Ao contrário das últimas duas temporadas, o Cleveland Indians não está dominante em 2018. Em 2016, os Indians tiveram a quarta melhor campanha no ano e acabaram perdendo a World Series para o Chicago Cubs, após estarem liderando a série por 3-1. O desempenho foi ainda melhor no ano passado: Cleveland venceu 102 jogos, com o segundo maior aproveitamento da MLB, e um dos destaques foi a sequência de 22 vitórias seguidas, ficando a quatro triunfos de alcançar o recorde das grandes ligas.

Mas, neste ano, as coisas para o time não estão funcionando igual ao histórico recente. A equipe está na liderança da Divisão Central da Liga Americana, no entanto a diferença de vitórias em relação ao segundo colocado, Detroit Tigers pode ser considerada pequena, apenas cinco jogos.

O ataque de Cleveland continua sendo um dos mais produtivos da Major League Baseball, entre os que mais rebateram home runs, e no top 10 em estatísticas avançadas, como a quarta posição em média ponderada em base (wOBA), e a sexta colocação nas corridas ponderadas criadas ajustadas (wRC+).

Observando os números gerais dos arremessadores, a situação do time tem sido desfavorável. A média de corridas merecidas (ERA) está apenas na média da MLB, enquanto o Fielding Independent Pitching (FIP) é o nono melhor (empatado) da liga..

No entanto, o problema não está na rotação titular – muito pelo contrário. O grupo de abridores de Cleveland é um dos com menor ERA nas grandes ligas e o que tem a melhor taxa de walks por nove entradas (BB/9) no momento, apesar de sofrer um pouco com as rebatidas válidas dos adversários para as arquibancadas. Todos os quatro pitchers que mais subiram no montinho pela equipe – Trevor Bauer, Corey Kluber, Mike Clevinger e Carlos Carrasco – possuem o FIP na casa de 3, o que é excelente.

A grande dificuldade do time reside nos relievers. Nas últimas duas temporadas, o bullpen foi o melhor da Major League Baseball na média de corridas merecidas, Fielding Independent Pitching, além de ter sido o segundo melhor em Fielding Independent Pitching Esperado (xFIP) e um dos mais eficientes evitando home runs.

Tirando a quantidade de andadas, que diminui, o desempenho dos arremessadores de relevo caiu drasticamente em 2018. Para comparar, o ERA aumentou 71%, enquanto o FIP subiu 36,2% e o xFIP, 18%.

Os Indians já utilizaram 18 arremessadores na função nesta temporada. Nem alguns dos principais relievers da liga têm tido boas performances: Cody Allen, fechador, está fazendo a sua pior temporada na carreira em ERA (3.86), FIP (4.25) e HR/9 (1,48); Tyler Olson (7.27), Zach McAllister (5.90) e Dan Otero (6.12) também possuem uma quantidade de corridas merecidas cedidas elevada.

Lesões também prejudicam Cleveland neste ano. Cinco jogadores estão ou já passaram pela lista de contundidos – Cody Anderson (cirurgia Tommy John – cotovelo) e Ryan Merritt (ombro) ainda não subiram no montinho em 2018. Andrew Miller, um dos nomes mais fortes do bullpen, também está neste grupo, fazendo a segunda passagem pela disabled list no ano, com um problema no joelho. Ele possui ERA elevado nas 17 partidas em que atuou na temporada, 4.40, mas o seu FIP e xFIP podem ser considerados bons, 3.30 e 3.53, respectivamente – mas piores do que nos últimos seis anos, considerando momentos excelentes, como a atuação fantástica nos playoffs de 2016 até o quarto jogo da World Series.

O bullpen do Cleveland Indians não consegue segurar o ótimo trabalho que a rotação titular está realizando nas partidas, o que explica a campanha irregular em relação às duas temporadas mais recentes, quando a equipe voltou à pós-temporada. Dependendo de como Miller voltar ao montinho, o que pode ocorrer em breve, os Indians podem pensar em adquirir relievers perto do fechamento da janela de trocas, pois eles se tornaram muito importantes nos playoffs, de acordo com a história recente – como o próprio Cleveland Indians já demonstrou. Se continuar assim, a equipe pode desperdiçar vitórias importantes, que podem pesar em um possível duelo pelo primeiro lugar na divisão contra o Detroit Tigers.

(Foto: Jason Miller/Getty Images)

*Por Luís Martinelli

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