Vencedores e perdedores do trade deadline da NHL em 2018
Tudo sobre o último dia de trocas e o que muda para cada franquia a partir de agora
O fechamento da janela de transferências da NHL movimentou a liga na segunda-feira (26). Algumas franquias se reforçaram bastante para a disputa dos playoffs que se aproximam; outras arrecadaram escolhas para os próximos Drafts, além de se desfazerem dos famosos contratos grandes de jogadores veteranos que não fazem parte do planejamento de reconstrução do time.
Vamos dividir nossa análise em duas categorias: buyers e sellers (compradores e vendedores).
(Foto: divulgação Twitter/SanJoseSharks)
Antes, uma breve explanação sobre o que é isso:
Buyers (compradores) – São aquelas franquias que reforçam o elenco comprando ou alugando atletas nesta fase final da temporada para a disputa dos playoffs usando escolhas de Draft, prospectos e/ou jogadores de rotação com contratos de baixo valor.
Sellers (vendedores) – São aquelas franquias que não têm chances de chegar aos playoffs na atual temporada. Portanto, iniciam um processo de reconstrução de seus elencos recebendo escolhas de Draft por atletas de destaque com contratos de alto valor.
Dito isso, confira abaixo a análise do The Playoffs sobre quem venceu, quem perdeu e quem viu o dia final de trocas na NHL apenas pela televisão:
OS VENCEDORES entre os BUYERS
TAMPA BAY LIGHTNING
É simplesmente impossível não colocar o general manager do Tampa Bay Lightning, Steve Yzerman, como o grande vencedor deste dia. A duas adições que chegaram numa negociação com o New York Rangers – o capitão Ryan McDonagh de 28 anos e o jovem destaque J.T. Miller -, formam a equação perfeita para o equilíbrio nesta fase final da competição.
Ryan McDonagh é um jogador que tem média de 23 minutos por jogo e era a principal peça do penalty kill dos Rangers com 33 tiros bloqueados. Portanto, ele se encaixa exatamente na necessidade dos Bolts, uma vez que a equipe vem sofrendo com este quesito.
Outro ponto de destaque é a permanência de promessas como Brayden Point e Mikhail Sergachev, nomes que entraram nas negociações por razões óbvias, mas que não foram trocados por pura habilidade de seu gerente nas negociações.
O time da Flórida está numa posição bastante confortável na temporada e se prepara para colocar força máxima nos playoffs. O melhor ataque da liga tem agora um dos melhores defensores, o que aumenta a pressão sobre a equipe. No entanto, este é o ambiente perfeito para uma grande campanha na pós-temporada.
We have acquired Ryan McDonagh & J.T. Miller from the @nyrangers in exchange for Vlad Namestnikov, Brett Howden, Libor Hajek, a 2018 first-round pick, and a conditional 2019 second-round pick.
📝: https://t.co/6iYsoZZDTS pic.twitter.com/VMv4Wv3Fl9
— Tampa Bay Lightning (@TBLightning) February 26, 2018
BOSTON BRUINS
Outro vencedor desta época de trocas foi o Boston Bruins que trouxe ninguém menos que Rick Nash, ex-New York Rangers, e que vai dar um “boost” nas linhas de ataque dos B’s nos playoffs. O preço pago por ele foi alto – como deve ser um jogador deste calibre -, mas o risco vale a pena, até porque com tantos jovens jogadores que deram conta do recado nesta temporada, o futuro da franquia não será amortizado com a ausência de uma escolha de primeira rodada no Draft de 2018.
Don Sweeney trouxe também outros dois bons jogadores que ficaram nas sombras da negociação por Rick Nash: Tommy Wingels, que pode trazer mais perigo aos adversários, dividindo esta responsabilidade com a linha de Patrice Bergeron. E Nick Holden, que fez uma ótima campanha com os Rangers na temporada passada, jogando os playoffs. Com certeza, os Bruins seguem mais fortes para os desafios da pós-temporada.
WINNIPEG JETS
Sim, amigos leitores! Os Jets sofrem muito com as críticas por residirem em um lugar gelado – o que atenua o interesse de muitos jogadores -, e também por ser um mercado pequeno, reduzindo a pó as chances de recrutar grandes estrelas. Porém, a chegada de Paul Stastny é uma mensagem forte de poder para com os rivais.
O fato de que Stastny abriu mão da cláusula de contrato que o impedia de ser trocado com esta equipe, para aterrissar em Manitoba, é o que coloca os Jets entre os vencedores do último dia de trocas da NHL.
O time é muito bom e o experiente Paul Statsny terá no técnico Paul Maurice, alguém capaz de o ajudar a reencontrar os seus melhores dias. Se isso acontecer mesmo, os Jets se tornarão ainda mais perigosos para o restante do campeonato.
(Foto: divulgação Twitter/Winnipeg Jets)
COLUMBUS BLUE JACKETS
O jovem time do técnico John Tortorella deixou de ser uma surpresa e perdeu força nas últimas semanas, tendo a sua vaga para a pós-temporada ameaçada. Com isso, a diretoria trabalhou bastante para trazer experiência ao elenco. Com as chegadas de Mark Letestu, Ian Cole e Thomas Vanek, a franquia de Columbus ganha um empurrão para os playoffs.
Um ponto interessante é que nenhum jogador titular foi envolvido nas trocas, mantendo a base do time. Nem mesmo escolhas de primeira e segunda rodadas, garantindo o futuro da equipe.
Por conta da situação da equipe na tabela, a manutenção de Jack Johnson também pode ser considerada um reforço. Portanto, os Blue Jackets estão armados até os dentes para bater de frente com as outras potências da divisão Metropolitana.
MENÇÕES HONROSAS
Pittsburgh Penguins com a adição de Derick Brassard
San Jose Sharks, que trouxe Evander Kane
New Jersey Devils com as chegadas de Michael Grabner e Pat Maroon
OS VENCEDORES entre os SELLERS
NEW YORK RANGERS
Os Rangers assumiram a condição de reconstruir o elenco quando ainda estavam numa posição razoável na tabela, mas seguiram com o plano e conseguiram trocar contratos grandes por escolhas de primeira rodada – serão três no Draft de 2018 -, além de adquirir Vladislav Namestnikov, Ryan Spooner e o prospecto Brett Howden.
O trabalho para iniciar uma nova era nos Rangers feito pelo gerente geral, Jeff Gorton, seguiu como manda o figurino. Apesar de os fãs estarem machucados com a debandada, o próximo Draft promete ser bem recheado de talentos, e a ansiedade deles só deve aumentar até o próximo dia 22 de junho.
(Foto: Adam Glanzman/Getty Images)
DETROIT RED WINGS
O Detroit Red Wings estava a poucos minutos de “morrer com o zap nas mãos”, como dizem os jogadores de cartas. Mas, conseguiram trocar Tomas Tatar com o Vegas Golden Knights por significativas escolhas de Draft – serão duas em cada uma das quatro primeiras rodadas em 2018.
Com um time caro e envelhecido, Ken Holland ainda terá algum trabalho para recolocar a equipe na rota dos playoffs outra vez.
O ponto negativo foi a incapacidade de negociar a saída de Mike Green que será um agente livre ao final da temporada. As lesões do atleta prejudicaram as negociações, mas o time de Michigan deveria ter faturado algo com seu contrato.
MENÇÕES HONROSAS
Edmonton Oilers que perdeu Mark Letestu e Pat Maroon, mas adicionou Pontus Aberg
PERDEDORES entre os BUYERS
VEGAS GOLDEN KNIGHTS
Apesar de ter pago um valor muito alto para adquirir Tomas Tatar junto ao Detroit Red Wings, este não foi um fator crítico, uma vez que o novato time da NHL ainda possui um caminhão de outras escolhas de Draft para os próximos anos. Mas, sem dúvidas, o envolvimento do gerente geral, George McPhee, na negociação de Derick Brassard entre Pittsburgh Penguins e Ottawa Senators, não deixou uma boa impressão. Reter US$ 2 milhões do salário deste atleta sem que ele tivesse ao menos vestido a camisa do clube não fez muito sentido.
Para piorar, o enorme espaço de capacidade salarial que Vegas possui não foi suficiente para trazer Erik Karlsson, apesar das informações darem conta de que as conversas foram bastante avançadas. É verdade que Ottawa tentava envolver o contrato de Bobby Ryan – mais de US$ 36 milhões -, nas negociações por Karlsson, mas fechar o “dia D” sem o melhor defensor da liga em seu elenco, sendo a única franquia capaz de convencer a diretoria dos Senators sobre a negociação, coloca os Knights na zona vermelha de nossa lista.
(Foto: divulgação Twitter/VegasGoldenKnights)
MENÇÕES HONROSAS
Anaheim Ducks, que trocou Chris Wagner por Jason Chimera
St. Louis Blues trocou o veterano Paul Statsny com rival Winnipeg Jets
Calgary Flames que trouxe apenas Chris Stewart e Nick Shore
PERDEDORES entre os SELLERS
BUFFALO SABRES
Jason Botterill ainda é um gerente geral novato e acabou sendo engolido nas negociações por Evander Kane com Doug Wilson, dos Sharks.
Kane é um grande jogador e que vem fazendo uma temporada ótima. Com isso, o valor por ele inflacionou neste momento, mesmo com seu contrato perto do fim. Sabendo disso, Botterill não foi hábil o suficiente para extrair desta negociação um valor equivalente. Pelo contrário, a conversa com Wilson teve um tom de comadres e a pick condicional de primeira rodada – que pode se tornar de segunda rodada caso Kane não assine um novo contrato com os Sharks -, chega a ser infame.
Os dias de glórias dos Sabres parecem ficar cada vez mais distantes.
OTTAWA SENATORS
O sonho de retornar para as finais de conferência nesta temporada evaporou alguns meses atrás com a sequência de maus resultados. O cenário de reconstrução se formou ao ponto de Erik Karlsson se tornar o principal problema para Pierre Dorion. No entanto, a incapacidade de negociar a saída do grande astro neste momento – o valor de mercado de Karlsson na próxima janela deve despencar e o jogador pode acabar saindo de graça ao fim da temporada 2018-19 -, pode ser considerado o maior fiasco de sua gestão.
Para piorar a situação, Dorion também não conseguiu nenhuma escolha para o Draft de 2018 – tendo apenas uma escolha nas três primeiras rodadas -, sepultando o processo de reformulação do elenco em curto prazo.
Nenhum dos rumores sobre as saídas de Mike Hoffman, Ryan Dzingel e Tom Pyatt se concretizaram e os Senators desperdiçaram uma boa oportunidade de negociação nesta janela.
MENÇÕES HONROSAS
Montreal Canadiens, Vancouver Canucks e Arizona Coyotes, nenhum deles conseguiu abastecer o próximo Draft com picks e fecharam a janela de transferências praticamente inativos, deixando os torcedores bastante preocupados.