Prévias MLB 2015: Divisão Oeste da Liga Nacional
Na divisão do atual campeão da World Series, equilíbrio deve ser maior que em 2014
Todos os times da Divisão Oeste da Liga Nacional têm em 2015 um desafio a cumprir. Para três deles é a reformulação. Arizona Diamondbacks e Colorado Rockies tentam esquecer 2014 e se aproximar do topo da tabela. D-Backs e Rockies apostam em mudanças na direção e em prospectos para evoluir. Já o San Diego Padres, em inúmeras contratações e poucos jovens.
Após consolidar uma dinastia em 2014, o San Francisco Giants busca se manter no topo após mais uma título na MLB, ao contrário do que em 2011 e 2013. Um dos melhores (se não o melhor) time da MLB, o Los Angeles Dodgers quer provar que dinheiro pode ‘comprar’ uma World Series, a primeira desde 1988. Kershaw e o bullpen do Dodger Stadium querem apagar a má impressão que deram em outubro passado.
Confira mais uma prévia do The Playoffs, agora da concorrida NL West.
SAN FRANCISCO GIANTS – Para acabar com o trauma de ano ímpar
Campeão em 2010, 2012 e 2014, o San Francisco Giants tenta acabar com um tabu e voltar a uma pós-temporada em ano ímpar, algo que não ocorre desde 2003. Para tanto devem superar algumas dúvidas da offseason. Dois dos cinco melhores no bastão da equipe, Pablo Sandoval e Michael Morse, foram para Red Sox e Marlins, respectivamente. Presente nas 162 partidas da última temporada regular e líder em rebatidas, Hunter Pence fraturou o braço no Spring Training e deve perder quase todo o mês de abril.
A lesão de Pence e a saída de Morse devem mudar um pouco o outfield. Nori Aroki chega dos Royals e levará um tempo para se acostumar com o nada amigável AT&T Park. Gregor Blanco e Travis Ishikawa foram bem no ano passado e os torcedores esperam o mesmo serviço por uma temporada inteira. Angel Pagan, que pode ser um adição tanto no bastão quando no campo, vai e volta do DL por uma lesão nas costas.
A principal incógnita talvez seja no montinho, onde Matt Cain e Tim Lincecum buscam voltar aos dias de glórias. Tim Hudson, 39, e Jake Pavy, 34, tentam vencer a desconfiança sobre suas condições físicas em relação à idade. Não devemos esquecer também o ace da equipe, Madson Bumgarner, que tentará repetir o histórico e fenomenal 2014, principalmente em outubro.
As certezas do time estão com Joe Panik e Brandon Crawford combinando muito bem no infield e no lineup. O catcher Buster Posey é a segurança de toda rotação titular e do bullpen, que passa o jogo todo aquecendo a mando de Bruce Bochy.
Campanha em 2014: 88-74 (2º na Divisão, classificado no Wild Card e campeão da World Series)
Melhor arremessador: Madson Bumgarner – arremessador titular mais utilizado, esteve em 33 partidas e arremessou em 217.1 entradas. Acumulou 219 SO e ERA de 2.98. Na pós-temporada fez história com 52.2 IP, 6 ER, 45 K (7,75 a cada 9 IP), ERA 1.03 e adversários com AVG de .153.
Melhor rebatedor: Buster Posey – em 2014 foi líder da equipe em .AVG (.311), .OBP (.364), .SLG (.490), RBI (89), HR (22) e o segundo em H (170).
Briga por: Playoffs/ Wild Card.
LOS ANGELES DOGERS – É hora de ir mais longe
Atual bicampeão da divisão, o Los Angeles Dodgers começa a temporada sob pressão, já que a franquia não apresentou evolução na post-season depois de ser comprada pelo grupo Guggenheim há três anos.
A maior responsável pelas glórias nas últimas temporadas regulares é a rotação titular. Clayton Kershaw detém três dos últimos quatro prêmios de Cy Young da Liga Nacional, foi MVP em 2014, e desde 2013 tem ERA abaixo de 1.90. Ofuscado pelo monstro canhoto, Zack Greinke aparece com ERA menor que 3.00 desde sua chegada, em 2013. Mesmo com algumas lesões em 2014 e também na offseason, Hyun-jin Ryu tem tido aparições seguras quando joga.
Para 2015 fica sob observação a parte final da rotação, recém-chegada e com histórico de contusões. Brandon McCarthy, ex-D-Backs, teve na temporada passada a sua primeira com 200 IP. Já Brett Anderson, ex-Rockies, acumulou 206.1 nas últimas quatro. Kenley Jansen é o nome para terminar o jogo, com 44 saves em 49 chances em 2014 e média de 13.9 strikeouts por 9 IP. Todos os relievers ficaram abaixo do esperado na última pós-temporada, principalmente na NLDS contra os Cardinals. Assim, a lesão no pé de Jansen pode testar os novos nomes, como Joel Peralta, Chris Hatcher e Juan Nicasio.
O lineup dos Dodgers não causa constrangimento. Com as saídas de Dee Gordon e Hanley Ramirez, Howie Kendrick e Jimmy Rollins chegam para manterem o nível na defesa e no ataque. Rollins, aos 36 e com um ano de contrato, prepara o terreno para prospecto shortstop Corey Seager. Yasiel Puig se apresenta com mais força para ser a cara da ofensividade de LA e tem o suporte de Adrian Gonzalez, indiscutível na 1B, assim como Juan Uribe na terceira.
Campanha em 2014: 94-68 (Bicampeão da Divisão, eliminado na NLCS pelos Cardinals)
Melhor arremessador: Clayton Kershaw – Tri-Cy Young nos últimos quatro anos e MVP da Liga Nacional em 2014, desde 2013 tem ERA menor que 1.90, WHIP abaixo de 1.00 e o AVG de oponentes não superior a .196. Com números incríveis na regular season, precisa mostrar beisebol de gente grande também nos playoffs.
Melhor rebatedor: Adrian Gonzalez – Mesmo com AVG e OBP menores do que de Puig, consegue impulsionar mais corridas, seja com HRs ou rebatidas duplas, como também é menos eliminado por strikes.
Briga por: Caso não encontre os Cardinals, NLCS e World Series.
ARIZONA DIAMONDBACKS – Os últimos serão os primeiros?
Com o pior recorde da MLB de 2014 e da franquia em dez anos, o Arizona Diamondbacks começpu a reformulação no final de 2014, com a demissão do técnico Kirk Gibson e, mais tarde, a saída da maioria do roster. Chip Hale, ex-manager dos A’s e que já esteve no Chase Field, chega para comandar a renovação do dugout e David Stewart, do escritório. Uma campanha melhor que a do ano passado depende da saúde e da regularidade dos atletas, aspectos que se perderam no deserto do Arizona ano passado.
Com David Peralta, Ender Iniciarte e A.J. Pollock apenas na média da liga, a chance da equipe chegar em base é com o meio do lineup, formado por Paul Goldschmidt, clean up, e Mark Trumbo, em seguida. Logo abaixo está o recém-contratado Yasmany Tomas, que promete contato com seus números na liga cubana. No Spring Training, porém, mostrou precisar de mais paciência, já que em 48 AB teve 12 rebatidas, 11 strikeouts e apenas um walk.
Um conselho ao ponto mais fraco do roster, a rotação titular, é manter a bola dentro do Chase Field. Jeremy Hellickson, Allen Webster e Rubby de la Rosa tentam firmar boas apresentações, já que são prospectos liberados por outros. Titulares em 2014, Patrick Corbin e Bronson Arroyo voltam de cirurgia de Tommy John e devem ser reforços durante a temporada caso evitem bolas voadoras. No bullpen, David Hernandez e Matt Reynolds também voltam da cirurgia no cotovelo. Com um rodízio fraco, Addison Reed, Brad Ziegler e Evan Marshall carregam maior responsabilidade em manter o montinho seguro.
Campanha em 2014: 64-98
Melhor arremessador: Com muitos prospectos, é difícil nomear um. Contando ano passado, aposto em Josh Collmenter, com média de 1,95 BB a cada 9 entradas e ERA mais baixo da rotação, 3.46. Chase Anderson, no entanto, foi quem mais realizou strikeouts, 8.38/ 9 IP.
Melhor rebatedor: Paul Goldschmidt – É a chance do time andar nas bases. Em 2014 obteve AVG de .300 e .396 de chegada em base, com 69 RBI e 19 HR antes de se lesionar.
Briga por: Uma temporada melhor do que a do ano passado
COLORADO ROCKIES – Retorno de estrelas, mas perspectiva nebulosa
Junto dos D-Backs, dois times de pior campanha da última temporada, o Colorado Rockies também mudou de técnico em 2014 visando este ano. Manager da equipe desde 1998, Dan O’Dowd foi substituído por Jeff Bridich, que já fazia parte da diretoria do dono dos Rockies, Dick Monfort. Mudam então o nome, mas nem tanto a mentalidade.
Por incrível que pareça, a grande dificuldade dos Rockies em conseguirem uma rotação forte é o Coors Field, localizado numa cidade de altitude (Denver), o que dificulta a vida de qualquer arremessador. Não apenas quando vão ao mercado, mas também quando buscam evoluir jovens jogadores. Mesmo com essa desvantagem, nenhum esforço foi feito para trazer um grande nome para o rodízio. Pelo contrário, priorizou-se a quantidade no lugar da qualidade. No time de pior ERA da Liga em 2014, de 12 saídas na offseason, sete eram pitchers; nas 18 contratações, 11 são do montinho, e nenhum de impacto.
A esperança então fica depositada nos prospectos Eddie Buttler e Jonathan Gray. Indo para a nona temporada, Kyle Kendrick chega dos Phillies para dar suporte a ambos e ser a única novidade entre os titulares. Jorge de la Rosa, Franklin Morales, Jordan Lyles e Jhoulys Chacin seguem como opções no montinho.
Troy Tulowitzki e Carlos Gonzalez são o resumo do ataque do time de Denver. Ambos, no entanto, não estiveram saudáveis por toda a temporada passada. Essa condição fará diferença também em 2015, com adição de sete jogadores incertos de linha após a saída de cinco que não darão saudades. Em 2014, mesmo com a péssima campanha, o time liderou a Ligas Nacional em home runs, com 186 (muito por conta da atitude já citada).
Campanha em 2014: 66-96
Melhor arremessador: Jorge de la Rosa – tem média 3.3 BB por 9 IP e os melhores WHIP, 1.24, AVG dos adversários, .238, e K/9 IP, 6,79, da rotação
Melhor rebatedor: Troy Tulowitzki – Com 92 jogos na temporada, foi líder do time em chegadas em base, .432, e poder de rebatida, .603, além de vice nos HR, 21
Briga por: Uma temporada melhor do que a do ano passado
SAN DIEGO PADRES – reformulação pensando em algo mais
O San Diego Padres é o terceiro time que busca uma reformulação em 2015. Contudo, a mudança parece muito mais brusca, e cara. Assim que assumiu o posto de GM, em agosto, A.J. Preller prometeu que faria grandes movimentações na offseason, e cumpriu.
Chegaram os outfielders Justin Upton (ex-Braves), Wil Meyers (Rays) e Matt Kemp (Dodgers), o catcher All-Star Derek Norris (A’s), o 3B Will Middelbrooks (Red Sox) e o arremessador titular James Shields (Royals). Este último com o contrato mais caro de um free-agent com a franquia, US$ 75 milhões. Todos os nomes podem contribuir com o ataque, ranqueado como pior em AVG, OBP, SLG e corridas na MLB em 2014. Se a teoria der certo, um ponto está consertado.
Com temporadas ruins no campo central dos Dodgers, Kemp deve ter muito mais dificuldades no Petco Park. Por outro lado, Myers e Upton e os reservas ex-titulares, Cameron Maybin, Will Venable e Carlos Quentin conseguirão dar conta do recado.
Se o OF está resolvido, a situação é inversa no infield. Middlebrooks não é dos melhores, assim como Yonder Alonso, Alexi Amarista e Yangervis Solarte. Jedd Gyroko, segundanista, é quem aparece com mais chances de se firmar na posição.
Underrated em 2014, a rotação titular dos de San Diego conseguiu o segundo melhor ERA da Liga Nacional, 3.27. James Shields chega para ser o primeiro da rotação, fazendo Ian Kennedy, Andrew Cahsner e Tyson Ross descer uma posição. As apostas baratas de Josh Johnson e Brandon Morrow, ex-Blue Jays, também pelo quinto lugar. Nas entradas finais, Brandon Maurer e Shawn Kelley podem suprir a possível ausência do closer Joaquin Benoit, que fará 38 em 2015.
Nesta intensa troca podemos salientar dois pontos fortes. Um deles é que os Padres conseguiram segurar seus maiores prospectos, como o RHP Matt Wisler, OF Hunter Renfroe e o catcher Austin Hedges. Com isso, a franquia não só se reforça para agora, como também para as temporadas futuras. A outra vantagem foi que a folha de pagamento não será tão inflada em 2015, já que alguns jogadores terão os salários pagos por outras equipes, a exemplo de Matt Kemp e os Dodgers.
Campanha em 2014: 77-85
Melhor arremessador: James Shields – Free-agent muito especulado na offseason, chega para ser o ace no Petco Park. Em 2014 começou 34 jogos, arremessou 227 innings, cedeu 23 HR e teve média de 1.7 BB e 7.1 K por nove entradas.
Melhor rebatedor: Matt Kemp – Kemp não teve um começo de temporada tão bom, mas terminou 2014 muito bem. Cotado para o clean-up, deve ajudar demais os Padres
Briga por: Wild Card
Próximos previews:
30/3 – NL Central – Marcello Fernandes
2/4 – AL East – Lucas Henrique
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