[PRÉVIA] A Divisão Leste da Liga Nacional da MLB em 2018
Com rivais em reconstrução e lesões assombrando os Mets, Nationals devem dominar a Divisão Leste da NL
Se você procura equilíbrio, não olhe para a Divisão Leste da Liga Nacional, pois dificilmente encontrará paridade. As cinco franquias vivem momentos bem distintos, e apenas uma grande sequência de imprevistos, infortúnios e problemas para o Washington Nationals, aliado ao ano mágico de Atlanta Braves, Philadelphia Phillies e/ou New York Mets, tirará o título da NL East e a vaga nos playoffs da MLB da capital norte-americana. Sentiu falta de alguém? Miami Marlins? Honestamente, sem chances nem por milagre.
Bryce Harper e Daniel Murphy tornam-se agentes livres ao final de 2018, o que pode levar ao ‘fechamento da janela’ dos Nats, e a franquia deve vir com tudo em busca da tão sonhada World Series. Braves e Phillies na realidade miram mais para os próximos anos, e o torcedor do Mets parece pedir apenas um ano sem lesões, especialmente na rotação titular. Recomeçando praticamente do zero, o Marlins é forte candidato à primeira escolha no Draft de 2019.
Sem mais delongas, vamos à prévia da NL East:
ATLANTA BRAVES
Campanha em 2017: 72-90 (3ª posição na NL East)
O grande destaque da franquia na última temporada foi a inauguração do belo SunTrust Park. Vale destaque também para chegada de mais um brasileiro à MLB, com a estreia de Luiz Gohara em meados de agosto. Sem qualquer pretensão de lutar pelos playoffs, os Braves mantiveram o planejamento e, já pensando em 2019, pouco movimentaram-se na offseason. O objetivo para este ano é colocar os jovens em campo, ganhar experiência e preparar-se para voltar a brigar pelos playoffs.
Envolvido em polêmicas, John Coppolella deixou o posto de general manager, sendo substituído por Alex Anthopoulos. Do ponto de vista de elenco, a grande movimentação de Atlanta veio em dezembro, na troca com o Los Angeles Dodgers que aportou os veteranos arremessadores Scott Kazmir e Brandon McCarthy e o infielder Charlie Culberson, além de Adrian Gonzalez, dispensado na sequência. Assim, sem grandes nomes, o protagonismo segue com o primeira base Freddie Freeman, o center fielder Ender Inciarte e o arremessador Julio Teheran.
Provável lineup: Ender Inciarte (CF), Ozzie Albies (2B), Freddie Freeman (1B), Nick Markakis (RF), Tyler Flowers (C), Johan Camargo (3B), Dansby Swanson (SS), Lane Adams (LF)
Melhor rebatedor: Freddie Freeman. Só uma lesão parou o titular da 1ª base em 2017: uma fratura no punho esquerdo limitou-o a 117 jogos, e ainda assim o desempenho foi monstruoso: 30,7% de aproveitamento, 40,3% de chegada em base, 28 home runs, 71 corridas impulsionadas e 4.5 de WAR. Se estiver inteiro, pode colocar-se na briga por All-Star Game, prêmio de MVP e Silver Slugger.
Provável rotação: Julio Teheran, Mike Foltynewicz, Sean Newcombe, Scott Kazmir, Brandon McCarthy (Luiz Gohara começará a temporada lesionado e pode integrar a rotação a partir de maio)
Provável closer: Aroldys Vizcaino (14 saves, ERA de 2.83 em 2017)
Melhor arremessador: O grupo ainda é fraco e, com base nas opções disponíveis, Teheran é o melhor nome, e provavelmente será o titular no Opening Day. Apesar de ter apenas 27 anos, entra em sua sexta temporada completa na MLB, com 3.55 de ERA desde 2013 e duas participações no All-Star Game.
Manager: Brian Snitker (uma temporada e meia com a franquia, 131 vitórias e 155 derrotas entre 2016 e 2017)
Briga por: mais vitórias do que derrotas
(Foto: Rob Carr/ Getty Images)
MIAMI MARLINS
Campanha em 2017: 77-85 (2ª posição na NL East)
A intertemporada dos Marlins foi a mais polêmica da MLB. Após comprar a franquia de Jeffrey Loria, o grupo comandado por Derek Jeter deu início a uma impressionante reestruturação, dispensando funcionários e abrindo mão dos principais jogadores da franquia, os outfielders Giancarlo Stanton, Christian Yelich e Marcell Ozuna (talvez o melhor grupo no campo externo em toda a liga). O retorno foi considerado fraco, e a maioria dos prospectos está longe de chegar à MLB.
A folha salarial foi reduzida, o lineup ficou bem mais fraco e a postura irritou alguns dos remanescentes, especialmente J.T. Realmuto. A rotação é fraca, assim como o bullpen, e parece claro que o objetivo dos Marlins é simplesmente não passar vergonha pelas próximas duas ou três temporadas. Se há algum ponto positivo, é exatamente a falta de pressão: jovens como Lewis Brinson, outfielder que chegou do Milwaukee Brewers na troca com Christian Yelich, poderá ‘errar à vontade’ enquanto desenvolve-se e mostra seu talento.
Provável lineup: Cameron Maybin (RF), Martin Prado (3B), Starlin Castro (2B), J.T. Realmuto (C), Justin Bour (1B), Derek Dietrich (LF), Lewins Brinson (CF), Miguel Rojas (SS)
Melhor rebatedor: J.T. Realmuto. Andorinha que não fará verão na Flórida, o catcher é o destaque do fraco elenco, e certamente será trocado se uma boa proposta aparecer. Enquanto isso, tenta melhorar os números de 2017: 27,8% de aproveitamento, 17 home runs, 65 corridas impulsionadas, 68 anotadas.
Provável rotação: Dan Straily, Jose Urena, Wei-Yin Chen, Adam Conley, Justin Nicolino
Provável closer: Brad Ziegler (10 saves, ERA de 4.79 em 2017)
Melhor arremessador: Dan Straily. Longe de ser um ótimo arremessador, ele teve um desempenho apenas razoável em 2017: ERA de 426 e WHIP de 1.299. Straily vai para sua quarta temporada completa buscando repetir 2016 quando, com o Cincinnati Reds, terminou o ano com ERA de 3.76.
Manager: Don Mattingly (duas temporadas com a franquia, 156 vitórias e 167 derrotas entre 2016 e 2017)
Briga por: não ser a pior franquia da MLB em 2018 será lucro
(Foto: Reprodução Twitter/MLB)
NEW YORK METS
Campanha em 2017: 70-92 (4ª posição na NL East)
Após uma temporada em que nada funcionou, a franquia do Queens abriu mão de Terry Collins e terá o ‘jovem’ (42 anos) Mickey Callaway estreando como manager. Os fãs sabem, porém, que o departamento médico será tão importante quanto o comando do elenco. Se a franquia quer sonhar com playoffs, precisa que sua rotação titular esteja saudável durante o verão, especialmente Noah Syndergaard, Matt Harvey e Steve Matz.
O lineup é forte e ganhou o reforço de Todd Frazier e Jay Bruce (que retornou após fechar 2017 no Cleveland Indians), mas ainda há dúvidas no outfield, uma vez que Michael Conforto e Brandon Nimmo são jovens e ainda precisam provar seu valor. Da mesma forma, Amed Rosario, esperança dos Mets para o infield, terá de provar que deve ser o shortstop titular, enquanto Adrian Gonzalez, que chegou quase de graça após ser dispensado pelos Braves, quer mostrar que ainda tem lenha para queimar.
Provável lineup: Brandon Nimmo (CF), Yoenis Cespedes (LF), Jay Bruce (RF), Todd Frazier (3B), Adrian Gonzalez (1B), Asdrubal Cabrera (2B), Travis d’Arnaud (C), Amed Rosario (SS)
Melhor rebatedor: Yoenis Cespedes. O cubano é a grande esperança de home runs no Queens e, com a proteção de Jay Bruce e Todd Frazier, a expectativa é de um bom 2018. Motivos para otimismo existem: desde que chegou à franquia, ele soma 1.000 at-bats, com 285 rebatidas, 65 delas HRs, e seu desempenho ofensivo é 39% superior à média da liga.
Provável rotação: Noah Syndergaard, Jacob deGrom, Steve Matz, Matt Harvey, Jason Vargas
Provável closer: Jeurys Familia (26 saves, ERA de 4.38 em 2017)
Melhor arremessador: Noah Syndergaard. Limitado por contusões, ‘Thor’ fez apenas sete jogos em 2017, e se os Mets sonham com algo em 2017, precisam de 30 partidas ou mais. O desafio para o jovem de 25 anos, com uma bola rápida intimidadora, é aproximar-se da eficiência de 2016, quando registrou ERA de 2.60, 55% acima da média da MLB.
Manager: Mickey Callaway (estreante na franquia)
Briga por: Wild Card se tudo der muito certo
(Foto: Elsa/Getty Images)
PHILADELPHIA PHILLIES
Campanha em 2017: 66-96 (5ª posição na NL East)
Os números de 2017 foram ruins, mas a torcida não desesperou-se na Philadelphia. O planejamento que começou com o belo time do final da última década segue seu curso, e duas contratações de peso mostram que a hora de colher os frutos está chegando. O fã que for ao Citizens Bank Park poderá, a partir deste ano, torcer para o arremessador Jake Arrieta e o primeira base Carlos Santana, ambos contratados por três anos e peças importantes para a disputa do título da divisão em 2019 e 2020.
Para este ano, os planos são mais humildes, e o estreante manager Gabe Kepler provavelmente ficará feliz se Vince Velasquez e Jerad Eickhoff solidificarem-se na rotação titular e se J.P Crawford mostrar evolução no bastão, já que a parte defensiva do calouro pode colocá-lo como um candidato perene à Gold Glove como shortstop. Outra dúvida é se Rhys Hoskins, que brilhou como rookie em 2017, terá fácil adaptação ao campo esquerdo e se evitará a tradicional queda de desempenho no segundo ano na MLB.
Provável lineup: Cesar Hernandez (2B), Odubel Herrera (CF), Carlos Santana (1B), Rhys Hoskins (LF), Maikel Franco (3B), Nick Williams (RF), J.P. Crawford (SS), Jorge Alfaro (C)
Melhor rebatedor: Santana chega com o peso de estrela e nome fixo no meio do lineup, fruto do que fez desde 2010 no Cleveland Indians. Em oito anos, ele soma 174 home runs, 236 rebatidas duplas e uma ótima relação entre walks (726) e strikeouts (812), com rendimento 21% acima da média da MLB.
Provável rotação: Jake Arrieta, Aaron Nole, Vince Velasquez, Jerad Eickhoff, Nick Pivetta
Provável closer: Hector Neris (26 saves, ERA de 3.01 em 2017)
Melhor arremessador: Aaron Nola foi o 7º escolhido no Draft de 2014, e começa a provar que os Phillies acertaram em cheio. Titular em 27 partidas no ano passado, fechou a temporada com ERA de 3.54 e desempenho 19% melhor do que a média da MLB. A chegada de Jake Arrieta alivia a pressão sobre o jovem de 24 anos, que buscará tornar os bons números regra e não exceção.
Manager: Gabe Kepler (primeira temporada com a franquia)
Briga por: mais vitórias do que derrotas
(Foto: Gene Puskar – Pool/Getty Images)
WASHINGTON NATIONALS
Campanha em 2017: 97-65 (título da NL East; perdeu a NLDS para o Chicago Cubs por 3 a 2)
A chance derradeira? O melhor time da franquia em décadas deve desfazer-se ao final de 2018, pois Bryce Harper e Daniel Murphy serão agentes livres, e o front office fará de tudo para conquistar a tão sonhada World Series e aumentar os argumentos positivos na hora de negociar com ambos. Os Nats não mexeram-se muito na offseason, mas também não era necessário. Um degrau acima dos adversários na divisão, o time pode dar-se ao luxo de observar os pontos fracos nos primeiros meses e reforçar o elenco até julho.
O lineup é muito forte, mas a franquia pode encontrar opções melhores no campo central e para substituir Wieters como catcher se o ex-Baltimore Orioles não encontrar seu jogo. A rotação também pode ser reforçada, já que A.J. Cole é uma incógnita e Tanner Roark pode passar ao bullpen sem problemas. Por falar em relievers, não faltam opções para o estreante Dave Martinez, e a expectativa é pela condição física de Koda Glover, que pintou bem em 2017, mas pouco jogou por conta das lesões.
Provável lineup: Adam Eaton (LF), Trea Turner (SS), Bryce Harper (RF), Daniel Murphy (2B), Anthony Rendon (3B), Ryan Zimmerman (1B), Matt Wieters (C), Michael Taylor (CF)
Melhor rebatedor: Bryce Harper está no último ano de seu contrato e, acreditem, uma temporada monstruosa pode render (muitos) milhões na free agency. Desde que estrou na MLB, ele tem sido 40% melhor do que o rebatedor comum, e a expectativa é a mesma: alto aproveitamento, percentual elevado de chegada em base e muitos, muitos home runs.
Provável rotação: Max Scherzer, Stephen Strasburg, Gio Gonzalez, Tanner Roark, A.J. Cole
Provável closer: Hector Neris (24 saves, ERA de 2.81 em 2017)
Melhor arremessador: Max Scherzer está justificando cada um dos US$ 30 milhões que a franquia paga por ano. As três últimas temporadas foram excepcionais, com 2.76 de ERA, 828 strikeouts, WHIP de 0.931 e dois prêmios Cy Young da NL. O torcedor dos Nats ficará feliz mesmo se com uma leve regressão em 2018.
Manager: Dave Martinez (primeira temporada com a franquia)
Briga por: chegar à World Series
(Foto: Matthew Stockman/Getty Images)
PRÉVIAS THE PLAYOFFS – MLB 2018
Próximas:
16/3 – AL Central
20/3 – NL Central
23/3 – NL West
27/3 – AL West