagonista do ataque com 28,3% de aproveitamento, 74 corridas, 25 HR e 101 RBI em 2018.
Provável rotação: Jon Lester, Kyle Hendricks, Yu Darvish, Jose Quintana, Cole Hamels
Provável closer: Brandon Morrow, mas ele passou por uma cirurgia no cotovelo e não tem retorno previsto. Pedro Strop, que assumiu a função no fim da temporada passada, deve substituí-lo se necessário
Melhor arremessador: Jon Lester segue em altíssimo nível voltando até para o All-Star Game em 2018 (5ª vez na carreira). ERA 3.32 e suas 18 vitórias (6 derrotas) chamaram muito a atenção na temporada passada.
Manager: Joe Maddon (desde 2015 / 387v-262d)
Briga por: reassumir o posto de campeão da divisão e chegar mais uma vez aos playoffs
Projeção de posição na divisão: 1º lugar
(Foto: Reprodução Twitter/MLB)
PRÓXIMAS PRÉVIAS
18/3 – AL WEST
20/3 – AL CENTRAL
22/3 – NL WEST
25/3 – NL EAST
27/3 – AL EAST