[ANÁLISE] Primeiros jogos da World Series mostram que arremessadores devem decidir o campeão
Pitchers titulares e arremessadores de relevo serão peças importantes na sequência do Fall Classic deste ano
Dois jogos já se foram, e a World Series 2016 está empatada em 1 a 1. Na primeira partida, vitória do Cleveland Indians, em um dia inesquecível para cidade de Ohio. No game 2, triunfo do Chicago Cubs e uma certa renovação das esperanças no North Side da cidade no estado de Illinois.
O The Playoffs analisa a Fall Classic até aqui, e mostra o que pode ser importante em cada time para sequência da Série Mundial, que tem o seu jogo 3 nesta sexta-feira, às 22h (de Brasília).
O jogo 1
Para o primeiro confronto entre as equipe na série, dois arremessadores de elite foram escalados. O candidato ao prêmio Cy Young da Liga Americana, Corey Kluber, e o ace duas vezes vencedor da WS, Jon Lester. O fã de beisebol esperava um duelo de pitchers no mais alto nível, mas apenas um demonstrou o seu repertório completo e ajudou sem time a sair vencedor. Kluber simplesmente dominou o jogo nas 6 entradas em que ficou no montinho.
O ás de Cleveland conseguiu 9 strikeouts, sendo 8 deles nos três primeiros innings, um recorde na World Series. Kluber só permitiu 4 rebatidas válidas e nenhum walk cedido. Após sua saída, Andrew Miller veio para arremessar e, mesmo permitindo dois hits e bases lotadas, ele se saiu bem, eliminou três rebatedores por strikeout e manteve o zero no placar de Chicago. Cody Allen também fez o bom trabalho que foi visto na série de divisão e na ALCS e fechou a partida sem ceder corridas.
Já do lado dos Cubs, Lester sofreu para achar a zona de strike e foi punido por isso. Era visível a irritação de Lester com o umpire, mas também por não acertar os pitchs no local onde o seu catcher particular David Ross pedia. Com isso, foram 6 rebatidas válidas sofridas, 3 corridas merecidas, cedendo 3 walks. Apesar de Pedro Strop e Travis Wood passarem sem turbulências pelo montinho, Justin Grimm e Hector Rondon não foram bem e permitiram aos Indians aumentarem o placar.
Por falar em ataque, a atuação de Roberto Perez neste jogo foi impressionante. O catcher da “Tribo” anotou dois home runs multibases, se tornando o quinto receptor na história a conseguir 2 HR’s em uma Série Mundial. Além dele, Francisco Lindor foi fundamental na partida. Nas quatro vezes em que foi ao bastão, o shortstop portorriquenho conseguiu 3 hits, e foi ao home plate uma vez. Foi uma noite aonde o ataque dos Indians funcionaram, mas o dos Cubs não.
Ben Zobrist foi o único jogador de Chicago a alcançar mais de uma rebatida válida na partida. Mesmo quando Andrew Miller entrou no jogo e permitiu que os jogadores dos Cubs chegassem em base através de walks, a equipe não capitalizou em corridas. Mas o jogo seguie mostraria algo diferente.
O jogo 2
O segundo confronto foi completamente distinto do primeiro. Jake Arrieta pelos Cubs, e o Trevor Bauer pelos Indians, foram os starting pitchers das equipes, e dessa vez, quem riu por último foi o time de Chicago. Em uma atuação incrível de Arrieta, que tinha um no-hitter até o primeiro terço da sexta entrada, os Cubs viram seu ataque funcionar muito bem, com destaque para Kyle Schwarber. O catcher/outfielder/rebatedor designado impulsionou duas corridas e demonstrou que pode sim ser decisivo para os Cubs nesta série depois de voltar de uma lesão no joelho.
Neste jogo, foi o ataque de Cleveland que não funcionou. Alcançaram apenas 4 rebatidas válidas a partida inteira, cenário completamente diferente do jogo 1. Arrieta teve 1 corrida merecida, 2 hits e 3 walks cedidos. Logo depois, Mike Montgomery e Aroldis Chapman vieram e acumularam mais mais 6 strikeouts na conta.
Já Trevor Bauer, pivô da polêmica do jogo 3 da ALCS com sangramento no seu dedo mindinho ainda na primeira entrada, não foi nada bem e é uma preocupação para o técnico Terry Francona. Provavelmente, o manager de Cleveland usará Bauer em um jogo 6 da série e o pitcher não vem produzindo o que se espera dele. Bauer terminou com 2 corridas merecidas, 2 strikeouts, cedeu 2 walks e 6 rebatidas válidas.
Francona teve que usar o seu bullpen, lançando mão até mesmo de Danny Salazar, que vem de uma lesão no antebraço, mas mesmo assim não houve maneira de reverter o placar. A ida da série empatada ao Wrigley Field mostra o tamanho do equilíbrio do confronto.
O que esperar dos próximos jogos da série?
O mesmo equilíbrio de forças e os arremessadores decidindo os jogos. Vimos que, até aqui, todos os pitchers que foram bem ajudaram seu time a sair vencedor na partida. Mesmo que não seja o titular, o arremessador de relevo pode ser muito importante quando o ace não estiver numa noite boa.
Um aspecto é o fator casa do Wrigley Field. São 71 anos sem sediar um jogo de World Series, e a torcida vai estar super empolgada. Isso pode ser muito bom para os Cubs, mas também pode ser muito perigoso quando a equipe estiver atrás do placar e não mostrar reação.
Outro fato interessante é a situação de Jason Heyward, que ainda não entrou como titular em um jogo do Fall Classic. Apesar de ser um bom defensor, seu desempenho no bastão é o que faz ele ser banco em Chicago, com Chris Coghlan no seu lugar no right field. E parece que ele vai permancer por lá até o fim da WS, já que não há sinal de mudança vindo de Joe Maddon.
Falando em mudanças, a entrada de Kyle Schwarber no roster de Chicago foi um acerto e tanto. Apesar de não ser tão móvel como se queria, a potência da rebatida de Schwarber é essencial para os Cubs neste momento. Ainda existem rumores de que ele pode voltar a jogar no outfield, mas ele não tem a liberação dos médicos para isso. Assim, deve atuar apenas como pinch-hitter nos próximos três jogos.
Nos Indians, Jason Kipnis, com o tornozelo esquerdo machucado, pode ser um ponto fraco. É claro que com o tempo a lesão vai diminuindo, mas a intensidade dos jogos pode complicar a contusão e pôr em risco sua atuação na defesa e também no bastão. O ataque deve voltar a rebater bem, como fez no jogo 1. Com Kyle Hendricks para enfrentar no jogo 3, o ataque da “Tribo” precisa cansar o ace de Chicago e aproveitar qualquer erro possível. Isso pode fazer os Indians roubarem uma vitória fora de casa.
World Series 2016: Indians 1-1 Cubs
Jogo 1 – (Progressive Field) – Chicago Cubs 0 @ 6 Cleveland Indians
Jogo 2 – 26/10, 21h (Progressive Field) – Chicago Cubs 5 @ 1 Cleveland Indians
Jogo 3 – 28/10, 22h (Wrigley Field) – Cleveland Indians (Josh Tomlin) @ Chicago Cubs (Kyle Hendricks)
Jogo 4 – 29/10, 22h (Wrigley Field) – Cleveland Indians (indefinido) @ Chicago Cubs (John Lackey)
Jogo 5 – 30/10, 22h (Wrigley Field) – Cleveland Indians @ Chicago Cubs
Jogo 6 – 01/11, 22h (Progressive Field) – Chicago Cubs @ Cleveland Indians * SE NECESSÁRIO
Jogo 7 – 02/11, 22h (Progressive Field) – Chicago Cubs @ Cleveland Indians * SE NECESSÁRIO
(Fotos 1 e 2: Facebook Cleveland Indians/Fotos 3 e 4: Divulgação/MLB)