Andrew Miller espera que introdução de ‘play clock’ não seja um problema na MLB
Reliever dos Indians minimiza situação e espera que não haja conflitos para introdução do relógio entre arremessos
A introdução de um play clock na MLB, para regular o tempo entre arremessos, é uma medida há muito discutida pela liga e que gera sempre muita polêmica, em especial entre os mais “prejudicados” com isso, no caso os arremessadores.
Entretanto uma das principais vozes na associação de jogadores das Grandes Ligas, o reliever Andrew Miller, do Cleveland Indians, disse que espera que a medida não leve nenhum tipo de “grandes lutas ou confrontos feios”, por parte dos jogadores que são majoritariamente contrários à ideia, que a MLB gostaria de implementar em 2018.
O arremessador de relevo é parte de um comitê de quatro jogadores ao lado de Daniel Murphy (Washington Nationals), Paul Goldschmidt (Arizona Diamondbacks) e Matt Harvey (New York Mets). Os atletas estão envolvidos em conversas com os donos para mudanças no jogo, entre elas a citada acima, que foi rejeitada pelos jogadores. Porém, a menos que aconteça alguma grande reviravolta, um relógio de 20 segundos deve ser colocado nesta temporada sem necessariamente a anuência de ambos os lados – o comissário Rob Manfred estaria disposto a fazer isso acontecer por decisão unilateral.
“Como jogadores, em geral, concordamos que os jogos sejam mais rápidos para que não haja problemas com a audiência das partidas”, disse Andrew à ESPN americana na sexta-feira. “Nós os entendemos, estamos no negócio do entretenimento e se não fornecemos um bom produto, também temos culpa e devemos fazer ajustes. Eu acho que todos nós concordamos que podemos ser melhores com o ritmo do jogo e tornar as partidas mais atraentes pro público”, ressaltou sua opinião sobre as alterações no tempo entre jogadas.
“Nós somos todos a favor disso (um jogo mais rápido), não somos necessariamente contra as mudanças que a MLB quer fazer para alcançar seu objetivo, muitos jogadores não gostam do relógio e eu não discordo pessoalmente. Já que essa é uma das coisas que nos torna únicos enquanto esporte, não ter um relógio nos controlando”, completou sobre o posicionamento de seus colegas de posição.
O polêmico relógio daria a cada pitcher 20 segundos entre os arremessos. Um aviso formal será feito no primeiro descumprimento em cada jogo, e ignorar o limite pela segunda vez resultará em uma bola na contagem. O período de troca de rebatedores não pode durar mais de 30 segundos, apontam as novas medidas, e após um aviso, o segundo descumprimento resultará em um strike automático para o jogador que está iniciando o duelo contra o rebatedor.
O diretor-executivo da união dos jogadores, Tony Clark, e o assessor geral assistente, Matt Nussbaum, rejeitaram a última proposta da MLB em uma conversa na última quinta-feira. Apesar de Clark e o comissário Manfred terem um encontro marcado para a semana que semana que vem, fontes afirmam que as conversas não devem avançar.
Vale ressaltar, que a liga introduziu um relógio nas ligas menores em 2015 também de 20 segundos, sendo dois segundos a menos que a média entre os arremessos na MLB, que foi de 22 segundos em 2017.
O problema relacionado ao ritmo do jogo, coincide com um problema dos jogadores uma vez que vários free agents ainda não sabem seu futuro para a próxima temporada, com uma offseason um tanto quanto lenta até o momento. Com isso Miller espera que uma coisa não interfira necessariamente sobre a outra.
“Espero que seja uma batalha de relações públicas no início e não se torne algo feio”, disse o arremessador. “Não consigo imaginar uma experiência melhor para os fãs do que a que vimos nas últimas duas World Series. Temos grandes jovens talentos e acho que nosso jogo está em um ótimo lugar, espero que não seja algo (as alterações) que nos guie para o caminho errado, é apenas uma questão de ajustar as situações”, concluiu
Foto: Facebook/Cleveland Indians