Comissário da MLB diz que uso de ‘juízes robôs’ não ocorrerá em breve
Robert Manfred expôs detalhes sobre a adoção da nova tecnologia que marcará strikes e bolas automaticamente
Nesta quarta-feira (27), o comissário da MLB, Robert Manfred, revelou detalhes sobre o uso de uma tecnologia para contagem automática de strikes e bolas. Entretanto, ele também afirmou que ainda não é o momento certo para a implementação desse novo dispositivo, que substituiria os juízes atrás do home plate por “robôs”.
Essa tecnologia, chamada TrackMan, será introduzida primeiro em jogos da Atlantic League, que recentemente firmou uma parceria com a MLB que permitirá o teste de novas regras no jogo antes que sejam implementadas na liga maior.
Manfred também reforçou que o sistema pode vir a ser usado no futuro, mas não tão cedo: “Eu acho que vai chegar uma hora em que vamos experimentar uma zona de strikes automatizada”, durante a conferência anual State of the Industry 2019, do site SportTechie, especializado em tecnologia aplicada aos esportes.
“A tecnologia ficou muito, muito melhor”, acrescentou ele. “Estamos muito mais perto de conseguir fazer isso (incorporar juízes robôs), mas a maneira que eu sempre respondo a essa pergunta continua sendo a mesma. Se você tem a tecnologia ou não, eu acho que essa é uma daquelas áreas onde você tem que pensar sobre o gerenciamento do jogo em campo”.
A técnica por trás dos juízes robôs não é novidade no beisebol. O mesmo recurso já é utilizado para fornecer dados ao sistema Statcast da MLB, por meio do rastreio de arremessos e rebatidas. O TrackMan é capaz de rastrear 27 pontos de dados em uma jogada, como por exemplo a velocidade do arremesso, o número de rotações da bola, a velocidade de saída ao atingir o bastão, e a distância que ela viaja após a rebatida.
O comissário também citou a possibilidade de que o TrackMan venha a minar a autoridade dos árbitros em jogo. “Antes de alterar essa mecânica fundamental, você realmente precisa pensar sobre o que a consequência disso vai ser”, disse ele.
Sobre as futuras negociações, Manfred explicou: “Nós temos um ótimo relacionamento com nosso sindicato de árbitros, mas isso é sobre o trabalho deles. Há essa sobreposição na negociação que terá que acontecer mesmo se acertarmos a tecnologia”.
A forma de como marcar strikes e bolas, segundo o comissário, é um desafio ainda maior que o uso de replays nas partidas. “Eu acho que isso, na verdade, está além do replay em termos do nível de mudança que você está falando”, afirmou.
Sobre não fazer tais experimentos com as ligas menores que já são afiliadas da MLB, o executivo alegou: “nossos melhores prospectos estão jogando beisebol de liga menor, e isso é ótimo porque é um tremendo produto de entretenimento. Mas quando você percebe que é lá onde seus melhores prospectos estão, isso limita sua capacidade de experimentar. Obviamente, os clubes querem esses jovens jogadores jogando segundo as regras como elas são atualmente. Eles não são todos receptivos com a ideia de experimentação”.
Ao assumir o mais alto cargo executivo do beisebol profissional, Manfred disse que entre suas prioridades estaria a adoção de novas tecnologias como uma forma de trazer o jogo mais perto dos torcedores, onde quer que estejam. Ele começou esse processo de avanço dando prioridade ao MLB Advanced Media, que fornece serviços de streaming, desenvolvimento de jogos e suporte ao aplicativo At Bat para celulares.
Por Gabriel Espinola
(Foto: Divulgação MLB)