ANÁLISE: Nota por nota, quem foi melhor no Draft da NBA em 2018
Analisamos time por time as franquias da NBA no último Draft para concluir: quem foi bem nas escolhas?
Uma semana após o Draft da NBA, é hora de olhar escolha por escolha das equipes para analisar: quem se deu bem na seleção de 2018? Deandre Ayton foi escolhido como o número um e pudemos observar muitas mudanças como a surpreendente troca envolvendo Trae Young e Luka Doncic.
Olhando nome por nome, posição a posição, será que o seu time fez um bom Draft? Era o momento de suprir as necessidades claras de uma vez ou ter nas mãos o melhor talento disponível? É isso que o The Playoffs traz aqui, com notas para todas as escolhas somadas. É hora de entender se no conjunto, qual time conseguiu mandar bem – ou mal.
As notas serão distribuídas da seguinte forma: A é a mais alta. D, a mais baixa. Podem existir algumas variações, tais como A+ ou ainda A -. Elas existem apenas para destacar um pouco ou retirar de algum detalhe que seu time tenha deixado passar. É preciso entender que tudo isso é também um exercício de futurologia. Ou será que alguém apostava que Draymond Green e Manu Ginóbili seriam duas escolhas absurdas na segunda rodada? Sem mais delongas, vamos às notas:
Atlanta Hawks
5. Trae Young – PG, Oklahoma
19. Kevin Huerter – SG, Maryland
30. Omari Spellman – C, Villanova
Nota: A+
Bom draft dos Hawks. Com três escolhas de primeira rodada, o time tinha a necessidade de preparar a base de algo. Objetivo concluído com sucesso. Além disso, ficou claro que Atlanta desejava Young desde o começo. Sair com a pick que sonhava e ainda uma escolha de primeira rodada protegida de Dallas para 2019, foi perfeito, mesmo cedendo Doncic. Young pode ser o líder do time no futuro e tem muito poder para marcar, quanto para passar. Huerter é um ótimo pontuador que se complementa ao estilo de Young. Spellman pode ser um grandalhão talentoso que sabe chutar quando preciso.
Boston Celtics
27. Robert Williams – C, Texas A&M
Nota: A
Com apenas uma escolha e um time já muito bem formatado que tem tudo para estar nas finais da NBA em breve, os Celtics receberam um presente no draft. Ótimo defensor do garrafão e um pivô capaz de enterrar bolas absurdas, Williams é algo que Boston ainda não tinha. Além disso, é ferrenho nas brigas por rebotes. Seus joelhos causaram medo em algumas equipes. Com a pick 27, fez bem o Boston em apostar no jogador.
Brooklyn Nets
29. Dzanan Musa – SF, Bósnia
40. Rodions Kurucs – SF, Letônia
Nota: B
O calvário vai acabando. O desastroso negócio que levou Paul Pierce e Kevin Garnett, enfim, rendeu suas últimas picks para rivais. Sendo mais exato, Collin Sexton seria a escolha dos Nets, caso o negócio não houvesse sido realizado em 2013. Dito isto, o time escolhe Musa, conhecido por seu enorme poder de pontuação. Os olhos do mundo saltaram em Musa, que ao que parece, deseja já estar na NBA, mas ainda existem garantis. Kurucs é uma aposta parecida, mas que este sim, necessita de mais tempo em solo europeu para o desenvolvimento. Bom draft dos Nets que como dizem por aí: “não tem pressa de vencer”.
Charlotte Hornets
12. Miles Bridges – SF, Michigan State
34. Devonte Graham – PG, Kansas
55. Arnoldas Kulboka – SF, Lituânia
Nota: B+
Quem fez um draft consciente foi Charlotte. A escolha por Miles Bridges é um verdadeiro presente para a torcida. O jogador é versátil, bom reboteiro e já vai agregar ao elenco desde o primeiro minuto em quadra. Graham surge como um backup interessante para Kemba Walker. Escolhas seguras, assim como a aposta em Kulboka no fim da seleção.
Chicago Bulls
7. Wendell Carter Jr. – C, Duke
22. Chandler Hutchison – SF, Boise State
Nota: B-
A prudência imperou em Chicago. O time não correu absolutamente nenhum risco em suas escolhas. Se anteriormente os Bulls pendiam para selecionar Michael Porter Jr. aqui, os médicos consideraram um risco o ala de Missouri numa pick tão alta. Carter Jr. obteve médias absurdas em seu ano de calouro com os Blue Devils, então é preciso ficar de olho. Hutchison era um desejo antigo do time, mas aqui ainda existiam escolhas melhores. Draft seguro.
Cleveland Cavaliers
8. Collin Sexton – PG, Alabama
Nota: B
O principal ponto aqui para os Cavaliers é não cair na tentação de cometer uma loucura por LeBron. Escolher Sexton foi inteligente e seguro. É um armador que precisa melhorar seus chutes mais longos, mas que sabe defender de forma precisa e ataca a cesta quando vê espaços. Pode auxiliar Cleveland, principalmente na criação, algo que ficou latente a necessidade de reforços na decisão contra os Warriors.
Dallas Mavericks
3. Luka Doncic – PG, Eslovênia
33. Jalen Brunson – PG, Villanova
56. Ray Spalding – PF, Louisville
60. Kostas Antetokounmpo – SF, Dayton
Nota: A
Dallas quer vencer. E para isso, criou uma base muito boa. Luka Doncic é o jogador mais talentoso desta seleção. Agrega tudo que uma equipe sonha em um armador: pontua, distribui e assiste. O preço foi uma escolha protegida do próximo draft. Um talento desse não sairia tão fácil. Com Yogi Ferrell e Seth Curry indo para a free agency, a escolha por Brunson é perfeito. O armador chega pronto à NBA e pode ser o reserva imediato de Doncic. Spalding é outra aposta certeira, enquanto Antetokounmpo, se manter a linhagem da família, pode ter sido um tesouro na última escolha.
Denver Nuggets
14. Michael Porter Jr. – SF, Missouri
41. Jarred Vanderbilt – PF, Kentucky
58. Thomas Welsh – C, UCLA
Nota: A
Uma seleção promissora dos Nuggets. O time decidiu se arriscar e acertou em fazer isso. Porter teve uma lesão nas costas que atrapalhou sua carreira universitária. Caso isso não tivesse acontecido, estaria disputando a primeira posição facilmente. Manter o jogador saudável pode ser um resultado e tanto para o futuro. Pegar Vanderbilt na 41 também foi um bom movimento. Não se engane com a posição de Welsh. O jogador pode ser peça chave em qualquer equipe da liga profissional americana.
Detroit Pistons
38. Khyri Thomas – PG, Creighton
42. Bruce Brown Jr. – SG, Miami
Nota: B+
Thomas é um talento muito melhor do que sua posição revela. Os Pistons necessitavam de um armador que minimamente saiba defender também, não apenas atacar como um louco para a cesta. Bruce Brown caiu até aqui por algumas lesões. Saudável, contribuirá muito.
Golden State Warriors
28. Jacob Evans – SF, Cincinnati
Nota: C+
Os Warriors precisam de mais contratos baixos. Ter apenas Evans para selecionar foi uma péssima notícia para a estratégia de Golden State. Falando de quem veio, ele é um ótimo defensor. Além disso, tem qualidade para chegar ao ataque e resolver. Por ele, bom draft. Pela falta de opções, é preciso abrir o olho desde já.
Houston Rockets
46. De ‘Anthony Melton – PG, USC
52. Vince Edwards – SF, Purdue
Nota: A
Pode jogar as mãos para o céu, torcedor. Os Rockets captaram um talento de top 20, lá na escolha 46. Melton pode dar a Harden/Paul minutos preciosos. Aparece bem na frente, mas se destaca mesmo por sua poderosa defesa. Os sacrifícios na armação diminuirão um pouco com a presença do antigo armador dos Trojans. Com Edwards, mais uma chuva de bolas de três pontos.
Indiana Pacers
23. Aaron Holiday – PG, UCLA
50. Alize Johnson – PF, Missouri State
Nota: B
Os Pacers agregaram mais um dos irmãos Holiday na NBA. Aaron é mais um pontuador do que um passador. Mas é possível adaptar o jogo do atleta ao que Indiana precisa. Ter Oladipo ao lado pode ser um bem precioso para a evolução do armador. Um detalhe que ele precisa ficar atento na NBA é o desperdício de bolas, que na NCAA era alto. Tomar melhores decisões é preciso. Johnson foi uma boa adição para o fim do draft, sendo um bom arremessador da linha de três.
Los Angeles Clippers
11. Shai Gilgeous-Alexander – PG, Kentucky
13. Jerome Robinson – SG, Boston College
Nota: C+
A escolha por Gilgeous-Alexander, feita em troca com o Charlotte Hornets, é perfeita. Milos Teodosic e Patrick Beverley não estarão para sempre em LA e Austin Rivers já deu adeus. A recomposição com o armador de Kentucky é muito promissora. Trabalhado, o jogador pode se tornar no futuro, de médio a longo prazo, uma estrela. Jerome Robinson é uma escolha polêmica. Ninguém duvida dos talentos do atleta, porém, na 13ª escolha, o preço pode ter sido muito alto. Existiam, ainda, opções melhores.
Los Angeles Lakers
25. Moritz Wagner – C, Michigan
39. Isaac Bonga – PG, Alemanha
47. Sviatoslav Mykhailiuk – SG, Kansas
Nota: A
Ótima noite dos Lakers no draft. Conseguiram jogadores baratos, que darão retorno rapidamente ao time. Se a estratégia é seguir o Warriors, agregando três all-stars e valores jovens no banco, tudo correu como o esperado. Wagner, apesar da altura, é muito habilidoso, ótimo na linha de três e consegue buscar rebotes improváveis. Mykhailiuk, apresar de estrangeiro, têm a experiência por ter passado pela NCAA e tem uma poderosa bola longa. Bonga ainda precisa evoluir um pouco e não deve ir para os Lakers agora.
Memphis Grizzlies
4. Jaren Jackson Jr. – PF, Michigan State
32. Jevon Carter – PG, West Virginia
Nota: C+
Não foi um erro escolher Jaren Jackson Jr. na posição quatro. Mas é, dos melhores jogadores disponíveis, o mais cru. Você terá uma defesa de primeira linha com ele, desde o primeiro minuto. Já no ataque… Ofensivamente JJJ ainda tem muito o que evoluir. Porém, o potencial é de estrela. Jevon Carter vem para resolver o problema de Mike Conley. Se o armador já não é muito saudável, tendo que jogar muitos minutos é um problema. É um draft, que no momento, não resolve muito para Memphis.
Miami Heat
Não fez escolhas no draft.
Milwaukee Bucks
17. Donte DiVicenzo – SG, Villanova
Nota: B+
O potencial que o trio DiVicenzo, Middleton e Antetokounmpo pode ter é absurdo. O melhor jogador do último Final Four é ótimo no ataque e mostra bons sinais na defesa. Durante o Combine, o armador também foi muito elogiado por boa parte das equipes. O ajuste é perfeito. Escolha certeira dos Bucks que tem muito futuro com esse time.
Minnesota Timberwolves
20. Josh Okogie – SG, Georgia Tech
48. Keita Bates-Diop – PF, Ohio State
Nota: B+
Se o objetivo dos Wolves era arrumar sua defesa e conseguir alguém que possa pontuar com a mesma qualidade, o time conseguiu isso com a escolha de Okogie. Quando precisou atacar a cesta, foi muito bem. Mas é na defesa que o jogador contribuirá desde o início. Olho na opção por Keita Bates-Diop, que desceu até a 48, mas tinha talento para sair ainda na primeira rodada. Muito versátil, tem tudo para ser um bom role player.
New Orleans Pelicans
51. Tony Carr – PG, Penn State
Nota: C+
Os Pelicans escolheram Carr ao observarem um risco na posição. Como tem muitos agentes livres irrestritos, dentre eles Rajon Rondo, Ian Clark e Jordan Crawford, hora de pensar no futuro. Carr tem muito envergadura, mas ainda precisa se provar na defesa. Apesar disso, no ataque, é capaz de mudar alguns jogos com sua habilidade. Fica a sensação de que a escolha pudesse ser concentrada em outro jogador, apesar da qualidade de Carr.
New York Knicks
9. Kevin Knox – SF, Kentucky
36. Mitchell Robinson – C, High School
Nota: C
Ser vaiado no draft pela torcida dos Knicks é sinal de sucesso? Se a resposta for sim, Knox já pode comemorar. Mais uma vez a torcida (corneta) de Nova York apareceu e colocou a boca no mundo quando o nome do atleta de Kentucky foi anunciado. Os Knicks, com medo das lesões, abriram mão de Michael Porter Jr., mas conseguiram uma versão miniatura em Knox. Minha escolha aqui seria por um armador, necessidade gritante na equipe. Olho na segunda escolha do time. Mitchell Robinson é um dos melhores pivôs da classe. O problema é que a opção por não se apresentar a Western Kentucky fez o jogador perder a elegibilidade. Se a transição não for dolorosa, os Knicks podem ter realizado um dos grandes movimentos deste draft.
Oklahoma City Thunder
45. Hamidou Diallo – SF, Kentucky
53. Devon Hall – SG, Virginia
57. Kevin Hervey – SF, UT-Arlington
Nota: B
Com o que tinha em mãos, Oklahoma foi bem. Diallo pode se tornar um bom jogador, se conseguir adaptar seu estilo de jogo a Russell Westbrook. Além disso, agrega importante valor a defesa de OKC, algo que também nunca é demais. Hall é um armador puramente “3-and-D”. Arremessa bem de longe e recompõe rapidamente a defesa. Hervey é um jogador muito sólido. Bom draft para o Thunder.
Orlando Magic
6. Mohamed Bamba – C, Texas
35. Melvin Frazier – SG, Tulane
43. Justin Jackson – SF, Maryland
Nota: C
Orlando deveria ter feito um esforço maior para buscar uma arma ofensiva que causasse impacto imediato em seu time que sofreu para pontuar na última temporada. Era o draft para buscar Trae Young, mas viu o jogador fechar com os Hawks. A escolha por Bamba é boa, mas não vai resolver grande parte dos problemas do time. Bamba pode se encaixar no jeito de jogar de Jonathan Isaac e Aaron Gordon. Frazier e Jackson chegam como apostas de baixo risco.
Philadelphia 76ers
16. Zhaire Smith – SG, Texas Tech
26. Landry Shamet – PG, Wichita State
54. Shake Milton – PG, SMU
Nota: C-
Errou rude, 76ers. Mikal Brigdes na escolha dez era o fit perfeito para o time. Se encaixa no estilo de jogo, é declaradamente alguém que gostaria de estar no 76ers, sua mãe trabalha na equipe. E Philadelphia abriu mão disso tudo para apostar em Zhaire Smith, numa troca inesperada. Bridges é um jogador pronto. Smith ainda tem o que percorrer. E nem por motivos de futuro, já que Mikal ainda tem muito a evoluir. Shamet chega como um possível backup para Fultz, que ninguém sabe ainda como estará na próxima temporada. Será que o processo chegará ao fim para a escolha número 1 do último draft?
Phoenix Suns
1. DeAndre Ayton – C, Arizona
10. Mikal Bridges – SF, Villanova
31. Elie Okobo – SG, França
58. George King – SG, Colorado
Nota: A
Bom draft do Suns. Não caíram em tentação e fizeram o certo: agregar Ayton era o melhor a se fazer. O pivô deu mostras na NCAA de que pode se tornar dominante. E ainda fariam muito bem ao conseguir o ótimo Mikal Bridges na posição dez. Quer outra boa notícia? Elie Okobo me parece um talento de Top 20 no draft que desceu muito. Se alguém acertou neste recrutamento, este alguém foi o Phoenix Suns.
Portland Trail Blazers
24. Anfernee Simons – SG, High School
37. Gary Trent Jr. – SG, Duke
Nota: B
Devido aos problemas com Louisville, não foi possível acompanhar Simons em um nível melhor. O jogador poderia ser um top 10 caso tivesse passagem pela NCAA. A outra adição dos Blazers foi do ótimo Gary Trent Jr. Talento lapidado por Coach K, é um verdadeiro mestre nas bolas de três. O poder de fogo de Portland passa a ser imensurável, mas a sensação é que outras necessidades deveriam ser atacadas. A nota é esta pela qualidade dos jogadores selecionados.
Sacramento Kings
2. Marvin Bagley III – PF, Duke
Nota: B+
Outra equipe que não cedeu a tentações. Se os Kings acreditam no projeto com De’Aaron Fox, a escolha mais natural seria em Bagley. O jogador pode se encaixar perfeitamente com o atual armador do time e agrega muito com o talento que possui. O atleta é capaz de cruzar a quadra com habilidade, apesar de todo o tamanho que tem. Acertou em cheio Sacramento.
San Antonio Spurs
18. Lonnie Walker IV – SG, Miami
49. Chimezie Metu – PF, USC
Nota: B+
Desde Tim Duncan, os Spurs não tinham uma escolha tão alta. Ao escolherem Walker na posição 18, SA pode ter agregado ao seu elenco um talento digno de top 10. Ótimo marcador, é capaz de criar jogadas para si mesmo com muita facilidade. Explosivo, pode se tornar algo grande passando pelas mãos de Gregg Popovich. Metu tem todo o potencial para ser um dos grandes sleepers do draft. Não o perca de vista.
Toronto Raptors
Não fez escolhas no draft.
Utah Jazz
21. Grayson Allen – SG, Duke
Nota: B+
Se Allen conseguir provar que realmente está mais maduro e longe de problemas, a torcida de Utah pode começar a comemorar. A dupla formada por Allen e Mitchell tem um potencial ilimitado. É absurdo ter dois jovens destes no backcourt. Acompanhe os jogos dos dois, caso as coisas comecem dando certo. Vejo um futuro brilhante aqui.
Washington Wizards
15. Troy Brown – SG, Oregon
44. Issuf Sanon – PG, Ucrânia
Nota: C
Não sou dos maiores fãs da escolha de Troy Brown, quando se tinha Walker IV ainda solto pelo draft. Dito isto, o time precisará ver onde Brown pode se encaixar. O encaixe com Wall e Bradley é bom, mas colocar um pouco mais de fogo no time era necessário. A comissão técnica, ao que parece, ficou encantada com Sanon, armador ucraniano que se destacou no NBA Global Camp.
Foto: Mike Lawrie/Getty Images