[PRÉVIA] NBA 2018-2019: Divisão do Atlântico
Celtics e Sixers carregados de bons jogadores disputam o título com o renovado Raptors; Franquias de Nova York reconstroem
Após longos meses de espera, a temporada da NBA está finalmente chegando. Para a alegria dos fãs de basquete do mundo todo, a bola laranja sobe pela primeira vez no dia 16 de outubro e para esquentar os motores, o The Playoffs preparou análises detalhada sde cada divisão para você não perder nada sobre a maior liga de basquete do planeta.
A primeira analisada é a Divisão do Atlântico, uma divisão muito interessante, já que nela estão presentes as três principais forças da Conferência Leste nas figuras de Boston Celtics, Philadelphia 76ers e Toronto Raptors. Ao mesmo tempo estão presentes dois dos times menos competitivos da liga nos últimos anos, Brooklyn Nets e New York Knicks.
Nesta temporada, sem a sombra do Cleveland Cavaliers e com elencos jovens recheados de estrelas em ascensão, Celtics e Sixers parecem estar mais preparados do que nunca para assumir de vez o protagonismo da Conferência Leste. Os Raptors tentam mais uma vez superar o fantasma dos playoffs e através de algumas mudanças bombásticas tanto no elenco quanto na comissão técnica, buscam alçar a franquia a voos mais altos. Aos dois times de Nova York não restam muitas esperanças, com elencos relativamente fracos e em reconstrução, ambos usarão a temporada para evoluir seus principais jogadores e de preferência conseguindo boas escolhas de Draft no processo.
Confira as previsões do The Playoffs para as equipes da Divisão do Atlântico.
PHILADELPHIA 76ERS
Após longos anos de campanhas pífias e muito sofrimento em nome do “Processo”, os fanáticos torcedores do Sixers têm motivos para sorrir novamente. De volta aos playoffs na temporada passada após um jejum de seis anos, a franquia da Philadelphia tem em suas jovens estrelas sua principal arma. Liderados por Joel Embiid e Ben Simmons, os Sixers se tornaram novamente relevantes, e se os prodígios continuarem a evoluir, a tendência é que o time se torne uma das grandes potências da liga nos próximos anos.
A fórmula praticada ano passado deu certo e tem tudo para se repetir novamente nesta temporada. Cercando seu núcleo de jovens com jogadores experientes e especializados em arremessos de longa distância como J.J Redick, os Sixers conseguiram uma boa mescla entre juventude e experiência e conseguiram desenvolver seu próprio estilo de jogo. Embora tenham perdido peças importantes na campanha da temporada passada, como Belinelli e Ilyasova, o front office da equipe conseguiu a importante renovação com Redick e foi atrás de algumas peças para compor elenco, como Mike Muscala e Wilson Chandler, capazes de manter o sistema funcionando.
Se Embiid mantiver ou melhorar sua média de 22,9 pontos por jogo e liderar o time defensivamente como aconteceu na última temporada, o time tem todas as ferramentas para continuar evoluindo nos dois lados da quadra. Ben Simmons, que teve a excelente marca de oito assistências distribuídas por jogo em 2017-2018, mostrou evolução na offseason, desenvolvendo melhor sua mecânica de arremesso para tornar-se uma ameaça ofensiva ainda maior. Outro que merece atenção é Markelle Fultz, que após uma temporada frustrante ano passado, parece preparado para finalmente se tornar a peça almejada pelos Sixers quando foi draftado na primeira posição em 2017. Outros destaques ficam por conta de Dario Saric e Robert Covington, peças que fazem a diferença quando jogando em alto nível.
Principal escolha de Philadelphia no último Draft, Zhaire Smith manteve a tradição da franquia e se machucou em sua temporada de estreia. O novato passou por cirurgia em agosto e tem previsão de retorno para o fim do ano. Caso volte saudável, o armador pode ganhar alguns minutos e contribuir com sua excelente capacidade física.
Campanha 2017- 2018: 52-30
Provável quinteto ideal: Ben Simmons, J.J. Redick, Robert Covington, Dario Saric, Joel Embiid
Briga por: Final de Conferência
(Foto: Harry How/Getty Images)
BROOKLYN NETS
Vítimas de uma tentativa frustrada de montagem de um super time no começo da década, os Nets comprometeram por muito tempo o futuro da franquia ao trocar a maioria das suas escolhas de Draft por jogadores veteranos e consagrados. Após o insucesso da empreitada, o time teve que se contentar com elencos fracos, recheados de jogadores poucos badalados, se tornando um grande saco de pancadas ao longo das últimas temporadas. No entanto, para compensar a falta de material humano, a franquia focou seus esforços na construção de uma grande e moderna estrutura para cercar seus jogadores com o que há de melhor no mundo do basquete. Além disso, a ênfase em construir um estilo de jogo alinhado com as últimas tendências da NBA foi uma das preocupações da equipe.
Apesar da campanha na última temporada ter sido novamente de poucas vitórias, os Nets conseguiram estabelecer um modelo de jogo eficiente na medida do possível e se tornaram um dos times mais modernos na maneira de jogar dentro da liga. A ideia agora é tentar aos poucos renovar o elenco, conseguir bons novatos e se tornar relevante em um futuro próximo.
O principal líder do time no ano passado era Jeremy Lin, que apesar do pouco destaque em relação a qualidades técnicas e físicas, se apoiava na inteligência tática para comandar o time. Embora tenha perdido a temporada inteira por conta de uma lesão logo na primeira partida, Lin foi uma figura muito presente nos vestiários e no banco do time, exercendo o papel de uma figura de liderança dentro do elenco. A questão é que agora ele foi embora para Atlanta e alguns jogadores precisarão assumir esse papel de liderança para que o time continue a evoluir nesta temporada.
A principal cara dessa renovação é D’Angelo Russell, que chegou dos Lakers no ano passado com moral para se tornar a nova cara da franquia. O jovem armador teve alguns bons momentos em quadra no ano passado, até se machucar e perder a grande maioria dos jogos. Agora, começando o ano saudável, Russell precisa evoluir seu jogo e mostrar todo o potencial visto em seus anos de NCAA para que os Nets subam mais alguns degraus em qualidade. Para ajudar o camisa 1, temos Spencer Dinwiddie, que com médias de 12,6 pontos e 6,6 assistências foi uma das gratas surpresas de Brooklyn no ano passado e que se manter o nível, pode ser um jogador com capacidade para contribuir muito na armação da equipe.
Outros nomes interessantes do elenco preto e branco são Rondae Hollis-Jefferson, DeMarre Carroll e Allen Crabbe, que tiveram participações relevantes na temporada passada e são boas peças para compor um elenco competitivo. Além deles, chegaram na offseason algumas peças interessantes e que podem contribuir desde o primeiro dia, casos de Shabazz Napier e Kenneth Faried, que se colocados nas situações certas, podem trazer impactos significativos no jogo da equipe.
Dentre as promessas do time, podemos destacar Jarret Allen, draftado na 22ª posição em 2017 e que teve uma surpreendente temporada de calouro, com potencial para se tornar uma peça ainda mais importante neste ano. A outra aposta, vinda do último Draft, é Džanan Musa. O bósnio teve destaque nas categorias de base de seu país ao mostrar grande volume ofensivo e atuações espetaculares graças a sua facilidade para pontuar. Se ele for desenvolvido da maneira correta, pode ser um ativo importante para a construção do elenco do time visando os próximos anos.
Por agora, resta aos Nets ter paciência e diferente da primeira vez, guardar suas escolhas de Draft pensando um pouco mais no futuro.
Campanha 2017-2018: 28-54
Provável quinteto ideal: Spencer Dinwiddie, D’Angelo Russell, Allen Crabbe, DeMarre Carroll, Kenneth Faried
Briga por: Reconstrução no elenco
(Foto: Dylan Buell/Getty Images)
NEW YORK KNICKS
Dadas as circunstâncias, é possível afirmar que o New York Knicks pode ser considerado o pior time da divisão antes do começo da temporada. Com poucas mudanças significativas no grupo de jogadores, a franquia de Nova York terá que depender quase do mesmo elenco que venceu apenas 29 partidas na temporada passada para jogar numa conferência que promete ser ainda mais competitiva neste ano.
Em 2017-2018 o destaque individual ficou novamente para Kristaps Porzingis. O único problema, foi que uma séria lesão no joelho tirou o letão de quadra por toda a metade final da temporada. Diante da perda de sua principal estrela, os Knicks viram um começo de temporada interessante ir por água abaixo ao longo dos meses seguintes.
Para esta temporada, a previsão é que as coisas já não comecem muito boas, pois Porzingis ainda não tem previsão de volta, e pode só jogar novamente em 2019. Sem o camisa 6, resta à franquia da Big Apple esperar algo de diferente de jogadores como Tim Hardaway e Enes Kanter, além de torcer por uma evolução do francês Ntilikina, que teve uma temporada de estreia bem apagada.
Após a lesão de Porzingis, quem liderou o time em pontos foi Hardaway, com uma média de 17,5 pontos por jogo, seguido por Kanter e Michael Beasley. Beasley até surpreendeu quando teve mais oportunidades já na metade final da temporada, sendo muitas vezes a válvula de escape do time no ataque. No entanto, ele não estará presente nesta temporada, já que foi negociado e jogará ao lado de LeBron James nos Lakers.
Os Knicks têm problemas claros tanto no ataque quanto na defesa, mas ao menos do lado ofensivo eles já parecem ter uma esperança em vista. Essa luz no fim do túnel é Kevin Knox, novato vindo de Kentucky como a nona escolha do último Draft. Knox teve atuações empolgantes na Summer League, mostrando muita explosão e facilidade para criar jogadas no ataque. Se conseguir transportar estas características de seu jogo para a NBA, o jovem pode ter bastante relevância dentro do elenco neste ano, além de mostrar para franquia que pode ser o pilar do futuro que se espera a tantos anos pelos lados de Nova York. A empolgação é tanta, que alguns analistas já colocam o novato entre os titulares para esta temporada, o que com certeza traria a ele bastante espaço para evoluir mas também muitos olhares atentos aos seus jogos.
O principal reforço do Knicks para a temporada foi o técnico David Fizdale, que chegou para substituir o criticado Jeff Hornacek. Com 44 anos, Fizdale teve boas passagens como assistente no Miami Heat e mais recentemente como técnico no Memphis Grizzlies, e a expectativa é que ele traga um ambiente mais organizado e produtivo com os jogadores, coisas inexistente nos últimos anos de vestiário da franquia. Além dele, também chegou o croata Mario Hezonja, que tem potencial, mas que não conseguiu se firmar jogando pelo Orlando Magic e busca uma mudança de ares em Nova York.
Campanha 2017-2018: 29-53
Provável quinteto ideal: Trey Burke, Tim Hardaway Jr., Kevin Knox, Noah Vonleh (até Porzingis retornar de lesão), Enes Kanter
Briga por: Reconstrução no elenco
(Foto: Maddie Meyer/Getty Images)
TORONTO RAPTORS
Normalmente quando um time tem a melhor campanha de sua história e é comandado pelo técnico premiado como melhor da temporada, significa que teve um ano de sucesso e que consequentemente poucas mudanças aconteceriam depois disso. No entanto, não é o que aconteceu com os Raptors.
Em 2017-2018 a franquia bateu seu recorde de vitórias na temporada regular e terminou em primeiro lugar na Conferência Leste. Graças a uma excelente montagem de elenco e boas escolhas no Draft, Toronto conseguiu estabelecer um elenco profundo e versátil, que foi capaz de torná-los extremamente competitivos.
DeMar DeRozan e Kyle Lowry foram novamente as grandes caras do time. O primeiro liderou a equipe em média de pontos, com 23, e continuou a mostrar a constante evolução em seu jogo. Já o segundo foi o líder de assistências, com uma média de 6,9 por jogo além de exercer muito bem o papel de liderança dentro e fora de quadra. No entanto, o principal destaque do time foi o banco. A unidade reserva, comandada pelo armador Fred VanVleet, foi de longe a melhor da NBA, garantindo vitória para os Raptors em diversos jogos ao longo da temporada. Jogadores como OG Anunoby e Delon Wright se mostram peças com um potencial enorme e se encaixaram muito bem na segunda unidade, mantendo o ritmo de jogo e segurando os resultados enquanto o time titular tinha merecido descanso.
A organização do elenco e as mudanças na maneira do time jogar foram essenciais para o desempenho dos Raptors, e renderam a Dwane Casey o prêmio de técnico do ano. Porém, tudo desmoronou nos playoffs, quando os canadenses mais uma vez caíram para os Cavaliers de LeBron James, e desta vez, varridos sem piedade em quatro jogos.
A frustração de mais uma eliminação precoce na pós-temporada levou a diretoria dos Raptors a dar uma chacoalhada na franquia. Primeiro, Casey foi mandando embora. Depois, DeRozan foi trocado para os Spurs na novela que trouxe a superestrela Kawhi Leonard para o Canadá.
Agora, com um jogador de elite dos dois lados da quadra para auxiliar Lowry e uma série de bons coadjuvantes, os Raptors tentam superar os recentes fracassos e finalmente levar o time a outro patamar. Tudo isso depende de como Kawhi se adaptará a sua nova realidade, se der certo, o potencial é enorme. Além disso, a unidade reserva tem tudo para continuar fazendo a diferença se for bem trabalhada pelo novo técnico Nick Nurse.
Junto com Leonard, chegou ainda Danny Green, que pode auxiliar a tornar a defesa ainda melhor e mais versátil, além de aumentar a oferta de arremessadores do time, o que pode ser a chave para os Raptors finalmente afastarem o “demônio” dos playoffs.
Campanha 2017-2018: 59-23
Provável quinteto ideal: Kyle Lowry, Danny Green, Kawhi Leonard, Serge Ibaka, Jonas Valanciunas
Briga por: Final de Conferência
(Foto: Reprodução Twitter/ Toronto Raptors)
BOSTON CELTICS
Quando Gordon Hayward se machucou nos primeiros cinco minutos da temporada passada, parecia que o futuro dos Celtics em 2017-2018 não seria tão animador. No entanto, sob a batuta de Brad Stevens, Kyrie Irving e companhia conseguiram superar a baixa inicial e se desenvolveram em um time extremamente completo e profundo, terminando na segunda colocação do Leste, atrás apenas do Toronto Raptors.
O grande trabalho feito por Brad Stevens elevou o time a um novo patamar, principalmente na parte defensiva, onde a equipe teve uma melhora gigantesca, passando a ser a melhor da liga no quesito. Embora sem Hayward, Boston conseguiu montar um elenco extremamente competitivo, usando muito bem qualidades de jogadores como Irving e Al Horford e um elenco recheado de jovens opções.
Sob os cuidados de Stevens, os jogadores dos Celtics deram um grande salto de qualidade e se mostraram peças fundamentais ao longo da temporada. Nomes como Jayson Tatum, Jaylen Brown e Terry Rozier se aproveitaram muito da qualidade do trabalho do técnico e com bastante espaço puderam evoluir seu jogo da melhor maneira possível. O grande destaque sem dúvida fica por conta de Tatum. O calouro vindo de Duke somou médias de 13,9 pontos, cinco rebotes e 1,6 assistência por jogo. Quando Kyrie também saiu machucado antes dos playoffs, o novato chamou a responsabilidade e mostrou que é a cara da franquia para o futuro.
As expectativas para esta temporada são altas. Com Hayward e Irving de volta e a manutenção do elenco, Brad Stevens tem tudo para elevar ainda mais o nível da equipe e continuar o trabalho de desenvolvimento de seus jovens jogadores. Com uma mescla de juventude e experiência, os Celtics têm em mãos as armas perfeitas para dominar não só a conferência, como toda a liga pelos próximos anos. Quem sabe, já em 20i8-2019, desafiar o todo poderoso Golden State Warriors nas finais.
Para a franquia de Massachusetts, o objetivo é reforçar as principais características do ano passado, aumentar o entrosamento do time e manter o alto nível da defesa. Além disso, cabe a Stevens continuar trazendo o melhor de seus jogadores, como vem sendo com notório sucesso nos últimos anos. Com um dos elencos mais completos e promissores da NBA, parece ser questão de tempo para que a histórica franquia volte a conquistar as glórias de seus tempos áureos.
Campanha 2017-2018: 55-27
Provável quinteto ideal: Kyrie Irving, Jaylen Brown, Jayson Tatum, Gordon Hayward, Al Horford
Briga por: Título da NBA
(Foto: Streeter Lecka/Getty Images)