Estados Unidos vencem Canadá e conquistam o ouro no hóquei olímpico feminino
20 anos após ouro em Nagano, seleção dos Estados Unidos impede quinto título olímpico do Canadá
E os Jogos Olímpicos de PyeongChang conheceram a seleção campeã do hóquei feminino em 2018. Vinte anos depois do título na Olimpíada de Nagano, os Estados Unidos venceram o Canadá por 3 a 2, no shootout – curiosamente, o adversário foi o mesmo da final em 1998. Foi um confronto simplesmente emocionante, de tirar o fôlego do início ao fim e com as boas atuações da goleira Maddie Rooney e das irmãs Lamoureux (a atacante Jocelyn e a defensora Monique) nos momentos mais críticos do duelo, as norte-americanas voltaram a ver o brilho da medalha dourada.
O primeiro período começou pautado por certa cautela das duas seleções, que levaram algum tempo para começar a gerar perigo às goleiras adversárias – o primeiro disparo canadense só aconteceu aos 3:41 e o dos Estados Unidos, aos 7:48. Outro detalhe que marcou o primeiro terço da decisão foi o nervosismo das até então tetracampeãs olímpicas, que cometeram três faltas e proporcionaram seis minutos de vantagem numérica para as rivais.
Buscando tumultuar a visão da goleira Shannon Szabados, as norte-americanas bem que tentaram, mas nada conseguiram inicialmente contra o eficiente penalty kill do Canadá. Entretanto, a estratégia finalmente surtiu efeito nos últimos segundos antes do intervalo: a atacante Hilary Knight (do Boston Pride) apareceu para desviar o disparo de Sidney Morin e abrir o placar (1 a 0).
Mal se iniciou o segundo período e a vantagem dos Estados Unidos desapareceu. Foram necessários apenas dois minutos para que Haley Irwin (atacante do Calgary Inferno, da CWHL) estivesse no lugar certo e completasse o passe de Blayre Turnbull ao fundo do gol (1 a 1). E a virada também não demorou a acontecer: aos 6:55 e se aproveitando de um descuido da defesa adversária, Meghan Agosta encontrou Marie-Philip Poulin (atacante do Le Canadiennes, CWHL) desmarcada e a jogadora de 26 anos – fazendo sua terceira aparição em finais olímpicas – não desperdiçou a oportunidade de colocar o Canadá na dianteira (2 a 1).
A decisão no Gangneung Hockey Centre entrava nos últimos 20 minutos e a seleção comandada pela técnica Laura Schuler caminhava rumo ao título histórico. Só que com quase pouco mais de seis minutos para o final, Kelly Pannek tirou proveito do grande espaço na defesa canadense e deixou Monique Lamoureux cara a cara com a goleira Szabados; no breakaway, a defensora do Minnesota Whitecaps empatou a partida (2 a 2). O gol de Lamoureux, além de provocar a prorrogação, serviu para incendiar a torcida norte-americana presente à arena.
O tempo extra trouxe um clima de tensão ao gelo sul-coreano. De um lado, as meninas comandadas pelo técnico Robb Stauber cada vez mais confiantes e perigosas no ataque; do outro, as atletas do Canadá sentindo o cansaço gerado pelo ritmo intenso da partida e precisando se defender das investidas da seleção dos Estados Unidos. Mesmo nesse cenário, a igualdade no marcador teimou em permanecer e a única alternativa foi o shootout.
A goleira Maddie Rooney defendeu as tentativas de Natalie Spooner, Marie-Philip Poulin e Brianne Jenner, vendo os disparos de Meghan Agosta e Melodie Daoust (MVP da competição) irem às redes. Por sua vez, Shannon Szabados impediu que Hannah Brandt, Hillary Knight e Emily Pfalzer convertessem suas chances, mas nada pôde fazer contra Gigi Marvin e Amanda Kessel – irmã de Phil Kessel, ala-direito do Pittsburgh Penguins.
Com cinco disparos para cada equipe e o placar do shootout empatado em 2 a 2, foi o momento de Jocelyne Lamoureux desafiar a goleira canadense; sem problemas, Jocelyne colocou as norte-americanas em vantagem. Aí então, Agosta voltou ao gelo para encarar Rooney novamente e desta vez, a goleira levou a melhor garantindo assim a tão aguardada medalha de ouro.
Além de Estados Unidos e Canadá no pódio, lá também esteve a seleção da Finlândia, que derrotou as Atletas Olímpicas da Rússia por 3 a 2 para conquistar a medalha de bronze. Mais um fato curioso: as três melhores equipes em 2018 foram as mesmas dos Jogos de Nagano, em 1998.
Foto: Reprodução Twitter/USA Hockey