[PRÉVIA] NHL 2018-2019: Divisão do Pacífico
Confira a análise da divisão que acomoda os times mais ativos durante as férias na NHL; Karlsson e Pacioretty vêm aí
A Divisão do Pacífico da NHL foi dominada pelos times da Califórnia nos últimos anos. No entanto, a temporada passada trouxe uma novidade: o Vegas Golden Knights. Em seu primeiro ano, o time faturou a divisão surpreendendo especialistas por todo o planeta, e foi além ao disputar o título da NHL contra o Washington Capitals de Alex Ovechkin.
Para quem achou que era pura “sorte de principiante”, o gerente geral George McPhee tratou de reforçar a sua equipe para o início da temporada que se aproxima com dois veteranos renomados em Paul Stastny e Max Pacioretty. Mas, não foi apenas o time de Vegas que se reforçou bem. O Los Angeles Kings repatriou Ilya Kovalchuk da KHL, e o San Jose Sharks fez um splash com a troca pelo melhor defensor da atualidade, Erik Karlsson.
Por aqui veremos também o Edmonton Oilers de Connor McDavid e Leon Draisaitl, o Anaheim Ducks de Ryan Getzlaf e John Gibson, o Calgary Flames de Johnny Gaudreau e James Neal, além dos renovados Arizona Coyotes e Vancouver Canucks. Esta é sem dúvidas uma divisão que promete ser disputada e que tem tudo para oferecer novas surpresas, mesmo com os times favoritos recheados de tantos talentos que decidiram atuar na costa oeste da liga.
Confira mais uma prévia do The Playoffs para a temporada 2018-2019 da NHL, que começa em 3 de outubro.
VEGAS GOLDEN KNIGHTS
Depois de uma temporada acima de qualquer expectativa, os Golden Knights chegam para a segunda campanha de sua história com a responsabilidade de terem jogado o sarrafo lá em cima. Apesar dos resultados surpreendentes que ajudaram no processo de estabelecimento da relação com a nova base de fãs – a conquista do carinho dos torcedores é fundamental pois a cidade de Vegas ainda receberá os Raiders da NFL nos próximos anos para dividir a atenção com o time de hóquei -, o próximo passo para a equipe, precisa ser o retorno às finais da NHL. Para isso, o time manteve a base, além de ter se reforçado com nomes de peso, que devem ajudar não só dentro do gelo como nos vestiários também: Max Pacioretty era o capitão do Montreal Canadiens, e Paul Stastny levou a experiência que os Jets precisavam para finalmente encontrar o caminho dos playoffs.
Com Marc-André Fleury outra vez no gol, o time pode ser considerado um dos melhores neste quesito. Os suplentes devem batalhar pela vaga de backup direto. Por enquanto, o irmão do defensor P.K. Subban dos Predators, Malcolm Subban, parece estar com vantagem nesta disputa.
A única notícia ruim para os novatos na NHL é a suspensão do defensor Nate Schmidt por violar a política do consumo de substâncias ilícitas. Apesar dos 20 jogos em que Schmidt foi condenado, o atleta ainda luta na justiça para ter a pena reduzida e o seu nome limpo: “Eu não aceito essa suspensão e nem ter meu nome estampado como um trapaceiro”, afirma o defensor. Para a posição, o técnico Gerard Gallant vai poder contar com Nick Holden, ou com o jovem Shea Theodore, que enfim renovou seu contrato e passou a ser o atleta mais bem pago do setor.
As principais características da equipe são: a velocidade e a capacidade de alternar linhas que aplicam funções semelhantes, algo que confunde a marcação e a estratégia dos rivais.
Briga por: Título da liga
VANCOUVER CANUCKS
Com o fim da era dos gêmeos Sedin, o time da Columbia Britânica está no processo de se reinventar trabalhando a evolução dos jogadores mais jovens. Entre eles: Bo Horvat, Brock Boeser, Jake Virtanen e Adam Gaudette. Mas, a expectativa dos torcedores é mesmo a de ver os primeiros jogos de Elias Petterson vestindo a jersey dos Canucks. O jogador foi a 5ª escolha geral do draft de 2017, e carrega consigo uma grande responsabilidade por ter construído uma carreira de muito sucesso nos mundiais de juniores e também na liga sueca.
.@Canucks prospect Elias Pettersson comes down the wing and makes a ridiculous move before diving across the crease to finish it off in style for Team Sweden (@Trekronorse).#WorldJuniors #TSNHockey pic.twitter.com/koB4KOcThM
— TSN (@TSN_Sports) December 30, 2017
Petterson deverá atuar ao lado de outro jogador sueco, Loui Eriksson. Mais experiente, o jogador tem recebido críticas por parte dos torcedores por não entregar aquilo que se imaginava após sua chegada do Boston Bruins.
Se os principais jogadores como Horvat, Boeser, Svan Baertish, Sam Gagner e Brandon Sutter conseguirem se manter saudáveis durante toda a temporada – fato que comprometeu ainda mais a campanha passada -, a nova comissão técnica liderada pelo head coach Travis Green, poderá se concentrar mais nos outros problemas que o elenco possui: a defesa e os goleiros.
Por ter trabalhado no time afiliado da AHL, o Utica Comets, por alguns anos, Green sabe que Thatcher Demko é o futuro entre os goleiros dos Canucks. O problema é que Jakob Markstrom e Anders Nilsson estão sob contrato e brigam pela mesma vaga. Entre os defensores, o time possui um elenco desequilibrado, e este fator deve ser um grande obstáculo para os planos do time de Vancouver.
Por fim, as recentes contratações de Jay Beagle e Antoine Roussel não empolgam. Mas, um comentarista canadense comentou que Beagle e Roussel chegaram para manter o nível de competitividade entre os jovens, exigindo que os maus resultados não deixem os garotos cabisbaixos. Eles têm a missão de não deixar a coisa desandar nas partidas em que as vitórias não estejam ao alcance, enquanto os jovens adquirem experiência.
Briga por: Surpreender com uma evolução rápida dos jovens
SAN JOSE SHARKS
No último dia 13 de setembro, Doug Wilson e o staff do San Jose Sharks anunciaram que ninguém menos do que o melhor defensor da NHL, Erik Karlsson, estaria de malas prontas para se juntar a Marc-Édouard Vlasic e Brent Burns, no time da Califórnia. Com a transferência, o recado aos rivais foi óbvio, os Sharks estão na briga pelo título da liga! Difícil encontrar outra equipe que tenha tanto talento no setor defensivo. Talvez o Nashville Predators, mas ninguém em toda a liga terá três títulos do troféu James Norris no elenco ao mesmo tempo.
Com um ataque envelhecido em Joe Pavelski (34 anos) e Joe Thornton (39 anos), a franquia tratou de garantir o futuro renovando o contrato de Evander Kane – que se mostrou capaz de colocar a cabeça no lugar. Acompanhados por Logan Couture e um bando de bons jovens jogadores lutando para garantirem suas renovações, o time é o principal candidato a brigar com os Golden Knights pelo título da divisão.
Os Sharks terminaram a temporada passada como a segunda melhor equipe no power play kill, mas a produção ofensiva de power plays não foi tão bem. Com a chegada de Karlsson, os Sharks devem ser letais também atacando com vantagem numérica de atletas no gelo. Não empolgar com a quantidade de opções que o time de Peter DeBoer tem em mãos para desenvolver o estilo que lhe agradar, é ser muito pessimista. Com certeza, esta é uma palavra que não faz parte do vocabulário dos Sharks para a temporada 2018-19.
A única preocupação é com relação às lesões. Thornton teve problemas poucas semanas antes dos playoffs da temporada passada. O time ainda conta com outras opções ofensivas, mas o corpo de jogadores para este setor consiste em atletas que ainda precisam provar os seus valores como: Kevin Labanc, Timo Meier, Joonas Donskoi e o garoto Antii Suomela, que parece ter conquistado o benefício da dúvida durante os jogos de pré-temporada. Portanto, se os Sharks quiserem mesmo chegar ao topo nesta temporada – que pode ser a última para alguns dos jogadores -, o time vai precisar de uma boa contribuição dos chamados bottom six, ou seja, os jogadores que compõem a terceira e a quarta linhas.
Briga por: Título da liga
LOS ANGELES KINGS
Os Kings têm um dos elencos mais experientes da NHL. Jogadores como Jeff Carter, Dustin Brown e Dion Phaneuf, já viveram os melhores momentos em suas respectivas carreiras. Outras estrelas dessa companhia como Jonathan Quick, Anze Kopitar e Drew Doughty também já estão na casa dos 30 anos, mas ainda com muita lenha para queimar. A chegada de Ilya Kovalchuk, de 35 anos, aumenta a preocupação neste ponto. No entanto, são todos jogadores que esbanjam talento.
Não apenas a idade, mas o que preocupa muito a base de fãs desta equipe é a saúde de jogadores como Quick e Carter. Quando lesionados, o desempenho dos Kings despenca, e mesmo com bons drafts, o time não tem reposição à altura. Os principais prospectos que podem ter chances no elenco final são: os atacantes Gabriel Vilardi, Michael Amadio e Austin Wagner, e entre os defensores, Kale Clague parece estar ainda um pouco cru, mas Daniel Brickley e Kurtis MacDermid podem flutuar entre o time principal e os afiliados.
Com a NHL se tornando cada dia mais dinâmica, os críticos já apontam o estilo de jogo meio “old school” dos Kings, ou seja, mais cadenciado e truculento, como o maior problema a ser resolvido. Mesmo com a habilidade e a disposição física, característica dos jogadores que defendem esta franquia, a falta de velocidade pode ser o suficiente para encurtar os objetivos do staff este ano.
Na temporada passada, os Kings terminaram como o melhor power play kill de toda a liga. Se o time de Doughty quiser voltar para os playoffs com boas chances de seguir em frente, Quick, Carter, Kovalchuk e Anze Kopitar – que somou 92 pontos em 82 jogos em 2017-18 -, terão de jogar em seu melhor nível. Assim, a exuberante qualidade técnica destes craques, poderá fazer a diferença na classificação final.
Briga por: Por uma vaga na pós-temporada
EDMONTON OILERS
Connor McDavid deu uma entrevista durante as férias dizendo que gostaria de marcar mais gols – ele fez 41 na temporada passada. Para os torcedores este pode ser um bom ou um mau sinal, depende do ponto de vista. Bom porque um jogador do calibre de McDavid, que acredita ser capaz de produzir ainda mais, é algo que deixa o fã muito mais confiante. No entanto, este pode ser também um sinal de que a ajuda dos companheiros não está vindo, e o jogador pode estar sentindo a obrigação de resolver as partidas sozinho.
Fato é que aquele time de 2016-17 que alcançou a segunda fase dos playoffs caindo para o Anaheim Ducks, e que tinha uma velocidade incrível, um contra-ataque avassalador e uma estrutura defensiva competente, não está mais atuando neste nível. O curioso é que de lá pra cá, poucas alterações foram feitas no elenco – a não ser a troca de Jordan Eberle por Ryan Strome com o New York Islanders. Portanto, foram os jogadores que deixaram de render no seu limite. Mas a qualidade está ali, basta que os ajustes sejam feitos para que McDavid tenha a assistência necessária dos jogadores que atuam ao seu lado.
Assim como Eberle foi execrado por atuações questionáveis durante a série contra os Ducks, outro jogador está sob a mira dos críticos em Edmonton. Jesse Puljujarvi, escolhido na quarta posição geral do draft de 2016, ano em que ele foi um dos principais parceiros de Patrik Laine no ataque da Finlândia no mundial juniores está devendo, e precisa de uma temporada de alto nível para se firmar no elenco principal. Até porque o prospecto Kailer Yamamoto já foi testado ao lado de McDavid e vem pedindo passagem nos Oilers.
Para a defesa, a lesão de Andrej Sekera pode abrir espaço para o jovem Evan Bouchard de 18 anos. Escolhido na primeira rodada em 2018, ele pode oferecer mais capacidade ofensiva para um corpo de defensores que carece desta habilidade.
Por conta do sistema de salary cap, os Oilers não possuem espaço para investimentos no mercado. Por isso, a solução deve ser mesmo promover internamente os talentos lapidados na própria organização.
Briga por: Por uma vaga na pós-temporada
CALGARY FLAMES
Os Flames contêm um grupo de jogadores cheios de potencial para chegar aos playoffs. Nos últimos anos, o time esteve cotado para voar mais alto do que realmente conseguiu. Isto explica a saída do técnico Glen Gulutzan e a contratação de Bill Peters para o seu lugar. Mas este não foi o único movimento da franquia nesta offseason. A troca que cedeu o defensor Dougie Hamilton para o Carolina Hurricanes foi mal digerida nas redes sociais. Porém, trouxe Elias Lindholm e Noah Hanifin – comandados por Peters em Carolina -, para a região de Alberta, no Canadá, deixando o time ainda mais jovem e oferecendo opções em outras áreas do elenco.
Além desta polêmica troca, o time também foi atrás de mais algumas peças pontuais com o objetivo de fortalecer setores improdutivos. A chegada de James Neal para o lugar de Troy Brouwer – que teve seu contrato arrendado -, é o maior indicativo destes claros movimentos no sentido de construir um time mais poderoso. Austin Czarnik também foi outra adição via free agency, e que possivelmente deverá ocupar uma função importante no time.
Para a posição de goleiro, é esperado que Mike Smith, de 36 anos, possa repetir a boa campanha do ano anterior. Ele trouxe a estabilidade que a franquia tanto almejava diante de problemas contínuos nesta posição. Com o novato John Gillies como backup, os Flames esperam ter resolvido esta questão.
A grande incógnita que paira sobre os Flames é sobre o trabalho de Bill Peters. Durante as quatro temporadas em que ele esteve a frente dos Hurricanes, a melhor campanha foi um sexto lugar. Agora sob o comando do time de Calgary, Peters vai ter que se superar para levar o time adiante. Além de mexer com o ambiente do vestiário – o que causa impacto e funciona em qualquer esporte -, ele também vai precisar usar seu conhecimento nas estratégias de power play, pois os Flames fecharam a temporada passada com a terceira pior campanha neste quesito.
Briga por: Por uma vaga na pós-temporada
ARIZONA COYOTES
Duas temporadas seguidas entre os últimos colocados. Seis temporadas sem disputar um jogo de playoffs. Mudanças no comando técnico e nenhuma primeira escolha geral no draft. Pior, o time esteve entre os “derrotados” na loteria das bolinhas, perdendo para Philadelphia Flyers e Montreal Canadiens, descendo posições importantes em drafts de reconstrução. O Arizona Coyotes tem o gerente geral mais jovem em atividade. John Chayka tem apenas 29 anos e um trabalho difícil pela frente: o de tirar a franquia do limbo dentro e fora do gelo. Porém, este trabalho tem sido feito. O time conseguiu enxugar os salários e desenvolver jogadores. Com o processo de queda livre contornado, os primeiros passos para um caminho mais afortunado tende a surtir alguns efeitos a partir de 4 de outubro contra o Dallas Stars.
Mesmo tendo negociado Max Domi com os Canadiens, Chayka pôde trazer o russo Alex Galchenyuk, Vinnie Hinostroza, Jordan Oesterle, Michael Grabner e Ilya Lyubushkin. Todos atletas que devem contribuir bastante para transformar os Coyotes em um time mais competitivo. Vale salientar que na reta final da temporada passada, o time mesmo praticamente sem chances conseguiu imprimir uma boa sequência de vitórias, dando os primeiros sinais de que o trabalho de Rick Tocchet foi assimilado pelos jogadores.
Assim como a grande maioria dos times desta equilibrada divisão, os Coyotes também vão precisar contar com a evolução dos jovens jogadores. Clayton Keller, Christian Dvorak, Brendan Perlini e Dylan Strome vão ter que produzir bastante se o time quiser brigar por uma vaga na pós-temporada instantaneamente.
Outro setor que vai precisar evoluir é a posição de goleiros. Antti Raanta foi muito bem no ano passado, mas não teve o apoio esperado dos reservas. Este abismo de qualidade minou as poucas possibilidades da equipe. Darcy Kuemper parece ser o favorito neste momento para assumir o rodízio, até porque os prospectos desta posição ainda se mostram inaptos para arcar com tamanha responsabilidade.
Briga por: Surpreender com uma evolução rápida dos jovens
ANAHEIM DUCKS
Assim como o Los Angeles Kings, seu maior rival, o Anaheim Ducks também percebeu que precisa se adaptar ao novo estilo de jogo (mais veloz e dinâmico) da NHL para se manter competitivo. Mas, aplicar esta nova estratégia – nem tão nova assim -, não é tão simples quando no elenco o treinador tem as mesmas peças. Apesar de Kevin Bieksa, François Beauchemin, Antoine Vermette, Jason Chimera e Jared Boll não estarem no elenco que retornou para o training camp, o time ainda tem outros jogadores que não possuem mais aquela velocidade de outros anos como: Ryan Getzlaf, Ryan Kesler, Patrick Eaves e Corey Perry – este último está machucado por cinco meses e deve abrir espaço para jogadores mais jovens.
Getzlaf ainda tem muito o que oferecer no auge de seus 33 anos, e Kesler com 34, pode trazer de volta toda a competitividade de um atacante marcador implacável – se ele conseguir se recuperar completamente de problemas nas costas. Porém, com uma formação por anos rígida com Jakob Silfverberg, Andrew Cogliano e Kesler na segunda linha sendo desmantelada, o time pode tanto evoluir quanto ter problemas para se adaptar, perdendo espaço na briga por uma vaga nos playoffs. É uma posta, um risco que o time de Randy Carlyle vai precisar correr para se atualizar.
O momento é de emancipação dos prospectos. A hora de Kiefer Sherwood, Max Jones, Sam Steel, Troy Terry e Marcus Pettersson chegou. Mas foi Maxime Comtois com apenas 19 anos quem mais agradou nestes testes de pré-temporada. Escolhido na primeira rodada do draft de 2018, Isac Lundestrom também teve seu nome reverenciado pela torcida com apresentações empolgantes neste período de experimentos, mas não deve ser aproveitado ainda.
A expectativa desta equipe reside na performance do seu goleiro titular, John Gibson. Capaz de fazer defesas plásticas que levantam o público, Gibson também procura regularidade nos números principalmente em jogos importantes em que por vezes, ele acaba deixando a desejar. Com a presença de Ryan Miller como backup outra vez, o setor é um dos mais fortes da liga.
Briga por: Vaga na pós-temporada
(Fotos: NHL.com)
PRÉVIAS THE PLAYOFFS – NHL 2018/2019