[PRÉVIA] NBA 2017-2018: Divisão Sudeste
Hawks e Magic em reconstrução; Wizards e Heat buscando o topo; e, Hornets esperando o que Howard pode fazer
Na última temporada a divisão sudeste foi representada por duas equipes nos playoffs. Washington Wizards (49-33), em quarto, e Atlanta Hawks (43-39), em quinto, foram à pós-temporada, enquanto o Miami Heat (41-41) contou com belíssimas atuações na segunda metade, mantendo-se na briga até a última rodada, terminando na nona colocação. Charlotte Hornets (36-46) e o Orlando Magic (29-53) terminaram em 11º e 13º, respectivamente.
Wizards e Hawks se enfrentaram na primeira rodada dos playoffs, com vitória do time da capital americana, em seis partidas. A franquia enfrentou então o Boston Celtics, numa das séries mais empolgantes dos playoffs. John Wall e seus parceiros fizeram os Celtics suarem para vencerem a série em sete jogos.
O grande destaque das movimentações entre as equipes foi a chegada de Dwight Howard, nos Hornets. O atleta, que passou a última temporada no Hawks, rival de divisão, foi enviado junto à 31ª escolha do próximo Draft, em troca de Marco Belinelli, Miles Plumlee e a 41ª escolha, do mesmo Draft. O desempenho de Howard será crucial para os Hornets saberem onde podem chegar.
ATLANTA HAWKS
O novo general manager da equipe, Travis Schlenk, ex-Golden State Warriors, chegou com uma proposta bastante clara: reconstruir o Atlanta Hawks durante as próximas temporadas. O foco em se livrar de veteranos e de contratos caros ficou claro em duas movimentações: a ida de Howard para o Hornets e o pouco esforço para brigar pelo agente-livre Paul Millsap, que era o melhor jogador do time.
Na última temporada, os Hawks fizeram uma campanha bastante convincente, de 43 vitórias e 39 derrotas. Liderados por Millsap (18.1 pontos e 7.7 rebotes, em média) e Dennis Schroder (17.9 pontos e 6.3 assistências), a equipe terminou na quinta colocação da Conferência Leste.
Agora, sem Millsap e Howard (quarto maior pontuador do time na temporada), Schroder precisará mostrar ainda mais liderança, uma vez que já não é mais exatamente uma jovem promessa. Além dele, o calouro John Collins mostrou um bom trabalho durante a Summer League e deve ser um dos pilares da reconstrução da equipe.
Mesmo assim, é difícil imaginar os Hawks com campanha positiva. Schlenk fez um ótimo trabalho comandando a construção do vitorioso Warriors e agora precisa provar a mesma competência liderando as ações estratégicas da franquia de Atlanta, visando melhores campanhas nos próximos anos. De qualquer forma, as jovens promessas ainda podem brigar por uma vaga nos playoffs, principalmente por conta da concorrência não ser tão alta na Conferência.
Resultados 2016-17: 43-39 (temporada regular); 2-4 (playoffs, perdendo para o Washington Wizards na primeira rodada)
Provável quinteto ideal: Dennis Schroder, Kent Bazemore, Taurean Prince, Ersan Ilyasova e Dewayne Dedmon
Briga por: reconstrução da equipe
(Foto: Divulgação Facebook / Atlanta Hawks)
CHARLOTTE HORNETS
Michael Jordan, proprietário dos Hornets, parece ainda acreditar no bom e velho Dwight Howard. O pivô, que já foi oito vezes selecionado para o NBA All-Star Game, não vem tendo atuações à altura de anos atrás, mas, mesmo assim, segue sendo um atleta confiável. Na última temporada teve médias de 13.5 pontos (a pior média desde a temporada de calouro) e 12.7 rebotes (a melhor desde 2011-12).
Howard precisa mostrar o que tem de melhor para ajudar Kemba Walker e Nicolas Batum a colocar os Hornets novamente nos playoffs. O armador que já teve aparições no All-Star Game passou por uma cirurgia no menisco nos últimos meses, o que não deve ser problema para sua forma física.
Para ajudá-lo a equipe conta também com Michael Carter-Williams, que foi eleito como melhor calouro em seu ano de estreia, e agora jogará pela quarta equipe em cinco anos. Cody Zeller também pode ajudar bastante e deve ser um bom parceiro de Howard no garrafão. Além deles, Michael Kidd-Gilchrist precisa melhorar e atingir as expectativas que todos têm sobre ele, principalmente defensivamente, onde está seu maior potencial.
De qualquer forma, este é basicamente o mesmo elenco que deixou os Hornets com campanha negativa na temporada passada. A exceção é Howard e a atuação do pivô será essencial para que o time chegue à pós-temporada neste ano.
Resultados 2016-17: 36-46 (temporada regular);
Provável quinteto ideal: Kemba Walker, Nicolas Batum, Michael Kidd-Gilchrist, Marvin Williams e Dwight Howard;
Briga por: playoffs
(Foto: Reprodução Twitter / Charlotte Hornets)
MIAMI HEAT
Houveram poucas mudanças no elenco do Miami Heat desde o final da última temporada. A equipe buscou fechar contrato com Gordon Hayward, mas o ala assinou com o Boston Celtics. Rumores sobre a volta de Dwyane Wade afloraram quando foi anunciado o buyout do atleta com o Chicago Bulls, mas ele assinou com o Cleveland Cavaliers. No final das contas, o maior reforço do time veio com Kelly Olynyk, ex-Boston Celtics.
O time foi um dos mais empolgantes da última temporada, após iniciar com 11 vitórias e 30 derrotas. A equipe virou a chave e conseguiu uma campanha de 30 vitórias e 11 derrotas, finalizando em 41-41 e ficando fora dos playoffs por muito pouco. O trabalho de Erik Spoelstra foi fator chave para o time e o técnico foi um dos maiores concorrentes para o prêmio de melhor do ano.
O time conta com uma dupla de armadores competentes, apesar de não serem grandes estrelas. Goran Dragic teve uma boa temporada em 2016-17 e vem de uma atuação fantástica na seleção da Eslovênia, liderando a equipe para o título da Eurobasket e sendo eleito como MVP da competição. Como ala-armador, o explosivo Dion Waiters deve ser um dos principais nomes do time.
Entre os grandões, o calouro Bam Adebayo mostrou um bom trabalho de pernas e boas atuações durante a Summer League e Olynyk deve ser um bom reforço para a posição de ala-pivô. Mas, o grande astro do time é Hassan Whiteside. O pivô, que ganhou um contrato máximo no Heat nessa temporada e liderou a liga em rebotes no ano passado (14.1 por jogo), tem nesta temporada a oportunidade de se provar definitivamente entre os melhores pivôs da liga e, quem sabe, ir pela primeira vez ao All-Star Game.
Resultados 2016-17: 41-41 (temporada regular);
Provável quinteto ideal: Goran Dragic, Dion Waiters, Rodney McGruder, James Johnson e Hassan Whiteside.
Briga por: playoffs/título de divisão
(Foto: Reprodução Twitter / Hassan Whiteside)
ORLANDO MAGIC
Nas últimas seis temporadas o torcedor do Magic amarga campanhas negativas. O time vive o maior período longe dos playoffs da história e essa deve ser, novamente, complicada. A equipe segue em reconstrução e agora, sob o trabalho do novo Presidente das Operações de Basquete do time, Jeff Weltman, os fãs precisarão ter um pouco de mais paciência.
As principais e mais impactantes contratações do Magic vieram na sua gestão, com a vinda de Weltman e John Hammond. O último foi responsável pelo time vitorioso do Milwaukee Bucks, de Giannis Antetokounmpo e com Jason Kidd no comando técnico.
O calouro Jonathan Isaac pode ser o “Greek Freak” da franquia, sendo bastante atlético e dinâmico. O time apostou também em jogadores vencedores em outras franquias, como o pivô Mareese Speights, ex-Golden State Warriors, que ainda trás a possibilidade de arremessos de longa distância, e Jonathan Simmons, ótimo defenson e ex-San Antonio Spurs.
Mesmo assim, a franquia de Orlando deve seguir o mesmo destino das temporadas passadas e ficar bem longe da briga pelos playoffs. A torcida precisa confiar no processo de reconstrução e ficar de olho nos jogadores do próximo Draft. A próxima temporada deve ser mais promissora para a equipe.
Resultados 2016-17: 29-53 (temporada regular);
Provável quinteto ideal: Elfrid Payton, Evan Fournier, Terrence Ross, Aaron Gordon e Nikola Vucevic
Briga por: reconstrução
(Photo by Vaughn Ridley/Getty Images)
WASHINGTON WIZARDS
Devido a ordem alfabética, os Wizards ficaram para o final dessa prévia. Porém, a equipe deve ser a melhor da divisão na próxima temporada. John Wall, Bradley Beal e Otto Porter Jr devem comandar o time, novamente, para brigar pelas primeiras posições na Conferência Leste, ao lado de Cleveland Cavaliers e Boston Celtics.
Na última temporada, Wall teve uma atuação de gala nas semifinais da Conferência, comandando os Wizards até o jogo 7 contra o Boston Celtics. O desempenho e liderança foram recompensadas e o atleta renovou pelas próximas quatro temporadas com o time, pelo valor de US$ 170 milhões (42,5 milhões por temporada).
Além dele, a equipe garantiu a renovação de contrato com Otto Porter Jr. Trouxe ainda alguns reforços para a rotação, como o ala-pivô Mike Scott e o armador Tim Frazier.
Wall e Beal se proclamam como a melhor dupla de armadores da liga, mas precisam de mais do que confiança para chegar às finais de conferência neste ano. Ian Mahinmi, por exemplo, deve ser um fator crucial para os planos da equipe. Na última temporada o pivô jogou apenas 31 partidas durante a temporada regular e cinco durante os playoffs. Recuperado, será uma das chaves para enfrentar Celtics e Cavs na luta pelo topo da Conferência.
Marcin Gortat é outro fator para o garrafão. O veterano já mostrou muito para a liga, mas a idade pode ser determinante. A média de 10.8 pontos que o atleta teve por partida durante a última temporada regular foi a menor desde 2010-11, quando atuou pelo Orlando Magic e Phoenix Suns, mesmo sendo a temporada que teve maior média de minutos em quadra nos três últimos anos.
Resultados 2016-17: 49-33 (temporada regular); 7-6 playoffs (semifinais de conferência, perdendo para o Boston Celtics)
Provável quinteto ideal: John Wall, Bradley Beal, Otto Porter Jr., Jason Smith e Marcin Gortat.
Briga por: título da divisão/conferência
(Foto: Divulgação Instagram/ Washington Wizards)