Cubs campeões da World Series: quais foram os fatores que tornaram isso possível?
Uma espera de 108 anos acabou, os Cubs se consagraram campeões da World Series. Com isso aconteceu?
Na noite de quarta (04/11) foi finalizada a maior fila existente nos esportes americanos. O Chicago Cubs ganhou do Cleveland Indians por 8 a 7 na 10ª entrada, no Progressive Field em Cleveland. Torcedores dos Cubs esperaram 108 anos para poder ver seu querido time campeão de uma World Series.
Uma temporada fantástica coroada com uma conquista história, o 6° time a reverter um déficit de 1-3 na história da MLB. Quais então podem ter sido os fatores que tornaram esse título possível?
(Photo by Ezra Shaw/Getty Images)
Theo Epstein e a última offseason
O GM dos Cubs, Theo Epstein, já havia quebrado a maldição do Boston Red Sox e agora quebra a maldição de Billy Goat com os Cubs. O GM, sem sombra de duvidas, foi importantissmo. Ele transformou um time que chegou a terminar uma temporada com 101 derrotas em um time que teve 103 vitórias. Desde que chegou em Chicago Epstein fez contratações importantes para o time, como trazer o treinador Joe Maddon e fechar um negócio milionário com Jon Lester.
Mas foi a última offseason que colocou o diretor como um grande fator para a conquista. Epstein trouxe jogadores que foram importantes o ano todo, como Ben Zobrist (eleito MVP da World Series e também selecionado para o All-Star Game) e Jason Heyward, que apresar de não ter tido um ano bom no bastão, foi extremamente importante no lado defensivo e provavelmente será eleito ganhador de uma luva de ouro (premio para o melhor jogador defensivo de cada posição).
Epstein ainda conseguiu manter o defensor externo Dexter Fowler, que depois de quase fechar com o Baltimore Orioles, foi convencido a ficar em Chicago.
Joe Maddon e o clima no vestiário
Maddon pode ter cometido erros no seu comando no decisivo jogo 7, como tirar o titular Kyle Hendricks muito cedo e colocar o closer Aroldis Chapman também cedo, sendo que Chapman foi excessivamente utilizado nos jogos 5 e 6 da série.
O treinador, entretanto, é o responsável por criar o ótimo clima dentro do vestiário dos Cubs. Com seu jeito descontraído e atitudes engraçadas durante o ano, como fazer os jogadores viajarem de pijamas, Maddon conseguiu o clima perfeito para os jogadores mais jovens produzirem junto com os mais experientes.
(Foto: Divulgação/ MLB)
“Bryzzo”
A dupla Anthony Rizzo e Kris Bryant foi a alma do time durante toda temporada, os melhores rebatedores da equipe. Rizzo teve 32 Home Runs e 109 RBIs na temporada regular, enquanto Bryant teve 39 HRs e 102 RBIs e provavelmente será eleito o MVP da Liga Nacional.
Na pós-temporada ambos tiveram períodos complicados no bastão, porém tanto na NLCS quanto na World Series, quando o desempenho deles melhorou o time melhorou junto. Rizzo foi importante para fechar a NLCS contra o Los Angeles Dodgers e Bryant renovou a equipe com o seu Home Run que empatou o jogo 5. Para os Cubs, não poderia ter sido melhor que o último out veio de uma jogada de Bryant para Rizzo.
(Photo by Ezra Shaw/Getty Images)
A troca por Aroldis Chapman
A troca feita próxima a trade deadline com o New York Yankees, que fez com que o closer cubano se tornasse um jogador dos Cubs, foi um ponto chave na temporada. Mesmo com Chapman tendo um Blown Save na 8ª entrada do jogo 7 (muito provavelmente pelo exagero de uso do Míssil Cubano durante toda série), Chapman tornou o bullpen dos Cubs ótimo. Depois de sua chegada, o bullpen que estava tendo sérios problemas na temporada, se tornou um dos melhores da liga e sem ele os Cubs talvez não conseguiriam ganhar o jogo 5 da WS, que iniciou a virada da série contra os Indians.
A troca por Mike Montgomery
A aquisição de Mike Montgomery aconteceu alguns dias antes da troca por Chapman e é facilmente ignorada se não for analisada direito. Montgomery não teve um inicio fácil quando chegou e alguns torcedores se perguntaram se o preço pago por ele (o prospecto Dan Vogelbach) foi muito caro. Porém Vogelbach não tinha espaço no time dos Cubs e provavelmente seria trocado.
Então veio a pós-temporada e Montgomery jogou com excelência, fechando a parte final do ano com ERA de 3.14 e durante a World Series seu ERA foi de 1.93. Montgomery ainda teve seu primeiro save do ano, logo no jogo 7. O pitcher provavelmente será parte da rotação titular de 2017.
O Farm System
O Farm System é o que podemos considerar como a base da MLB, que os times usam para desenvolver prospectos em jogadores de ligas grandes. Dos 25 jogadores no roster que conquistou o título, 11 passaram, dentre eles Bryant, Kyle Schwarber (que influenciou o time ofensivamente ao voltar de lesão) e Javier Baez, pelo sistema dos Cubs. E outros que não entraram no roster da final, mas também tiveram seu impacto durante a temporada, como o defensor externo Matt Szczur e o arremessador de relevo Rob Zastryzny.
O azar dos Indians com sua rotação titular
Podemos colocar na conta do título o azar dos Indians com sua rotação titular. As lesões, principalmente a de Danny Salazar, fizeram o treinador Terry Francona utilizar demais seu ace, Corey Kluber e seu bullpen.
Acabou que no jogo 7 Kluber e o arremessador de relevo Andrew Miller acabaram falhando e cederam 6 corridas. A situação fez com que Francona colocasse o seu closer, Cody Allen, quando o time estava perdendo, o que tirou a possibilidade de usar Allen na 10ª entrada. Bryan Shaw, que poderia ter entrado antes de Allen, acabou cedendo duas corridas que decidiram a World Series.
(Foto: Facebook Cleveland Indians)