Existe um declínio de running backs na NFL?
Enquanto jogo aéreo ganha mais espaço na liga, jogo corrido está em baixa
Skittles voam quando Marshawn Lynch chega a end zone. Frank Gore sempre fazendo um trabalho consistente no ganho de jardas para o 49ers. O que falar de caras então como Adrian Peterson, LeSean McCoy, Matt Forte e Jamaal Charles? Entretanto, observa-se um claro declínio em uma posição que outrora lançava estrelas e mais estrelas com papéis importantíssimos nos playbooks dos Head Coaches da NFL.
Um dos fatores apontados por especialistas sobre o assunto é um jogo mais voltado para os passes. E um dos principais fatores aqui é a quantidade de wide receivers que têm saído da NCAA com um físico pronto. Do draft de 2010 até de 2014, foram draftados 150 WR’s. Em contrapartida, 98 RB’s foram selecionados. O curioso é que o número de corredores oscilou muito neste período. Em 2011, 24 foram selecionados. Em 2014, 19.
Essa preferência por recebedores também se faz presente quando se observa que desde a seleção de Trent Richardson, como terceira escolha no draft de 2012, nenhum running back é selecionado na primeira rodada. Criou-se, mesmo que informalmente, uma cultura de que se acharão bons prospectos nas rodadas inferiores do draft da NFL, como no caso de Alfred Morris do Washington Redskins que foi encontrado na 6ª rodada ou ainda o de Eddie Lacy, escolhido na 2ª rodada pelo Green Bay Packers. Existem casos como o de Arian Foster que nem draftado foi.
Os quarterbacks conhecidos como dual-threat (dupla ameaça) também fazem com que os RB’s percam espaço. A ascensão de atletas como Colin Kaepernick, Russel Wilson, Cam Newton e Robert Griffin III se mostrou uma tendência destes QB’s com a capacidade de passe e corrida num mesmo jogador. O read option, popularizado por Jim Harbaugh nos Niners, se tornou tendência. A chegada de Chip Kelly nos Eagles trouxe ainda mais a cultura do Spread Option, difundindo ainda mais uma cultura que mistura corridas de QB e passes espalhados pelo campo.
Além disso, o declínio físico que a posição traz é algo visível. RB’s que fizeram espetaculares temporadas não estão mantendo a qualidade. Adrian Peterson fez um 2012 com 2.097 jardas, em 2013 atingiu apenas 1.266. Lynch desceu das 1.590 para as 1.257. Jamaal Charles que foi 4º que alcançou mais jardas em 2012, com 1.509, se tornou o 3º da lista em 2013, entretanto descendo para 1.287. Os RB’s parecem ter um prazo de validade e nos 30 anos sua queda.
Não parece ser o fim da linha para a posição, entretanto algumas adaptações são necessárias. O próprio Jamaal Charles, como Darren Sproles também são conhecidos por serem armas na recepção. As jogadas “screen” podem redefinir o cenário para estes atletas. O ganho de jardas pelo chão se faz ainda necessário, para proteger a bola, descansar a defesa, ganhar algumas jardas. Sem o jogo corrido, os Seahawks não venceriam o último SuperBowl. É preciso entender que a importância não é mais a mesma, mas ainda assim se faz presente, apenas de menor forma.