O outubro mais otimista do Washington Nationals
Em 45 anos de história, nunca os Nats tiveram tantos motivos para pensar em título
Uma das franquias de menos tradição em vitórias da história da MLB, os Nationals encontram em 2014 a oportunidade de mudar o cenário. Antigo Montreal Expos, em 45 anos de time são três séries de pós-temporada disputadas. Desde 2005, quando se mudaram para Washington, apenas uma ida aos playoffs.
Agora, o Washington Nationals tem o que é preciso para trazer sucesso a franquia. Foi o time mais rápido a confirmar vaga na pós-temporada da Liga Nacional e é um dos candidatos ao título. Deixando o histórico de lado por um instante, este é um grande time de beisebol que tem nos mostrado ao longo do ano o que são capazes de fazer.
Um dos grandes segredos dos Nationals tem sido o trabalho coletivo e a ajuda de muitos coadjuvantes. Eles lideram a liga em WAR (20,6), têm pelo menos cinco jogadores com mais de duas vitórias adicionadas e contam com peça de reposição em praticamente todos os setores. O ataque, um dos mais produtivos da National League, tem em atletas talentosos atuando sob grande campanha.
Isso que é um dos pontos mais interessantes da franquia. 2014 não é um ano fora da curva, algo como aconteceu com os Red Sox no ano passado. O que Anthony Rendon está mostrando indica que é o início da era de um dos melhores jogadores de campo interno do beisebol. Denard Span tem sido produtivo durante a maior parte de sua carreira, Adam LaRoche sempre teve a força no bastão ao seu lado, o mesmo da consistência de Ian Desmond que acabou de se tornar o único shortstop do momento com três temporadas seguidas com pelo 15 home runs.
Consequência de muitas escolhas altas em drafts recentes e elenco coadjuvante ótimo, o Washington Nationals tem na oitava maior folha salarial da liga contratos grandes que garantem a permanência do núcleo base por muito tempo.
O mais assustador sobre esse time que tem a melhor campanha da Liga Nacional? Eles podem jogar ainda melhor, principalmente no ataque. Bryce Harper, uma das maiores promessas da liga, perdeu tempo significante por lesão no mão, enquanto Ryan Zimmermann jogou apenas 53 jogos e Stephen Strasburg ainda não atingiu seu potencial.
Por falar em Stephen Strasburg, é fato que o destro não tem sido tudo aquilo que se projetava há dois anos, mas não deixa de ser um arremessador muito bom. Entre os titulares que apresentam entradas qualificadas, é o sexto melhor da National League em FIP (3,00). Ao lado dele, a rotação titular é a mais completa da liga.
Jordan Zimmermann é um dos arremessadores mais constantes, Tanner Roark é ótima surpresa, Doug Fister um dos destros mais eficientes da NL. Os quatro citados seriam nomes certos se o Jogo das Estrelas fosse hoje. E Gio Gonzalez é a presença muito boa que qualquer time precisa de um arremessador canhoto. Junte isso e você tem um quinteto titular extremamente qualificado e com média de idade de 28 anos.
Dizem que bullpen bom é que ganha título. Isso também não é problema para os Nationals, que estão ranqueados com o segundo melhor ERA da National League no setor (2,92). É verdade que ver o fechador Rafael Soriano com uma segunda parte da temporada desastrosa não é nada bom, mas há em Tyler Clippard e Drew Storen ótimos jogadores que podem dar conta do recado na oitava e nona entrada, respectivamente.
E não precisa muito mais do que isso nos Playoffs da MLB, já que a rotação titular é uma das que mais fica em campo (5º da NL). Então, é entregar a liderança a partir da sétima da entrada e o resultado já estará bem encaminhando.
Ótimos coadjuvantes, rotação titular fortíssima e bullpen confiável. Seria perfeito se o Washington Nationals tivesse algum jogador com histórico otimista de pós-temporada, mas sabemos que a questão clutch é uma variável totalmente relativa. Ou alguém esperava que David Freese fosse o MVP das World Series em 2011?
A franquia de Washington entrará em outubro com grandes chances de trazer o troféu para a cidade pela primeira vez desde 1924, quando os Senators venceram. A engrenagem está encaixada e pronta para decolar. Se vai dar resultado ou não, isso é outra história que só o tempo dirá. Fato é que os Nationals não precisam de um herói para irem longe na pós-temporada.