Análise da Free Agency da NBA: quem está contratando os melhores jogadores?
Números ajudam a definir os times que melhor trabalharam no mercado até aqui
A free agency da NBA foi aberta em 1º de julho, com os times tendo o direito de assinar com os jogadores agentes-livres irrestritos a partir do dia 6. Várias contratações já aconteceram, como LeBron James no Los Angeles Lakers, DeMarcus Cousins – além da renovação de Kevin Durant – no Golden State Warriors.
Então, nos baseando em tudo que aconteceu até agora no mercado, vamos analisar o que alguns times fizeram, considerando, primeiramente, a métrica de vitórias compartilhadas (WS) do Basketball Reference.
Denver Nuggets
Os Nuggets se destacam pela renovação de dois jogadores importantes, que estavam na lista dos melhores disponíveis no mercado, entre os 15 com maior número de WS: Nikola Jokic (RFA) e Will Barton (UFA).
O pivô sérvio está em plena ascensão nos seus três primeiros anos na NBA: na sua temporada de calouro, em 2015-16, por exemplo, ele anotou média de 10 pontos por jogo nas 80 partidas em que pisou na quadra, e o número subiu gradativamente para 16,7 na temporada 2017 e na última registrou 18,5 pontos. O mesmo aconteceu nos rebotes – de sete para 10,7 (12ª melhor da NBA) – e assistências – subindo de 2,4 para 6,1.
Jokic tem sido mais utilizado nas jogadas com o passar do tempo, tendo uma usage percentage (US%) de 24,2%, na lista dos 10 melhores pivôs na estatística.
Barton é mais experiente do que o pivô, com seis anos de liga, mas passa por um processo parecido, atingindo a maior média de pontos em 2017-18 (15,7), de assistências (4,1), aproveitamento nos arremessos de quadra (45,2%) e aproveitamento efetivo nos arremessos de quadra (52,8%), e também voltou a recuperar cinco rebotes por partida, assim como 2015-16.
Los Angeles Lakers
O time mais novo da National Basketball Association na temporada passada – empatado com o Phoenix Suns – buscou jogadores experientes no mercado, como o próprio LeBron James (33 anos), Rajon Rondo (32) e JaVale McGee (30).
James teve a maior média de pontos na carreira desde 2009-10, com 27,5 por jogo, teve a melhor de assistências nos 15 anos nas quadras da NBA (9,1), de rebotes totais – empatado com 2016-17 – (8,6), manteve a porcentagem de arremessos certos igual 54% e 60% nas tentativas de dois pontos, e já pode contribuir ofensivamente para os Lakers.
O armador Rondo não tem ficado mais muito tempo na quadra do que 26 minutos, mas tem feito algumas adaptações no seu jogo: ele está tentando mais arremessos de três, com a terceira maior aproveitamento nesses chutes na carreira (33,3%) em 2017-18 e a melhor effective field goal percentage na carreira, 51,8%. O forte dele foi na pós-temporada, quando fez 12,2 assistências nas nove partidas disputadas pelos Pelicans nos Playoffs e 10,3 pontos por jogo.
Washington Wizards
A contratação de maior peso do time da capital americana foi a do pivô Dwight Howard, com boa dose de “agito”: ele foi trado pelo Charlotte Hornets para o Blooklyn Nets no dia 6 de julho, mas foi “colocado na prateleira” pela equipe no dia seguinte, sendo contratado pelos Wizards em 11 deste mês. Ele registrou a maior quantidade de pontos por jogo (16,6) desde 2013-14, na sua última temporada no Houston Rockets, e também a de chutes convertidos (6,2). Howard evoluiu no Charlotte Hornets na recuperação dos rebotes defensivos em relação à temporada retrasada, quando teve média 8,7 por partida, subindo para 9,3, mantendo o padrão de mais de 12 rebotes totais.
A maior utilização de Howard no Charlotte Hornets é um bom sinal para ele, voltando a ter mais de 20% de USG – mais especificamente 24,2%, seu maior nível desde 2013-14, atingindo uma das suas maiores taxas de rebotes na carreira – melhor até que a dos seus tempos áureos no Orlando Magic.
Phoenix Suns
O pior time na temporada passada, dono do recorde 21-61, investiu mais no Draft na offseason, selecionando DeAndre Ayton na primeira escolha geral e selecionou mais dois jogadores no segundo round, Elie Okobo e George King.
Trevor Ariza foi contratado para servir como mentor do jovem time do Arizona, com suas 14 temporadas disputadas na carreira. Ele manteve a média de 11,7 pontos por jogo na temporada passada em relação a 2016-17, apesar de ter atuado em 67 jogos, registrou a sua segunda melhor eFG% na carreira (54,2%) e também o seu segundo maior Offensive Rating.
Dallas Mavericks
Há duas temporadas sem ir aos playoffs, os Mavericks buscaram uma renovação na equipe, adquirindo três jogadores no Draft, entre eles Luka Doncic (e selecionou Jalen Brunson na segunda rodada).
No mercado, a franquia foi atrás do pivô DeAndre Jordan, que tinha atuado a carreira inteira no Los Angeles Clippers. A sua média de pontos caiu na temporada 2017-18 e o aproveitamento dos arremessos de quadra foi abaixo dos 70% desde 2013-14, no entanto conseguiu recuperar mais rebotes, com 15,2 por partida, obtendo a maior porcentagem de rebotes da liga (26,5%).
Oklahoma City Thunder
Paul George vai ficar em Oklahoma por mais quatro temporadas. Pelo terceiro ano seguido, o ala anotou mais de 20 pontos por partida, e pela segunda temporada consecutiva possui porcentagem de chutes de três convertidos acima da média da carreira (37,6%), somando 39,8% no período, mantendo a porcentagem efetiva de arremessos de quadra acima de 50%, com 52,8%.
Desde 2015-16, o seu rating ofensivo está crescendo progressivamente, passando de 106 para 112, com true shooting percentage (TS%) de 57,9% nas últimas duas temporadas, superando a média de 55,9% nos seus oito anos na carreira.
O maior problema de Goerge tem sido na defesa, já que o seu defensive rating nos anos mais recentes tem sido maior do que o seu padrão, 108 em 2016-17 e 106, na temporada 2017-18, enquanto o na carreira é de 102.
Golden State Warriors
Os atuais bicampeões da NBA, com três títulos nos últimos quatro anos, fizeram movimentações importantes no período intertemporadas. A franquia renovou por duas temporadas com Kevin Durant, eleito duas vezes consecutivas como MVP das Finais, e trouxe também – com certa dose de polêmica – DeMarcus Cousins, ex-Pelicans.
Em alguns números, pelo menos uma das duas temporadas de Durant esteve entre as duas melhores na carreira: em 2016-17 e 2017-18, foram as duas melhores em aproveitamento nos chutes de quadra, tocos e também em FG%; segundo maior número de conversões de cestas de três e assistências em 2017-18; ele teve a melhor média de rebotes em 11 anos na liga.
Já “Boogie”, como Cousins é conhecido, estava fazendo o melhor ano na carreira até 26 de janeiro, quando lesionou o tendão de Aquiles. Ele acertou a maior média de arremessos de três nos 48 jogos em que esteve na quadra (2,2), maior porcentagem efetiva de arremessos de quadra (53,0%), rebotes totais (12,9) e assistências (5,4).
Com certeza, ele teria um número de vitórias compartilhadas muito maior se tivesse ficado saudável na temporada passada. A expectativa é que ele volte a atuar em dezembro ou janeiro do ano que vem.
*Por Luís Martinelli
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