Jovem Mogi é grande atração do domingo do Jogo das Estrelas 2016
Mogi vence Torneio de Enterradas no domingo do Jogo das Estrelas, que ainda tem vitórias de Rafa Luz, Duda e Time Ratto
MOGI DAS CRUZES – SP – Foi mais um dia de celebração do basquete brasileiro neste domingo (20), no Ginásio Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. Apesar de um público bastante inferior em relação ao sábado (19) do Jogo das Estrelas, os eventos de domingo (20) foram empolgantes e não deixaram nada a desejar. Todos os eventos, isto é, Desafio de Habilidades, Torneio de Enterradas, Torneio de 3 pontos e Arremesso das Estrelas, tiveram novos campeões e contaram com bom nível técnico e competitividade. O destaque ficou com o jovem ala do Paulistano, Mogi, campeão do Torneio de Enterradas.
Desafio de Habilidades
Ao todo, oito participantes atuaram na primeira etapa, que classificava quatro para a final a partir de seus tempos de conclusão do circuito, semelhante ao da NBA. Deryk Ramos, armador de Brasília (32,5 segundos), Kojo Mensah, armador do Vitória (prejudicado por um erro do cronômetro, fez 33,5 segundos), Larry Taylor, armador de Mogi (34,2 segundos), e Thiaguinho, armador de Franca e campeão do último evento em 2015 (pior tempo com 37,2 segundos), tiveram os piores tempos e não se classificaram para a final.
Rafael Luz, armador do Flamengo (29,2 segundos), André Góes, armador de Macaé (28,6), Humberto, armador do Pinheiros (31,5 segundos), e Gustavinho, armador do Caxias (30,4 segundos) foram os classificados para a grande final. Em nova volta, Rafa Luz (28,4 s) despachou Humberto (35,9 s) e André (31,1 s) com um tempo bem inferior ao dos adversários e restou a Gustavinho, idolatrado na cidade pelo tempo que passou jogando por lá, tentar superar o estreante no Jogo das Estrelas e no NBB, mas de nada adiantou, o tempo de 41,7 s foi o pior ao fim do desafio e Rafa Luz sagrou-se campeão.
Sobre o segredo do sucesso no desafio, Luz exaltou o controle dos nervos na hora da bola de três. “Estar tranquilo, porque ali na bola de três o coração vem na boca. Não é fácil, todo mundo acha que é fácil mas não é. Acho que é ali que decide e eu tive a sorte de acertar de primeira”, disse Rafa. Com grande prestígio local, Gustavinho foi o último e teve a chance de vencer Rafa. “Deu para matar a saudade (voltar a Mogi), teria sido legal ter vencido e levado para o Sul, porque é o primeiro ano de um time do Rio Grande do Sul, mas foi legal competir e participar da festa”, disse o armador. “Me inspiro bastante no Marcelinho Huertas, que é quem eu cresci jogando junto no Pinheiros. E dos armadores da NBA de longa data, me inspiro no Steve Nash e no Tony Parker”, completou o armador do Caxias.
Torneio de Enterradas
Com quatro participantes, a dinâmica do Torneio de Enterradas foi baseada em semifinais e final. André Coimbra, pivô do Brasília e campeão da última edição do evento enfrentou Guilherme Teichmann, ala-pivô de Rio Claro no primeiro duelo. Cada um tinha que fazer uma enterrada sozinho e uma enterrada assistida, de modo alternado, e a banca de jurados, formada por Alex Garcia, Érika, Ivan Moré, Ron Harper e Artur Zanetti, decidia quem levou a melhor sobre quem após uma enterrada de cada.
Coimbra e Teichmann levaram uma cada e na enterrada desempate, livre, o jogador de Rio Claro acabou desbancando o atual campeão e indo à final. Na segunda semifinal, Mogi, ala de 19 anos do Paulistano, e Jimmy, ala de Mogi, fizeram um duelo bastante intenso. Com enterradas de bastante vigor físico, o confronto também foi para o desempate, em que Mogi acabou prevalecendo. Na final, uma enterrada apenas para cada e, novamente, Mogi demonstrou que não estava lá apenas para figurar e deu um show com uma baita enterrada a la Vince Carter.
Natural de Mogi Guaçu, Mogi era o mais jovem entre todos do Jogo das Estrelas 2016 e ainda demonstra certa timidez frente às câmeras. Quanto à inspiração para as enterradas, Mogi não tem dúvida, “Vince Carter”. Sua última enterrada foi semelhante à de 360 graus dada pelo ala no clássico torneio de 2000. “Só que eu mandei diferente, mandei ao contrário”, disse o jovem. Sobre o último Torneio de Enterradas da NBA, que teve resultado polêmico entre Aaron Gordon e Zach LaVine, Mogi mostrou sua clara preferência, “Zach LaVine”.
Torneio de 3 pontos
Seguindo o mesmo formato do Desafio de Habilidades, oito jogadores participaram do Torneio de 3 pontos. Com quatro postos com cinco bolas cada valendo um ponto, e um posto com cinco bolas valendo dois pontos cada, o evento é igual ao da NBA. Os quatro com as maiores pontuações avançaram para a final. Pedro, ala de São José (10), Neto, ala-armador da Liga Sorocabana (10), Robert Day, ala de Bauru (com 15 empatou com Shamell, mas perdeu no desempate), e Marcelinho Machado, ala do Flamengo (13) e atual bicampeão do torneio até então foram despachados na primeira fase.
Na final, Shamell (14 na final), que passou por Robert Day no desempate, Lucas Dias, ala do Pinheiros (18 na classificatória e 17 na final) e Isaac Sosa, ala-armador do Minas (23 na classificatória e 17 na final), foram superados por Duda Machado, ala-armador do Basquete Cearense (21 na classificatória e 18 na final) e irmão de Marcelinho, que se sagrou campeão mantendo o título em família, que aliás esteve em peso no ginásio.
E com toda a família por ali, fiocu difícil para Duda acreditar em sua vitória. “A ficha não caiu ainda, eu estava feliz só de participar. Você vê, todos os competidores são chutadores de alto nível e conseguir vencer uma competição dessa, fico muito feliz. Só de participar eu estava feliz, de ir para a final mais ainda e agora vamos comemorar, quero ver se meu irmão vai pagar o churrasco que ele falou que ia pagar”, disse o ala-armador. Sobre os treinos, Duda comentou que não teve nada especial para a competição. “A gente vive disso, treino duas vezes por dia e como o arremesso de três é uma característica minha eu tento, antes e depois do treino, treinar bastante, mas não fiz nenhum treino específico para essas competição não”, completou o jogador.
Arremesso das Estrelas
Fechando o dia, o Arremesso das Estrelas contou com quatro trios de jogadores, formados por um jogador ativo no NBB, um ex-jogador da liga brasileira e uma jogadora da LBF. O evento segue os moldes da NBA, em que o trio realiza arremessos de vários pontos da quadra, culminando no último, do meio da quadra. Os dois trios com os melhores tempos avançaram para a final. Os trios formados por Fillipin, Érika e Nilo, e Giovannoni, Nádia e Janjão sobraram na fase classificatória, com os tempos de 01:08 e 01:16, respectivamente.
Na final, encontraram-se os trios formados por J.P. Batista, Damiris e Ratto (00:36,3 na fase classificatória), e Nezinho, Karla e Pipoka (00:36,6 na fase classificatória). O Time Ratto fez 00:41 na final depois da bola de Damiris do meio da quadra e se sagrou campeão do evento do Jogo das Estrelas. O Time Pipoka ficou no quase do meio durante muito tempo, terminando com 01:34 e a segunda colocação.
Pedro Moreira foi um enviado do The Playoffs em Mogi das Cruzes
(Fotos: Divulgação Fotojump / LNB)